Como anda sua empatia?
por Giuliano Menegassi

Como anda sua empatia?

Empatia: mas o que é isso?

Você já deve ter ouvido que, antes de criticar alguém, é “preciso calçar os seus sapatos”. Essa é uma máxima antiga que se encaixa muito bem no conceito de empatia. Ser empático é ter a capacidade de se colocar, verdadeiramente, no lugar no outro. De, basicamente, conseguir sentir o que o outro sente.

Para deixar mais claro, considere este exemplo: você e um colega têm um projeto importante para apresentar. O desenvolvimento foi árduo e vocês trabalharam incansavelmente. Ao concluir, estão certos de que fizeram um bom trabalho e de que ele será bem recebido pelos superiores. Acontece que, pouco antes da apresentação, seu colega avisa: o filho ficou doente e ele precisa levá-lo ao médico, por este motivo, não poderá comparecer. Ou seja, você terá que conduzir a apresentação sozinho.

Parece difícil manter a calma? De fato, ter os planos modificados dessa forma não é nada agradável. Porém, pessoas empáticas conseguem fazer o exercício de se colocar nas circunstâncias do outro.

Talvez, elas não tenham um filho e não saibam exatamente o que o colega está passando, mas conseguem se imaginar em situações que as fariam cancelar o compromisso. Elas conseguem entender que, para o outro, a decisão também pode não ter sido fácil, sendo fonte de frustração por precisar desmarcar um compromisso.

Não apenas entender, mas conseguir sentir e pensar como o outro é um dos pilares mais importantes da inteligência emocional. Ser empático é mais que apenas respeitar e validar as emoções alheias, é inserir-se no contexto do outro.

No ambiente de trabalho isso é muito importante

O mercado de trabalho está em constante transformação. Novas competências, a chegada de novas gerações ao mercado de trabalho e novos valores ocasionam mudanças no ambiente empresarial. E nem sempre é fácil lidar com todas elas.

Conviver com pessoas diferentes, com tantas jornadas e prioridades distintas pode ser bastante complicado. É exatamente por isso que a empatia no trabalho, hoje, é tão valorizada. Encontrar profissionais empáticos, que pensam na equipe, no clima organizacional e no bem-estar para que todos possam se desenvolver melhor, é cada vez mais necessário.

Além da melhora no ambiente de trabalho, que não é mensurável, alguns dados ajudam a entender porque a empatia no trabalho é algo que deve ser estimulado em todas as organizações:

  • 80% dos millenials (nascidos entre a década de 80 e o começo dos anos 2000) entrevistados dizem que mudariam de emprego se o empregador atual se tornasse menos empático;
  • 66% dos baby boomers (nascidos entre 1945 e 1960) também buscariam outro emprego caso sentissem menos empatia vinda do gestor;
  • 77% disseram que trabalhariam mais horas para um empregador empático.

Agora que você já entendeu a importância da empatia no trabalho, conheça algumas dicas para exercitar essa habilidade.

3 dicas valiosas para desenvolver a empatia no trabalho

Se você chegou até aqui, já percebeu que a empatia pode ser desenvolvida. Na verdade, ser empático é uma escolha que deve ser relembrada todos os dias. Aqui estão três dicas que podem ajudar você a aprimorar essa competência.

1. Ouça e compreenda o outro

No livro “Como fazer amigos e influenciar pessoas”, o autor Dale Carnegie cita o psicólogo Carl Rogers:

“Descobri que permitir-me compreender uma outra pessoa é de enorme valia. (…) Quando alguém expressa sentimentos, atitudes ou crenças, nossa tendência é, quase imediatamente, sentir que “isto é certo”, “isto é tolice”, “isto é anormal”, “isto é insensato”, “isto é incorreto”, “isto não é bom”. Raramente, e muito raramente, nós nos permitimos compreender precisamente o que significam as afirmações para a outra pessoa.”

Ouvir é o primeiro passo para quem deseja desenvolver a empatia no trabalho. Mas, como citado acima, mais que ouvir, é preciso “compreender precisamente” o que o outro diz.

2. Aprenda a controlar as suas emoções

Este é mais um pilar da inteligência emocional. Saber reconhecer e controlar as emoções em situações de estresse é um importante exercício de empatia. Em diversas situações é preciso respirar fundo e não ceder à tentação de responder de maneira ríspida, ou julgar as ações de um colega.

Esse tempo entre a informação e a ação é essencial para evitar atitudes impensadas e que não acrescentam em nada na resolução de problemas.

3. Evite suposições

Como dito por Carl Rogers: “(…) nossa tendência é, quase imediatamente, sentir que “isto é certo”, “isto é tolice”, “isto é anormal””. Policie seus pensamentos e evite fazer pré-julgamentos e suposições sobre os outros.

Assim como no exemplo em que o colega falta à apresentação para levar o filho ao médico, várias situações podem ter poder diferente sobre as pessoas. O que para você, parece ser irrelevante, para outro, pode interferir drasticamente na produtividade e estado de espírito.

Ótima reflexão, principalmente em tempos de pandemia e desemprego crescente., usar da empatia é o mínimo que podemos fazer pelo próximo.

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