Como criar uma política de benefícios
Política de benefícios é o programa que define as regras e condições para a concessão dos benefícios corporativos das empresas. Em meio aos novos desafios da atração e retenção de talentos, a oferta de um plano de vantagens diferenciado impacta tanto a chegada como a permanência dos melhores profissionais.
Além disso, a entrega de um pacote de benefícios ideal também interfere em outros indicadores relevantes, como o bem-estar, o engajamento e a produtividade dos colaboradores. O detalhe, aqui, é lembrar que os dois últimos aspectos são consequência do primeiro, e não o inverso.
Mas, afinal, qual é o segredo para aumentar a chance de sucesso da sua política de benefícios? É o que vamos descobrir a partir de agora!
Quais são os tipos de benefícios corporativos?
Para elaborar um plano que supere as expectativas de seu público interno, o RH deve focar aqueles benefícios que realmente promovem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Opções não faltam, como destacamos abaixo.
Benefícios obrigatórios
De acordo com o que consta na CLT, estes itens são indispensáveis em qualquer programa de benefícios corporativos:
Benefícios espontâneos
Apesar de essenciais para preservar a qualidade de vida dos colaboradores, muitos benefícios são oferecidos de maneira facultativa. A lista de possibilidades é longa, mas selecionamos os principais benefícios espontâneos:
Como criar uma política de benefícios eficaz
Há algumas etapas principais associadas a este processo. A seguir, você confere quais são os fatores aos quais o RH deve ficar de olho durante a elaboração e do programa de benefícios corporativos.
Escute os colaboradores
Antes de qualquer coisa, é fundamental saber quem são as pessoas contratadas pela empresa e os perfis dos profissionais que ela deseja atrair. Basicamente, leve em conta quais são as prioridades, as preferências e as necessidades dos diferentes grupos de colaboradores.
Por isso, é vital que as pesquisas do RH contemplem a qualidade do ambiente de trabalho, a fluidez dos relacionamentos com as lideranças e, inclusive, o nível de satisfação com os benefícios oferecidos.
Na maioria das vezes, as respostas mais aguardadas pelos gestores está logo ali, bem à sua frente. Basta pensar no melhor formato para recebê-las e chegar a um denominador comum — com flexibilidade suficiente para valorizar eventuais particularidades.
Alinhe o programa ao propósito da organização
O propósito organizacional é aquele que une o core business à causa da própria existência do negócio. Muito mais do que simbólico, essa essência corporativa precisa caminhar ao lado da marca em todos os momentos e direções.
Nesse sentido, também deve marcar presença na política de benefícios. Imagine, por exemplo, que a razão de existir de uma organização do setor financeiro é ajudar as pessoas a concretizar seus sonhos.
Esse ideal precisa constar na forma de algumas das vantagens concedidas aos funcionários. Nesse caso, uma solução inteligente seria combinar a concessão de antecipação salarial com um suporte de educação financeira.
O exemplo acima se aplica a qualquer outro segmento. No setor alimentício, pode surgir o conceito de nutrir melhor para uma vida mais saudável. Seria incoerente ofertar cestas básicas, VA ou VR que estejam aquém da grandiosidade de tal propósito.
Se o que move as ações da marca empregadora é a saúde mental, física e emocional, ela deve alimentar o mesmo cuidado com relação ao bem-estar pleno de seus colaboradores.
Evidentemente, isso não significa que essas organizações devam aperfeiçoar apenas um tipo de benefício, mas aponta para a necessidade de manter seu propósito em sintonia fina com o que elas entregam aos colaboradores.
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Estude o mercado, a concorrência e a viabilidade das propostas
Naturalmente, observar o que a concorrência tem feito é essencial. Enquanto efetua esse trabalho de estudo, aproveite para se atualizar quanto a possíveis novidades do mercado de benefícios e pratique o bom e velho benchmarking.
Em vez de copiar e colar, entretanto, reflita sobre como sua empresa poderia conceder o mesmo benefício de maneira diversificada. Você pode, por exemplo, disponibilizar somente um plano de saúde ou integrá-lo a um serviço de atendimento personalizado.
Também é necessário entender qual é o momento da empresa, a fim de encontrar uma boa relação custo-benefício. Dê preferência aos benefícios que geram economia de recursos financeiros. No mesmo caso dos benefícios de bem-estar, a dica é optar por um concierge de saúde que reduza o custo da assistência médica.
Proteja-se juridicamente
Fique atento também às eventuais mudanças nas legislações vigentes. Esse cuidado é imprescindível para se precaver contra possíveis sansões, processos trabalhistas e outros eventos similares.
Em 2017, tivemos a Reforma Trabalhista, que trouxe consigo uma série de mudanças relevantes para as empresas. Vale a pena se debruçar sobre as alterações que possam afetar, de algum modo, a dinâmica da gestão de benefícios da sua organização.
Segundo a nova disposição da Lei, gastos com hospedagens de viagens a trabalho, bonificações, premiações e ajudas de custo (como o popular auxílio home office), podem ser incorporados à lista de benefícios corporativos. Sem qualquer risco de caracterização como salário, esses valores não sofrem incidência de INSS e FGTS.
Um exemplo emblemático desse novo momento das relações de trabalho é o chamado Novo PAT, que traz alterações relacionadas à autonomia dos trabalhadores, entre outros detalhes.
Ao se manter atualizado com relação às modificações das leis que regem os benefícios corporativos, você também fica a par da possibilidade de praticar elisão fiscal. Esse é o modo legal, ou seja, amparado na legislação, de reduzir a carga tributária que incide sobre a empresa.
No caso do Novo PAT, por exemplo, a dica é analisar a possibilidade de reenquadrar a organização no regime tributário Lucro Real. A modalidade garante dedução de até 4% do IRPJ.
Feche as melhores parcerias
Boas parcerias são mais um ponto-chave para que todo o planejamento seja bem-sucedido. Antes de tomar uma decisão, verifique qual é a infraestrutura da empresa de benefícios e a qualidade do suporte — o último item é cada vez mais determinante para evitar problemas e passar por uma boa experiência.
Também é importante analisar como esse acordo de negócios pode agregar valor à sua organização e consolidar o employer branding. Tenha em mente que parceria boa (de verdade) é aquela que proporciona excelentes resultados, como o fortalecimento do engajamento interno, sem comprometer o caixa do negócio.
Acompanhe os resultados e faça os ajustes necessários
Avalie a eficácia da política conforme o feedback contínuo dos colaboradores e o alcance das métricas definidas. Se o intuito era diminuir a taxa de rotatividade de funcionários e melhorar o eNPS, por exemplo, é essencial confirmar se essa queda atingiu o mínimo esperado.
Cada benefício está atrelado à alguma melhoria relevante para o colaborador. Assim, a assistência médica só faz sentido se ela promover o bem-estar integral dos profissionais e auxiliar na prevenção de doenças ocupacionais. Caso isso não aconteça, sinal de que existe alguma falha.
Em resumo, ao identificar inconsistências no seu programa de benefícios, evite insistir no erro. Prefira admitir a necessidade de ajustes, algo primordial para descontinuar o que não funciona e aprimorar o que já rende respostas satisfatórias.
Depois de incorporar as modificações, planeje as ações de endomarketing para comunicar as atualizações a todas as pessoas da organização. Nesse ponto, dê atenção especial ao onboarding, mas sem se esquecer de levar a divulgação a quem já é de casa.
Agora, você está por dentro das etapas indispensáveis para criar uma política de benefícios que realmente faz a diferença. Com nossas dicas e a adoção de uma gestão estratégica, sua empresa poderá melhorar a qualidade de vida dos colaboradores e conquistar resultados mais expressivos.
A boa notícia é que você não precisa fazer tudo isso sozinho. Que tal aproveitar a oportunidade de promover o bem-estar físico, mental, emocional e financeiro dos seus funcionários de maneira contínua? Tudo isso é possível com uma única solução integrada.
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Imagem de capa: katemangostar on Freepik