Como Dimensionar Um disjuntor
Como Dimensionar Disjuntor
É comum ver em casas mais antigas um único disjuntor no quadro de entrada, e ainda utilizando condutor rígido.
Essa pratica deve ser abolida, pois para um perfeito funcionamento de todo circuito da residência e segurança de todos que frequentam aquele ambiente, é necessária uma proteção mais adequada e correta.
Dessa forma, devemos ter como conhecimento básico de que em uma residência temos iluminação, equipamentos de baixa e alta potência e lugares úmidos, com isso ter um único disjuntor com um valor elevado pode não estar protegendo nada a sua casa e quem ali frequenta.
Portando, para um bom funcionamento de toda residência os circuitos devem ser separados no quadro de energia e cada um calculado para que seja aplicado um disjuntor compatível com a corrente elétrica do circuito.
Disjuntor e sua variação
Disjuntores são cada dispositivos capazes de atuar na proteção de circuítos que entram em curto-circuito ou em casos de sobrecorrente. Sua atuação ocorre quando existe uma corrente superior à que ele suporta, com isso ele interrompe o fluxo de energia instantaneamente, e com isso evita prejuízos aos equipamentos que estão ligados a ele.
Características e aplicação dos disjuntores termomagnéticos
Para se determinar o melhor disjuntor para cada tipo de circuito elétrico é analisado inúmeros fatores, tais como tipo da rede elétrica, os cabos elétricos empregados no circuito e os equipamentos que estarão sendo protegidos.
No mercado existem alguns tipos de disjuntores específicos para cada tipo de instalação elétrica, como por exemplo os disjuntores unipolares, bipolares e tripolares, que são aplicados em redes monofásicas, bifásicas ou trifásicas.
Veja as suas características:
• Disjuntor Unipolar: É indicado para circuitos com uma única fase. Ex: Circuitos de iluminação e tomadas em sistemas fase/neutro (127 ou 220 v);
• Disjuntor Bipolar: É indicado para circuitos com duas fases. Ex: Circuitos para chuveiros e torneiras elétricas em sistemas Bifásicos Fase/fase (220 v);
• Disjuntor Tripolar: É indicado para circuitos com três fases. Ex: Circuitos para motores em Sistemas trifásicos (220 ou 380 v).
Além desses tipos de disjuntores existem outras duas proteções que são itens obrigatórios de acordo com a norma NBR 5410. São os DR e DPS:
• DR (Dispositivo Diferencial Residual): Protege pessoas e animais contra choques elétricos;
• DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos): Protege os equipamentos ligados aos circuitos elétricos contra sobretensões e o circuito da residência.
Outros modelos de disjuntor que pode ser aplicado em redes domesticas são os disjuntores termomagnéticos, esses modelos possuem uma característica típica que determina a sua aplicação em cada circuito, são as curvas B, C e D.
• Os disjuntores de curva B são indicados para cargas resistivas com pequena corrente de partida, por exemplo, aquecedores elétricos, fornos elétricos e lâmpadas incandescentes e atuam em correntes de curto circuito de três a cinco vezes a sua corrente nominal;
• Os disjuntores de curva C são indicados para cargas de média corrente de partida, por exemplo, motores elétricos, lâmpadas fluorescentes e máquinas de lavar roupas e eles atuam em correntes de curto-circuito de cinco a dez vezes a corrente nominal;
• Os disjuntores de curva D são indicados para cargas com grande corrente de partida, por exemplo, transformadores BT/BT (baixa tensão), esses disjuntores atuam para correntes de curto-circuito entre dez e vinte vezes a sua nominal.
Dimensionando o disjuntor correto
Para dimensionar o disjuntor ideal para cada circuito o cálculo básico a ser usado é o da lei de Ohm, onde devemos separar os circuitos de iluminação, tomadas de uso geral e tomadas de uso específico.
Em cada circuito iremos fazer o cálculo de corrente total do mesmo e após isso determinar o disjuntor.
Vale lembrar que dificilmente você vai encontrar o disjuntor do mesmo valor calculado, dessa forma você deve utilizar o disjuntor com valor acima do calculado, por exemplo, se sua conta deu 13 A utilize disjuntor de 16 A, e assim por diante. A fórmula da lei de Ohm é dada por:
I = P / U
Onde lemos:
I: corrente nominal calculada do circuito;
P: Soma das potências do circuito;
U: tensão nominal da rede
Os circuitos deverão seguir uma linha de raciocínio para sua separação e posterior proteção, dessa forma faremos da seguinte maneira:
- Iluminação residencial básica
- Os disjuntores não devem ser superiores a 10 A;
- Os cabos condutores devem ser de no max. 1,5mm²
- Tomadas de Uso Geral (TUG);
- Disjuntores não devem ser superior a 20 A;
- Utilizar cabos de 2,5mm²
- Em circuitos com tensão de 127V a soma de potência não deve ultrapassar 2540w e em 220V 4400w, caso ultrapassar separe em mais de um circuito TUG;
- Tomadas de Uso Específico – TUE ( chuveiro, ar condicionado, motor, etc.);
- Nesse caso no manual dos equipamentos é descrito o disjuntor correto para proteção do mesmo, sendo assim, é recomendado um circuito separado para cada equipamento e um disjuntor para cada circuito;
- Os cabos devem ser apropriados para que cada circuito funcione corretamente;
- Nunca agrupar outro circuito nos TUE.
- Circuitos puramente resistivos (Aquecedores, lâmpadas incandescentes, etc.)
- Utilizar disjuntor de curva B;
- Utilizar mesma metodologia de cálculo para tomadas TUE;
- Nesse circuito atentar as tomadas, pois as comuns aguentam até 20 A, mas em circuitos resistivos podem exigir correntes superiores a 30 A;
- Circuitos indutivos (motores, reatores, etc.)
- Utilizar disjuntor curva C;
- Caso exista equipamentos com mais de 10 A é aconselhável deixá-lo com um circuito exclusivo