Como uso inteligência artificial no meu dia a dia de jornalista

Como uso inteligência artificial no meu dia a dia de jornalista

Como jornalista, descobri que a inteligência artificial (IA) pode ser uma aliada poderosa no meu trabalho diário. Neste tutorial, compartilho minha experiência pessoal sobre como integro ferramentas de IA na minha rotina para otimizar tarefas e estimular a criatividade. Vale ressaltar que esta abordagem é personalizada e pode não se aplicar a todos os profissionais ou situações, mas espero que possa inspirar você a encontrar seu próprio caminho com a IA.

Antes de começarmos: algumas reflexões

Antes de mergulharmos nas ferramentas e métodos, é crucial entender alguns pontos:

1. A IA funciona bem quando lida com informações que você já domina. Ela é ótima para reorganizar, remixar e dar novas perspectivas sobre dados conhecidos.

2. Cuidado ao usar IA para criar conteúdo totalmente novo fora da sua área de expertise. As IAs podem cometer erros ou inventar informações, então sempre verifique o resultado.

3. Pense na IA como uma parceira que acelera processos, não como uma substituta para seu conhecimento e julgamento profissional.

Agora, vamos às ferramentas e métodos que fazem a diferença no meu trabalho.

Minha caixa de ferramentas de IA no jornalismo

1. Capturando e organizando o caos


Para domar o fluxo constante de ideias e informações, uso o Capacities. É um arquivo digital onde armazeno de tudo: textos, áudios, recortes de notícias, ideias, o que for. A vantagem do Capacities é que ele permite criar conexões entre conteúdos aparentemente díspares, gerando insights inesperados. Ele tem uma integração direta com o WhatsApp: o que você mandar por mensagem, ele armazena em ordem cronológica.

O Capacities tem uma versão gratuita e uma versão paga, que inclui IA nativa da OpenIA. Isso me ajuda bastante a expandir fragmentos de ideias ou a ligar pedaços de informações espalhadas pela ferramenta.

Se essa ferramemta não for a sua praia, experimente alternativas como Obsidian ou Evernote. O importante é ter um lugar para depositar suas ideias para poder usá-las depois.

2. Transformando palavras em texto

Quantas vezes temos ideias no trânsito, caminhando ou fazendo café? Para não perdê-las, gravo mensagens de áudio e uso o ViraTexto, um robô de WhatsApp, para transcrevê-las. Assim, transformo rapidamente ideias faladas em texto pronto para ser trabalhado. O único porém dele é que os áudios não podem ter mais do que 4 minutos. Mas isso não tem sido um grande obstáculo no meu dia a dia. 

Um exemplo de uso foi outro dia, quando estava conversando com uma amiga sobre meditação. Estava explicando algumas coisas e dando dicas. Percebi que aquele material poderia virar um texto para ajudar iniciantes a conhecer a prática. Transcrevi os áudios, pedi ajuda da IA no Capacities e fiz um texto sobre o assunto. 

3. Google Notebook LM: meu assistente de pesquisa 


Imagine ter um assistente que leu todos os seus documentos e pode criar conexões entre eles. É isso que o Google Notebook LM faz para mim. Alimento-o com PDFs, textos e URLs relevantes para meus projetos, e ele me ajuda a encontrar informações e gerar novas ideias a partir do material.

Uso-o para:

- Gerar resumos e sumários que me ajudam a visualizar projetos complexos.

- Criar rascunhos de textos baseados em minha pesquisa, economizando tempo na primeira versão.

- Explorar novas ideias para projetos maiores, como livros ou séries de reportagens.

4. Domando a bagunça das anotações

Confesso: minhas notas de reunião, de leitura e, em geral, costumavam ser um caos. Agora, uso as ferramentas de IA para organizar tudo em tópicos estruturados. Faço o mesmo com ideias soltas para transformá-las em propostas de projetos mais coerentes. É como ter um assistente que organiza seus pensamentos.

5. Polindo o texto final

Às vezes, precisamos daquele toque extra de formalidade ou criatividade. Uso IAs para:

- Escrever e-mails mais formais em inglês.

- Gerar sugestões de títulos quando estou sem inspiração.

- Revisar textos em busca de clareza e coesão.

Dicas para tirar o máximo da IA

1. Seja específico: Quanto mais detalhes você der à IA, melhores serão os resultados.

2. Contexto é tudo: Explique o projeto, o público-alvo e o tom desejado.

3. Defina o objetivo: Seja claro sobre o que você espera do resultado.

4. Revise, sempre: Trate o conteúdo gerado por IA como um primeiro rascunho, não como produto final.

5. Use IA para acelerar, não para substituir: Sua expertise e julgamento são insubstituíveis.

Lembre-se: a IA é uma ferramenta poderosa, mas é você, com sua experiência e senso crítico, que transforma dados em histórias que conectam e impactam pessoas.

Espero que essas dicas ajudem você a incorporar a IA no seu fluxo de trabalho de forma produtiva e criativa. E lembre-se, a melhor maneira de aprender é experimentando.

E vocês: que ferramentas usam no seu dia a dia?

Mario B.

Copywriter, community manager, especialista em thought leadership

3 m

Adorei as dicas, não conhecia nenhum. Por enquanto, uso muito a LuzIA para transcrever áudios de WhatsApp e sempre uso o ChatGPT (gratuito) para elaborar textos a partir de anotações brutas. A partir do material que o ChatGPT produz rapidamente, posso desenvolver uma versão mais completa e elaborada.

Gabriel Alves

Consultor sênior de Comunicação | PR | Storytelling | Biomédico, Matemático e Jornalista | PhD | Ciências da Vida | ex Novartis, Einstein

3 m

Sensacionais as dicas! Ainda não uso o Capacities, fiquei interessado.

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