Como as VCs estão percebendo as mudanças para financiar startups

Como as VCs estão percebendo as mudanças para financiar startups

Na última semana, comentei aqui sobre os efeitos da pandemia do coronavírus sobre fusões e aquisições entre empresas e como companhias que mantiveram controle de caixa nos últimos anos hoje estão aptas a crescer e superar a concorrência. Hoje, o tema são os investimentos em tempos de Covid-19 e as mudanças percebidas por alguns dos executivos das principais empresas de investimento em startups dos Estados Unidos.

As afirmações a seguir foram retiradas de artigo do site Fast Company que ouviu seis grandes empresas de financiamento - Sequoia Capital, Insight Partners, Forerunner Ventures, 500 Startups, Plexo Capital e T. Rowe Price. Os comentários dos executivos traçam um panorama bastante rico sobre quais devem ser os principais focos de investimento e inovação nos próximos anos e quais grupos tendem a prosperar mesmo no cenário de crise global que vivemos.

Em primeiro lugar, é importante destacar que as opiniões colhidas pelo portal não são homogêneas. Embora todas as empresas apontem que seguem fazendo prospecção de empresas e fechando acordos, há diferenças dos níveis de manutenção dos investimentos feitos pelas companhias. Além disso, também chama atenção a diferença de percepção dos impactos das restrições de circulação nas operações das empresas.

Enquanto Christine Tsai, CEO da 500 Startups, saudou a realização de demo days online, com participação de milhares de pessoas e a possibilidade de manter os vídeos na rede para que mais pessoas sigam assistindo, Andrew Davies, da T. Rowe Price, apontou que esse tipo de medida foi um obstáculo nos últimos meses para novos investimentos e que sua empresa acabou por privilegiar companhias já conhecidas, com relação de negócios mais antiga.

As falas dos executivos também comportam insights importantes sobre os caminhos da economia para os próximos meses ou anos. Roelof Botha, um dos sócios da Sequoia Capital, entende o momento como uma grande oportunidade para empresas de setores que têm crescido durante a pandemia. Assim, ele afirma que “é provável que a concorrência se reduza pelo que vai acontecer nos próximos 12 meses”.

“quem sobreviver vai se destacar de forma desproporcional”.

Na mesma linha, Parekh aponta que o recado às empresas é de que quem tomar as decisões certas agora vai colher muitos frutos à frente. No entanto, ele deixa claro que a receita em meio à pandemia tende a ser a mesma que em tempos normais: observe sua curva de demanda, tente adaptar seu negócio a ela e, com a estratégia correta, invista nas suas forças para obter um diferencial diante da concorrência. “Isso não significa que será fácil”, alerta o executivo.

Por fim, o texto mais inspirador é da fundadora da Forerunner Ventures, Kirsten Green. Segundo ela, a incerteza desse tempo – com a saúde, a economia, as relações, a pandemia– gera medo, mas também abriu a porta para que pudéssemos desacelerar o ritmo da vida que levávamos e a condição de focar naquilo que realmente interessa.

Para Green, essa nova situação nas nossas vidas pessoais deve ser transposta para o mercado, com maior valorização de medidas de grande impacto, com incentivo a ações de sustentabilidade e práticas de responsabilidade social por parte das empresas.

Essas são apenas algumas das muitas mudanças que virão no futuro próximo. O importante é estar preparado para elas.

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