Como você quer estar quando a crise passar?

Como você quer estar quando a crise passar?

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    AS INSPIRAÇÕES QUE VÊM DOS COMPORTAMENTOS DAS ORGANIZAÇÕES

    Não há outro assunto tão presente e recorrente no momento quanto a crise econômica e política que o país atravessa.

    Nas rodas de conversas, nos contatos familiares, nos noticiários, o assunto prevalece; e a situação de desemprego – real e potencial – faz-se presente.           Não só nos índices já auferidos, mas também nas perspectivas e projeções, a estimativa é que ainda por um tempo tenhamos o impacto do momento atual, o que gera em todos incerteza e preocupação.

    Pelos dados do IBGE*, que acompanha as contratações em mais de 3 mil municípios, a previsão é de que 2016 feche com índice de desemprego de 11%. Para o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, “o desemprego é o aspecto mais grave dessa crise, sobretudo porque não existe nenhuma perspectiva de recontratação no curto prazo”.

    Ok, se temos de fato um contexto desafiador, como lidar com isso? O que fazer para atravessar esse momento da melhor forma possível?

    A Revista Exame, edição 1111, traz uma extensa matéria sobre o comportamento das empresas durante momentos de crise – e identifica através de pesquisas os perfis comportamentais empresariais que apresentam mais ou menos chances de sucesso em períodos turbulentos.

    Bem, em coaching, lidamos com comportamentos. E foi inevitável visualizar uma interessante analogia entre o que fazem as empresas que demonstraram maiores índices de sucesso em momentos de crise e os comportamentos pessoais.

    Voltando à matéria da Revista Exame, o americano Jim Collins, considerado um dos mais renomados especialistas em gestão do mundo, fez uma análise meticulosa de um grupo de companhias abertas americanas que se saíram bem em mercados turbulentos ou imprevisíveis durante 3 décadas – e identificou certos parâmetros desse sucesso.

    Segundo ele, o desempenho de uma empresa durante a crise é determinado em grande parte pelo que ela fez antes disso. Trazendo alguns dos pontos levantados por ele, e que mais me chamaram a atenção:

    - As empresas com os melhores resultados olham para os próximos 25 anos e sabem onde querem estar;

    - Com base em onde querem estar, traçam um plano consistente que as leve à meta;

    - Reduzem custos, e não a produtividade: em tempos de crise, as melhores empresas se perguntam se estão aumentando a produtividade ou simplesmente cortando custos.

    Tudo o que a ajuda a continuar sendo a melhor deve ser preservado. E para esta decisão, a empresa precisa saber: o que ela faz melhor do que qualquer outra?

    - As empresas mais bem-sucedidas sabem construir redes de segurança, se preparando para eventos imprevisíveis – o que não significa que fiquem paralisadas;

    - Por outro lado, as empresas inicialmente bem-sucedidas que chegam “à beira do abismo”, perseguem negócios que não estão calcados em sua competência principal, negam sinais de alerta e culpam fatores externos pela sua queda.

    Agora, observando o comportamento dos líderes que conduzem boas transições num momento de crise, Collins destaca que eles não entram em pânico; fecharam negócios, reduziram custos, mas não abriram mão de seus valores e de sua cultura.

    Muito bem. Olhando esses comportamentos empresarias, se você fosse uma empresa – “Você S/A”, pegando emprestado este ótimo posicionamento – estaria no grupo das empresas preparadas para enfrentar bem uma crise, e sair mais forte dela?

    Para ajudá-lo nesta reflexão, veja quais são suas respostas às questões abaixo.

    1) Quais são seus objetivos? Você tem clareza de onde quer chegar? Onde quer estar daqui a 1 ano, 5 anos, 20 anos?  Qual sua meta? Qual seu plano?

    Uma grande parte das pessoas com as quais lidamos em nossos processos de coaching tem dificuldade em saber quais são seus objetivos. Muitas vezes vivem incômodos, sabem que algo não vai bem, sentem a necessidade de uma mudança, porém ainda não sabem, de forma objetiva, onde querem chegar. E aqui estou falando não só de meta profissional, mas também meta de vida.

    E provavelmente você já ouviu a frase que diz que, quando não se sabe para onde se quer ir, qualquer caminho serve.

    2) O quanto você está preparado para enfrentar os desafios e abraçar as oportunidades?

    Investiu ou está investindo em seu aprimoramento técnico e desenvolvimento pessoal?

    As empresas mais bem sucedidas estão sempre se preparando, não esperam o problema chegar.

    O que aprendemos em nossas vivências profissionais e o que vemos nos processos de coaching da Korkes & Cintra é que, tal qual as empresas, as pessoas que planejam, preparam-se tecnicamente e investem em seu desenvolvimento tendem a estar mais tranquilas e aptas a lidar com o que vem pela frente, sejam oportunidades ou adversidades.

    E você? Sabe o que precisa fazer exatamente agora para caminhar na direção do que quer para sua vida?

    3) Quem é você? O que você faz melhor do que os outros? Qual o seu diferencial?

    Saber o que o define é o ponto de partida para você saber como se posicionar, e como e onde aproveitar da melhor forma suas habilidades. Aprimorar e fazer melhor uso daquilo que o diferencia. E investir no desenvolvimento daquilo que falta para você chegar onde quer.

    Em tempos de mais seletividade nas contratações e de desafios maiores no empreendedorismo, ter a clareza sobre o você é bom, saber qual seu diferencial, saber em quais aspectos você pode trazer valor para o negócio - e ser assertivo em expor isso -  pode fazer a diferença entre ser contratado ou não, entre ser bem sucedido em seu negócio ou fracassar.

    4) Você está agindo em prol de seus objetivos? Ou está paralisado, esperando algo externo acontecer?

    Saber qual sua necessidade de segurança e cautela não significa ficar apavorado ou paralisado pelo medo – medo do resultado, da falta de garantias, de não saber o que vai acontecer ou como vai acontecer. O medo muitas vezes está relacionado simplesmente ao não saber.

    Então, pondere: qual a consequência de ficar paralisado? De que rede de segurança, de que você precisa para seguir em frente? O que precisa saber para se movimentar?

    Responsabilização é um dos pilares de processos de coaching bem sucedidos. Não delegar a responsabilidade para outrem daquilo que é seu, tomar as rédeas daquilo que depende de você realizar.

    Saber: qual a minha responsabilidade na situação? O que está sob meu controle? Onde posso interferir e influenciar?

    5) Agora, permeando tudo, está a essência da cada um.

    A clareza do seu objetivo, a sustentabilidade do seu desempenho profissional, o foco e a força de que você precisa para persistir apesar dos desafios, a energia necessária para caminhar com leveza e entusiasmo, dependem da coerência entre quem você é e o que você faz.

    Quais são seus valores? O que é importante para você? Do que você não abre mão? Qual seu grau de autoconhecimento? Qual seu propósito nessa vida?

    A sustentabilidade do seu caminho e de suas escolhas depende também da clareza dessas respostas. As palavras autoconhecimento e propósito estão na moda. Mas na Korkes & Cintra acreditamos na identificação e uso do autoconhecimento como um norteador prático e dinâmico, um conjunto de critérios organizados de forma a referenciar as tomadas de decisão e guiar nossa escolhas e atitudes.

    E então, como foram suas respostas? O seu comportamento está mais ou menos próximo aos exemplos das empresas mais bem sucedidas nas crises?

    Ah, um último comportamento dos líderes de sucesso em tempos de crise, citado por Collins e seguindo a máxima de Churchill:  nunca desistir. Nunca.

    Renata Guimarães Cintra é coach, sócia da Korkes & Cintra Coaching e membro do ICF - International Coaching Fereration.

    www.korkesecintra.com.br

     

    *Fonte: Portal G1

    Marco Antônio Da Silva

    Especialista em controles financeiros, contábeis, operacionais e regulatórios em cartões de crédito e débito.

    8 a

    Renata, Boa Tarde! Gostei muito do seu tema. Se me permite vou me apropriar das reflexões. Grande Abraço!

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