Compliance Officer como elemento estratégico do negócio.
Este artigo destina-se a todos os Compliance Officers e profissionais que reconhecem o seu papel estratégico para as Organizações. Atuando não somente nos pilares básicos de implantação de um programa de Integridade sólido e autônomo, mas sim ajustando sua visão para um olhar mais profundo e estratégico de maneira transversal com as áreas de negócio e suporte da Corporação.
Desde a criação das leis FCPA e SOx em 1977 e 2002 respectivamente, observa-se um movimento muito agudo dos esforços na comunidade global de Compliance sobre o âmbito dos controles internos e medidas na identificação de riscos de passiveis contábeis/ financeiros, bem como ações para se minimizar atividades corruptivas (de qualquer natureza) dentro e fora do perímetro das organizações.
Mais recentemente com conceito de visão G.R.C. (Governance Risk and Compliance), este ampliou o espectro de atuação das áreas de governança nas organizações mais maduras, principalmente aquelas com ações listadas no mercado Americano e Europeu. Onde estas conseguem enxergar claramente o valor agregado deste Oversight por parte do Board da Alta Direção sobre a sustentabilidade da Corporação, olhando de maneira holística e sistêmica a operação e seu papel perante a sociedade, autoridades legais e meio ambiente.
Sabemos que se tratando do território brasileiro o grande Boom destas manifestações que refletiram uma corrida à construção de estruturas de Compliance e Governança Corporativa, foram registradas após a repercussão das Operações da Policia Federal, a mais conhecida Operação Lava Jato. Que promoveu visibilidade e preocupação aos executivos, acionistas, investidores de empresas e chefes de estados das consequências irreversíveis às economias e sua identidade reputacional perante todos.
Chamo atenção aqui para uma nova era que vivemos onde as tecnologias disruptivas, Big Data & Analytics, a inteligência artificial, as ferramentas cognitivas, redes sociais, comportamento do consumidor e ações regulatórias nos fazem pensar sobre um modo de operação e postura mais proativa e menos reativa do Compliance Officer. Gerando soluções ágeis, criativas, acessíveis e funcionais com objetivo final de resguardar a perenidade da Organização ao longo prazo e também a promoção de uma cultura de consciência do indivíduo no contexto local e global.
Finalmente, a mensagem aqui é estimular a reflexão através de experiências vividas que o departamento de Compliance pode sim ser um elemento estratégico do negócio atuando como um parceiro, fomentando o diálogo e gerando soluções dentro da multidisciplinaridade que exige ao executivo de Compliance e sua equipe.
Por exemplo atuando:
- Nas contingencias trabalhistas, cíveis e fiscais – Juridico;
- Revisão de processos críticos ao negócio – Suprimentos, Produção, Pesquisa e Desenvolvimento;
- Sistemas tecnológicos e segurança da informação – Segurança e Tecnologia da Informação;
- Suporte comercial, técnico e legal nas Iniciativas e ações estratégicas do negócio - Marketing e força de vendas;
- Apoio nas demandas regulatórias – Assuntos Governamentais e Regulatório,
- Gestão de imobilizado, bad debt, impairment, unbilled, pagamento moeda estrangeira– Financeiro: Balanço, controladoria, tesouraria, planejamento operacional;
- Diligência (background check) com parceiros de negócio, fornecedores e pessoal – Compras, auditoria interna, Recursos Humanos;
- Revisão dos formulários de referência de 20F na publicação de resultados financeiros – Relações com investidores.
Felipe Dal Belo
Professor do MBA EM ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR, na Faculdade de Medicina do ABC
6 aUma vez mais gostaria de parabeniza-lo pelo artigo elaborado e por compartilhar o seu conhecimento e a sua experiência, alertando as organizações e principalmente os profissionais que nelas trabalham. E se me permite uma contribuição.. Trabalhando também nos sistemas de gestão integrado (qualidade, meio ambiente, saúde e segurança, responsabilidade social) e na interface destes com o negócio da organização.
Compliance CPC-A - Controles Internos no Instituto Presbiteriano Mackenzie
7 aParabéns pelo artigo Felipe. Ótima reflexão sobre a crescente importância do Compliance nas organizações, não somente como um departamento "burocrático" , mas sim estratégico .
Karynne Affonso
Senior Legal Counsel na Norsk Hydro
7 aExatamente! A experiência multidisciplinar do Compliance Officer não deve se ater a tão somente à parte defensiva na implantação dos programas de integridade. Sem dúvidas, ela pode e deve ser uma grande aliada do Compliance Officer quando auxilia na definição das estratégias e desenvolvimento dos projetos de longo prazo das cias. Parabéns pelo artigo!
Compliance | Advocacia Cível | Inteligência Jurídica
7 aMuito boa a perspectiva estratégia da área de compliance, se me permite, gostaria de acrescentar que em razão das soluções proporcionadas pela área, há um ganho estratégico financeiro. Ao mitigar os riscos e passivos há um "retorno" financeiro de quanto a empresa deixou de perder e pode agora utilizar o recurso financeiro melhor.