Comunicação Corporativa, Comunicação para Viver

Finais dos anos 80, início dos 90, a indústria automobilística brasileira começa a dar sérios e consistentes passos na direção de ter Qualidade como um real valor. E os seus fornecedores mais diretos, a cadeia de autopeças, sustentáculo da produção de veículos, teve que ser envolvida e comprometida. E adequadamente educada! Me lembro de uma frase de Joel Barker, um declarado futurólogo, “Qualidade é uma doença que, se você não pegar, vai morrer!” Bem, pegamos a doença, adoecemos e assumimos a tarefa de espalhá-la; contaminar nossos colaboradores, fornecedores e outros stakeholders.

Bem, o propósito desse artigo não é falar de Qualidade, mas sim do que tivemos que aprender e fazer, para nos comunicarmos para dentro e para fora de nossas empresas. E devo dizer que não foi nada fácil! Quebramos a cabeça, literalmente! Várias ideias criativas e várias ações postas em prática, mas que careciam de um apoio de Comunicação: quadros de avisos; posters; quadrinhos, cartoons, e por aí vai! Contratei uma empresa para me ajudar, a W3, empresa de comunicação de 3 irmãos (que não sei se ainda existe!). Um dos sócios, o Waldimas, só sossegou quando aprendi uma máxima, que até hoje me orienta: Comunicação é um fenômeno do emissor! Todas as vezes que seu interlocutor não te entende, revise o que está procurando transmitir e, principalmente, a forma! Evite pensar que ele “é um tolo e de nada entende!”. O problema é você!

E, acho que me transformei em um comunicador bem razoável. E, a partir dos ensinamentos do Waldimas, adicionei uma crença pessoal: falando ou escrevendo, não invento um personagem: falo sem aquelas impostações rebuscadas, sem misturar português com inglês, um cacoete presente em muitos executivos; e escrevo da maneira como falo! Tem dado certo!

Bem, agora atuando como Conselheiro, e após me certificar pelo IBGC, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, aprendi bastante sobre Transparência, o Princípio de nº 2 de Governança. As partes interessadas, devem ser abastecidas de dados e informações da empresa! E ao prepara-los, é importante que a empresa considere o que cada uma dessas partes interessadas precisa saber, e fundamentalmente como é sua Cultura. Acionistas, colaboradores, bancos, clientes e fornecedores, comunidade em geral, cada uma com um bloco de informações para ele preparadas e tratadas. Os Demonstrativos Financeiros podem ser áridos para muitos; mas, trabalhados e com uma boa “conversa com os números”, ficam bem legais; os Relatórios de Auditoria, não devem ser “canetados”; mas interpretados sim. Os colaboradores, tem que saber tudo de um jeito bem despojado, sabendo que, de maneira geral, ele se orgulha de pertencer àquele ambiente de negócios e, provavelmente, vai compartilhar o que receber com sua família.

Pro final, e em minha modesta opinião, comunicar e com Transparência é e deve ser um jeito de ser. É prazeroso o resultado! Se você tem isso já desenvolvido dentro de você, seguro que vai encontrar desenhos apropriados, veículos adequados para atingir o seu público de interesse.  Se -ainda! – não tiver esse jeito de ser introjetado dentro de você, vá à luta e se desenvolva com honestidade de propósito! Sempre lembrando a todos que não sou um comunicador profissional, mas, apenas e tão somente, “um aprendiz de feiticeiro”!

Boa sorte na sua empreitada da Comunicação. Mas lembre-se que, de forma geral e nos mais diversos ambientes e situações, você estará se comunicando: com o garçom, com o frentista do posto de gasolina, com seus médico e dentista, mulher e filhos. É assim que você enxerga a questão? Se sim, está pronto pra isso tudo?!  

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