Capitalismo Consciente e Sustentabilidade

Capitalismo Consciente e Sustentabilidade

O 5º Princípio da Governança Corporativa, segundo o IBGC, nos diz que é mandatório zelar pela viabilidade econômico-financeira da organização.......levando em consideração os diversos capitais – financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, natural e reputacional –. Tudo isso junto, fazendo com que as organizações atuem numa relação de interdependência com os ecossistemas social, econômico e ambiental.

Um olhar sensível e arguto para o mundo como um todo, nos leva a crer que esse princípio não parece fazer parte das organizações e muito menos dos governos. Lucros retidos nas mãos de poucos (menos de 10 famílias controlam o dinheiro no mundo); mais de 750 milhões de pessoas no planeta, passando fome; tragédias ambientais para todos os (des)gostos.

A prof.ª Francine Póvoa, falando sobre o tema numa aula do Board Academy, trouxe dados oriundos de pesquisa séria, que podem explicar, e bem, as razões que o tema ESG, embora muito falado, não deslancha conforme (muito!) necessário. Vamos lá:

·        55% dos conselheiros entrevistados afirmam que ESG faz parte da agenda do Conselho;

·        Mas, apenas e tão somente, 42% compreendem muito bem, a Estratégia ESG;

·        27% sabem dos riscos, e

·        24% enxergam as oportunidades.

Falando sério, o relato não é nada animador. Identificação e Análise de Riscos, é atividade de vital importância na agenda do Conselho, seja ele qual for.  A Academia nos dá uma visão muito clara da sua importância e das implicações – inclusive legais – de não o fazer. Um Mapa de Riscos tem que ser atualizado constantemente e ser, GERENCIADO. Aprendi desde cedo, que fazer certo logo de cara, custa muito menos que corrigir depois.

E as demais implicações ESG? Também segundo a apresentação da prof.ª Francine, faltam aos Conselheiros, habilidade, coragem e mindset.  Opa, então o problema é maior que a base submersa de um iceberg. Será que Conselheiros tem receios de buscar uma conciliação entre o apregoado pela Agenda ESG e o desempenho financeiro das suas empresas e, por conseguinte, suas entregas aos acionistas? Se a reputação positiva de uma empresa, bem trabalhada, tiver o reconhecimento do consumidor, “na boca do caixa”, a tarefa fica menos difícil, não?!

Se as diversidades forem adotadas e bem aproveitadas, a empresa ganha, não? Imaginem a riqueza de contribuição de gente diferente, com perspectivas, visão de mundo e culturas diferentes, para um mesmo problema? Fantástico, não?

Bem, o tema é enorme e profundo. E tem o condão de ser atual e muito necessário para o futuro das nações, das organizações e das suas gentes. Mas é preciso começar, séria e consistentemente. Penso que Propósito, Orientação para Stakeholders, Cultura e Liderança Consciente, só podem germinar e florescer se os Líderes dessa jornada estiverem efetivamente preparados e seguros de que estarão fazendo algo melhor para suas organizações e instituições; sejam elas quais e de que tipos forem. E, quando forem discutir o Legado da instituição e de seus fundadores, que tenham isso em mente, também. E, se nós Conselheiros carecemos de mais informação e formação, e um ajuste no nosso mindset, não é pra começar já?

Estou disposto e sedento! E você?

#conselheirospme #sindipeças #ibgc #boardacademy #boardclub #governaçacorporativa

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