As Comunidades e o Fim da “TikTokização” das Profissões

O branding pessoal e a habilidade de “se vender bem” têm ganhado destaque em nossas relações de trabalho. É provável que você já tenha encontrado (ou venha a encontrar) um profissional que se destaca pela sua auto-promoção brilhante, porém resultados reais não correspondem às expectativas criadas. Muitas vezes, essa discrepância não passa despercebida, internalizamos um pacto social, coletivo e silencioso de não questionar esse gap entre a expectativa e a realidade. Esperamos que a verdadeira competência dos profissionais se revele de forma gradual. Quando trazemos algumas questões à superfície, elas podem ser a ponta do iceberg de problemas estruturais mais profundos nas organizações.

Essa estratégia de buscar visibilidade profissional a qualquer custo é uma consequência direta da influência das redes sociais em nosso estilo de vida. Em 2023, li a tese de mestrado em Comunicação, intitulada “A Influência da TikTokização das Profissões na Visão de Carreira dos Millennials e da Geração Z através das Mídias Sociais Instagram e TikTok”, de Rafaela Moraes (UFRGS). Nela, conheci a expressão “TikTokização”, que ela define como a superficialização e a exposição exagerada nas mídias sociais como uma forma de promoção profissional.

Esse conceito me levou a refletir sobre a cultura dominante, onde quem grita mais alto ou primeiro é quem acaba vencendo. Além disso, percebi a relação com a ideia de que tudo pode ser aprendido através de vídeos curtos, feitos de forma independente e por qualquer pessoa, o que minimiza a complexidade do trabalho e a necessidade de estudo e qualificação. Muitas vezes, esquecemos que essas práticas simplistas visam apenas gerar engajamento e monetização.

Embora a comunicação e o posicionamento pessoal sejam essenciais para o sucesso profissional, é igualmente crucial e necessário que se construa sólidos conhecimentos. Nesse contexto, as comunidades são lugares de encontro excelentes para o desenvolvimento, onde podemos discutir desafios reais, trocar insights valiosos, promover a colaboração e a melhoria contínua em nossas práticas.

A influência 2.0 está emergindo, com um foco crescente na construção de comunidades autênticas. É o momento de deixarmos para trás as superficialidades e de sermos verdadeiros dentro e fora das redes sociais. Nossas trajetórias e experiências têm o potencial de impactar outros profissionais de maneiras que talvez nem imaginemos. A responsabilidade de formar e nutrir conexões significativas é nossa. Ao buscar autenticidade e construir relações verdadeiras, enriquecemos nossa própria trajetória profissional.

Quero saber: Vocês fazem parte de alguma comunidade? Como elas impactaram sua jornada profissional? Quais foram os momentos em que o apoio de uma rede ou grupo fez toda a diferença na sua carreira? E como você vê a influência dessas interações na sua trajetória de crescimento e excelência?

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