Conflito advém do latim “conflictus”

Há alguns dias busquei me aprofundar no tema gestão de conflitos no ambiente de trabalho, tema importante e indispensável para as lideranças. Neste artigo do linkedin apresento os principais pontos deste tema, somado a este a importância de compreender-mos as principais etapas, pontos de detecção e como um bom mediador pode influenciar para a mitigação da queda de produtividade neste mesmo ambiente.

Segundo Mariana Clara Galrão Pereira (2022) em sua dissertação, Impacto dos determinantes da Inteligência Emocional na Gestão de Conflitos e no Desempenho e Produtividade, cita que no ambiente de trabalho as pessoas são colocadas diariamente em situações de extrema pressão, nomeadamente os líderes que vivem em constante negociação assim sendo, se a Inteligência Emocional estiver bem desenvolvida, estes saberão como lidar com essas situações. Segundo Goleman (1998), a inteligência emocional, é a “capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmos, e de gerir bem as emoções dentro de nós e nossos relacionamentos”

Gestão de Conflitos

Atuar na gestão de conflitos requer um conjunto específico de competências e habilidades interpessoais, muitas das quais são consideradas soft skills. Tratar o conflito de forma assertiva, colabora para a redução do impacto, promovendo um ambiente favorável, por vezes ocasionado pela ausência de comunicação, expectativas frustradas, meio a emoção, razão e a percepção do problema.

A imagem abaixo, retirada do curso de gestão de conflitos Enap retrata as possíveis interações promovidas pela PERCEPÇÃO, EMOÇÃO e AÇÃO na geração de conflito entre as pessoas nas organizações.

Diante da emoção, ação e percepção, surgem as seguintes visões e interações:

Para a percepçao, a divergência de ideias é vista como ameaça ou uma boa oportunidade. Com a emoção, surgem o medo e a segurança. O comportamento para ambos, assim como o comportamento humano, frente a situação, quando agravada, sugere dentro dos conflitos gerados, desenvolver ações como: atacar, fugir ou até mesmo colaborar. As interações citadas são representadas na imagem abaixo:

Ao surgimento do conflito e seu amadurecimento, sugere-se a compreensão do Modelo de Níveis de Conflito de Friedrich Glasl, que descreve nove estágios distintos de conflito, representados como uma escada descendente.

Abaixo estão os estágios e uma breve descrição de cada um:

1. Endurecimento: Neste estágio inicial, há diálogo e colaboração, as partes envolvidas no conflito começam a endurecer suas posições e a se distanciar emocionalmente umas das outras.
2. Debate e Polêmica: O conflito se torna mais visível e as partes envolvidas começam a expressar suas divergências de maneira aberta, muitas vezes através de debates e discussões acaloradas. É o pensamento do tipo preto ou branco. Neste momento a confrontação é mais evidente.
3. Ação ao invés de Palavras: As partes começam a agir de forma mais direta em vez de apenas discutir. Isso pode envolver ações simbólicas, demonstrações ou outras formas de expressão além das palavras.
4. Imagens e Coalizões: As partes buscam apoio externo e constroem coalizões para fortalecer suas posições no conflito. Imagens negativas e estereótipos podem começar a ser usados para retratar o oponente de forma desfavorável.
5. Perda do Rosto: As partes começam a se sentir ameaçadas em sua identidade e integridade. O foco pode mudar de questões concretas para questões relacionadas à percepção de dignidade e respeito.
6. Estratégia de Ameaça: As partes recorrem a ameaças e pressões para alcançar seus objetivos. A confiança entre as partes diminui e a situação se torna mais tensa.
7. Ataques Destrutivos Limitados: A agressão física ou verbal pode se intensificar, com as partes envolvidas recorrendo a táticas destrutivas, embora ainda limitadas em escopo.
8. Fragmentação do Inimigo: As partes começam a se dividir internamente, com membros de um grupo discordando ou se dissociando de suas lideranças ou colegas.
9. Juntos para o Abismo: Este estágio representa a escalada final do conflito, onde a situação se torna tão desesperada e sem esperança que todas as partes estão à beira do desastre.

Conclusão:

Em um ambiente de trabalho dinâmico, a gestão eficaz de conflitos é uma habilidade crucial para as lideranças. No artigo, exploramos os principais pontos desse tema vital, destacando a importância de compreender as etapas do conflito, identificar pontos de detecção e reconhecer o papel fundamental de um mediador na mitigação da queda de produtividade por um ambiente favorável de trabalho.

A dissertação de Mariana Clara Galrão Pereira ressalta a relevância da inteligência emocional na gestão de conflitos. Em um cenário onde líderes enfrentam pressões constantes e negociações diárias, o desenvolvimento da inteligência emocional torna-se crucial para lidar eficazmente com situações desafiadoras. Conforme Goleman destaca, a inteligência emocional engloba a capacidade de compreender e gerir emoções, tanto próprias quanto dos outros, influenciando diretamente o desempenho e a produtividade.