Conflitos x Confiança

É muito comum falarmos sobre conflitos, tratando do aspecto individual, no sentido de limites ultrapassados entre as relações pessoais, quando as opiniões são tão antagônicas e vaidosas que não se consegue convergência para um propósito comum.

No entanto, quero abordar os conflitos entre áreas internas das empresas, causa principal para o insucesso das metas coletivas e de prejuízo corporativo.

Todos sabemos que a engrenagem de uma empresa, depende da relação de interdependência entre as muitas áreas de atuação interna, em uma verdadeira coexistência, para que o organismo empresarial produza com eficiência e eficácia.

Em minha atuação como consultor empresarial é comum iniciar um trabalho em uma corporação e logo na primeira fase do trabalho de planejamento, diagnosticar as mesmas “doenças” verificadas nas demais. As áreas internas não se falam ou não conectam seus subprocessos, olhando somente para o seu próprio umbigo, assim prejudicando os processos macro e consequentemente os resultados da empresa.

Se as metas individuais e de cada área não considerarem as necessidades coletivas, pensando somente no atingimento das próprias, o resultado global desejado será comprometido ou acabará não sendo atingido.

Nesse sentido reputo aos líderes a maior responsabilidade para a assertividade das ações e observação necessárias aos processos, cabendo a eles os ajustes periódicos do rumo das equipes.

Sem a liderança adequada e atenta, os conflitos, vez que inevitáveis, persistiram e acabaram tendo maiores atenções do que os objetivos. As energias serão sugadas dos grupos, contaminados pelas disputas, originadas das competições inerentes às atividades interrelacionais.

Dessa forma, inspirar confiança nas equipes é a chave para o trabalho cooperativo. A confiança percebida assegura a segurança necessária ao trabalho conjunto e com propósito.

Sendo assim, conforme Russell Hardin (2002), para um indivíduo confiar é preciso que perceba que o indivíduo que recebe o investimento de sua confiança tem as motivações adequadas para tal, ao ponto de que eventuais divergências existentes não se sobreponham ao interesse comum proposta.

Uma dica? Autoconhecimento. Estou convencido que entendo seus limites, fortalezas e pontos a desenvolver, você se aceita melhor, se conduz melhor, se autodesenvolve e mantém sua autoestima em nível suficiente para influenciar e desenvolver a confiança e evitar conflitos. E se inevitáveis, mediá-los como ninguém.


ZANINI, Marco Túlio Fundão. Confiança: o principal ativo intangível de uma empresa / Marco Túlio Fundão Zanini. – 2. ed. – Rio de Janeiro : FGV Editora, 2016.

Alessandra Divino

Recursos humanos_Cultura _Desempenho_DHO_ transformação Digital_Projetos _People analytics_Educação

4 a

Refletir sobre conflitos entre áreas é uma forma também analisarmos os comportamento individuais que impulsionam esse cenário. Muito interessante o texto, pois retrata uma realidade nas organizações e, com a pandemia, tenho a sensação que esse contexto foi potencializado! Obrigada

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