Da ética e perfeição, à crítica e julgamento.
É muito comum nos ambientes empresariais a valorização da eficiência. Desde a revolução industrial esse movimento parece que condiciona nossas possibilidades de sucesso. Focamos tanto nela, que já não sabemos não ser produtivos nem em casa.
Dentro das condições necessárias à performance e produtividade, vem a disciplina, valorização do esforço, metodologia, pragmatismo e a tendência de sistematizar e mecanizar nossa própria conduta no cotitiano. É praticamente pecado não se enquadrar. É um modelo socio-psicológico que nos habituamos a ele.
Naturalmente, a falta desses traços de comportamento nos causa problemas profissionais. Entretanto, o excesso deles também.
Perfeccionismo é um traço de personalidade. Por isso, pode ser tanto bom, quanto ruim. Onde está o veneno também está o antídoto. O que muda é a dose.
Pessoas perfeccionistas tendem a se dar bem nos ambientes corporativos. Afinal, quem não gosta de alguém que naturalmente cuida para fazer as coisas sem erros, rigorosamente detalhadas?
Em geral, esse traço de comportamento também vem acompanhado de esforço e disciplina. Por outro lado, estarão presentes no kit o julgamento (os outros não fazem a parte deles..) e a crítica (nunca está bom suficiente).
O lado ruim, é que os traços negativos desses padrão de comportamento são percebidos muito mais pelos outros, no convívio, do que pelo próprio indivíduo.
Por exemplo, os perfeccionistas costumam ser ótimos quando atuam no nível de execução. Organizados, sistemáticos e focados, são aquelas pessoas que não gostam de "conversa mole" quando estão trabalhando. Em geral são rápidos nas tarefas, e sentem-se bem em ver as coisas terminadas.
Agora, já em um trabalho em equipe, que é necessário colaborar, eles podem ser pouco atuantes ou ter uma atitude individualista (eu fiz a minha parte, agora façam a sua, eu não vou carregar ninguém nas costas). Também tendem a ser vistos como chatos (cri-cri) e/ou excessivamente duros e críticos, o que enfraquece suas relações e liderança. Ninguém gosta de gente chata.
Falando em liderança, outro ponto crítico é quando alguém assim é promovido à funções de responsabilidade com pessoas, ou seja, supervisor, gerente, etc. Como seu foco é nas tarefas, ele naturalmente dedicará muito tempo a elas e muito pouco às pessoas, o que passou a ser seu papel depois da promoção. Aí a empresa perde um grande executor e o promove a ser um gestor ruim. Precisaremos ajudá-lo.
Ao nos tornarmos cientes de nossos traços e tendências comportamentais, temos chance de agir no dia-a-dia com mais consciência, o que faz toda diferença na qualidade das nossas escolhas, e na consequência de nossa conduta para com os demais.
Autoconhecimento é o primeiro passo para que você seja feliz e próspero profissionalmente.
E então, você encontrou erros nesse texto? Pode ser que eu os tenha deixado aí de propósito, para sequestrar sua atenção e lhe fazer perder o foco na mensagem, que nesse momento é mais importante. ;)
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