Conselho Consultivo & Comunicação: Aliados para antes, durante e depois de uma crise!
Quando se analisa casos reais percebe-se de forma clara, ações e seus impactos, pois ao olhar para o retrovisor neste contexto fica mais fácil entender, porém é necessário trazer isto para a realidade e ter a consciência de que aquele fato acontecer com a gente, ajustadas as devidas proporções, ramos de atividade, exposição, riscos, etc. Neste desafio, analisar como a comunicação ajuda e respalda a tomada de decisão e compreender sua relevância, faz com que a estratégia da empresa contemple mais seriamente este tema para responder e atuar de forma mais assertiva e estratégica em momentos de crise. Assim, a comunicação corporativa é uma ferramenta vital para qualquer organização, especialmente em tempos de crise. Desastres que afetam a imagem de uma empresa, sejam eles naturais ou provocados por falhas internas, podem causar danos significativos à sua reputação, impactando diretamente a confiança de clientes, colaboradores, parceiros e investidores. Nesse contexto, o papel do conselho consultivo torna-se crucial, fornecendo suporte estratégico, aconselhamento especializado e uma visão externa essencial para a tomada de decisões rápidas e eficazes. Este artigo explora a importância de uma estratégia de comunicação corporativa robusta e o papel do conselho consultivo na gestão de crises, oferecendo uma visão abrangente sobre como as empresas podem mitigar os impactos de desastres na sua imagem.
A comunicação corporativa em tempos de crise tem como objetivo central preservar ou restaurar a confiança dos stakeholders, além de minimizar danos à imagem da empresa. Desastres que comprometem essa imagem requerem uma resposta rápida, transparente e coordenada, onde a clareza das mensagens e a escolha dos canais adequados são fundamentais.
Entre os principais componentes de uma comunicação eficaz durante crises estão:
Transparência: Ser honesto sobre os fatos, evitando tentativas de ocultação, é crucial para manter a credibilidade da empresa.
Velocidade na Resposta: O tempo de resposta é um fator crítico. Uma resposta rápida e precisa pode conter a crise e evitar especulações prejudiciais.
Consistência nas Mensagens: Todas as mensagens transmitidas devem ser consistentes em todos os canais e para todos os públicos, internos e externos.
Empatia e Responsabilidade: Demonstrar empatia pelos afetados e assumir a responsabilidade quando necessário são estratégias que podem humanizar a empresa e reduzir o impacto negativo.
Uma estratégia bem elaborada antecipa possíveis crises e estabelece protocolos de comunicação que podem ser rapidamente ativados. Isso inclui a criação de um plano de contingência que define responsabilidades, canais de comunicação prioritários, porta-vozes e mensagens-chave a serem transmitidas.
O conselho consultivo, composto por especialistas externos que não possuem envolvimento direto na operação diária da empresa, oferece uma perspectiva estratégica e imparcial em momentos críticos. Seu papel vai além de fornecer orientações operacionais; ele atua como um importante ponto de apoio para a alta liderança, ajudando a guiar a empresa na tomada de decisões em situações de alta pressão.
Durante crises que afetam a imagem corporativa, o conselho consultivo pode:
Oferecer uma Perspectiva Externa e Objetiva: Por estarem menos envolvidos nas operações cotidianas, os membros do conselho podem analisar a situação com uma visão mais distante e estratégica, identificando riscos e oportunidades que podem não ser evidentes para quem está diretamente envolvido.
Fornecer Expertise Específica: Em crises complexas, o conselho consultivo pode agregar especialistas em comunicação de crise, relações públicas, ou áreas técnicas específicas relacionadas ao desastre. Isso permite que a empresa tome decisões bem informadas e baseadas em dados.
Atuar como Validadores da Comunicação Externa: Antes de qualquer comunicação ser feita ao público, o conselho pode revisar e ajustar as mensagens para garantir que sejam claras, estratégicas e eficazes.
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Servir como Mediadores com Stakeholders Externos: Em algumas situações, o conselho pode atuar como um intermediário entre a empresa e seus principais stakeholders, promovendo uma comunicação mais fluida e evitando mal-entendidos.
A atuação do conselho consultivo não se limita à gestão imediata da crise, mas também tem um papel fundamental na recuperação da imagem e na reconstrução da confiança após o evento. É comum que, em um cenário pós-crise, as empresas precisem reavaliar suas estratégias de longo prazo, aprendendo com os erros e ajustando seus processos internos para evitar futuros desastres.
Nesse contexto, o conselho consultivo pode:
Auxiliar na Avaliação de Riscos Futuros: Ao revisar as causas da crise, o conselho pode ajudar a identificar vulnerabilidades e sugerir melhorias em políticas internas, como o aprimoramento de protocolos de segurança ou a criação de um comitê de gestão de crise mais robusto.
Revisar e Reforçar a Governança Corporativa: A crise muitas vezes expõe falhas na governança da empresa. O conselho pode sugerir ajustes na estrutura organizacional ou em processos decisórios para aumentar a resiliência e a agilidade da empresa em crises futuras.
Apoiar a Restauração da Reputação Corporativa: O processo de reconstrução da imagem da empresa pode ser lento e complexo. O conselho consultivo pode orientar campanhas de relações públicas e estratégias de comunicação voltadas para reforçar valores como integridade, transparência e responsabilidade social, ajudando a empresa a reconquistar a confiança de seus stakeholders.
Um dos exemplos mais marcantes de uma crise corporativa causada por um desastre foi o derramamento de óleo da BP no Golfo do México, em 2010, após a explosão da plataforma Deepwater Horizon. O desastre ambiental afetou profundamente a reputação da BP, gerando uma onda de críticas e ações legais, além de uma crise de imagem que perdurou por anos.
Durante a crise, o conselho consultivo da BP desempenhou um papel essencial ao:
Fornecer orientação estratégica sobre como lidar com o público e as autoridades: A BP teve que comunicar-se de maneira consistente e transparente com governos, ambientalistas e o público em geral.
Recomendar ações de reparação: O conselho foi fundamental na sugestão de medidas reparatórias para mitigar o impacto ambiental e financeiro, como a criação de um fundo de compensação para as vítimas do desastre.
Avaliar a postura da empresa perante a crise: Embora a resposta inicial da BP tenha sido criticada por sua lentidão e falta de empatia, o conselho consultivo ajudou a ajustar a abordagem comunicacional, focando em assumir a responsabilidade e em trabalhar para reparar os danos.
Este caso real demonstra claramente a importância e relevância da comunicação como suporte estratégico para a organização e a importante atuação de um conselho consultivo no antes, durante e depois. Esta união entre a comunicação corporativa e o papel do conselho consultivo traz elementos inseparáveis na gestão de crises que afetam a imagem de uma empresa. Em desastres que podem comprometer a reputação e até mesmo a sobrevivência de uma organização, a estratégia de comunicação precisa ser ágil, transparente e coordenada, enquanto o conselho consultivo desempenha o papel de orientador estratégico, garantindo que as decisões sejam tomadas com base em uma análise sólida e imparcial. Empresas que conseguem unir uma comunicação eficaz com a sabedoria do conselho consultivo estão melhor preparadas para enfrentar crises e emergir delas mais fortes e resilientes.
Excelente reflexão Marcelo Colleoni , parabéns