Conselhos de Alto Impacto, um diferencial competitivo para as Empresas
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Conselhos de Alto Impacto, um diferencial competitivo para as Empresas

Num cenário de negócios cada vez mais imprevisível, muitas empresas que conseguem se destacar têm algo em comum: a presença de um conselho de alto impacto. Não se trata apenas de um grupo que revisa decisões e avalia planilhas. Estamos falando de um time que atua como parceiro estratégico, ajudando a empresa a navegar pelos desafios, inovar e se fortalecer. A boa notícia é que esse tipo de conselho pode fazer toda a diferença, especialmente em tempos de crise.

O conselho de alto impacto é aquele que não só supervisiona a gestão da empresa, mas também desempenha um papel estratégico fundamental. Os conselheiros trazem uma visão abrangente, experiência diversificada e uma habilidade especial para identificar oportunidades e antecipar riscos. Eles não são reativos; ao contrário, estão sempre em busca de como a empresa pode crescer e se adaptar, especialmente em momentos de incerteza.

Agora, imaginemos um cenário externo cheio de surpresas: uma crise econômica global, mudanças regulatórias repentinas, novas tecnologias surgindo a cada momento. Todos esses fatores afetam diretamente a empresa e, muitas vezes, fazem com que os gestores fiquem sobrecarregados com suas atividades do dia a dia. Nesse contexto, o papel do conselho é crítico. Um conselho de alto impacto não apenas orienta a empresa durante a tempestade, mas também antecipa as tendências e prepara a organização para enfrentá-las de forma eficaz. Ele atua como um amortecedor para os percalços do mundo externo e combustível para a jornada futura. 

Podemos citar alguns exemplos da atuação do conselho quando ele está bem preparado e principalmente, bem formado. Isso faz a diferença entre empresas ágeis e de sucesso, das empresas que não contam com esse apoio. 

  • Antecipação de Riscos: Quando uma crise financeira global, como a de 2008, estourou, empresas com conselhos preparados foram capazes de reagir mais rapidamente. Um conselho proativo pode ajudar a empresa a revisar seu portfólio, proteger ativos e buscar oportunidades mesmo em tempos de retração.

  • Resiliência e Flexibilidade: Um exemplo recente é o da Tesla. Durante a pandemia da Covid-19, o conselho da Tesla foi essencial para garantir que a empresa se ajustasse rapidamente, priorizando a saúde dos funcionários, enquanto ao mesmo tempo acelerava projetos de inovação, como a produção de ventiladores.

  • Inovação como Resposta às Mudanças: Um conselho que incentiva a inovação constantemente ajuda a empresa a ver mudanças como oportunidades, e não como ameaças. A Amazon é um ótimo exemplo disso. Seu conselho desempenhou um papel fundamental ao encorajar a diversificação de serviços e produtos, como o AWS (Amazon Web Services), que hoje é um dos maiores geradores de receita da empresa.

  • Equilíbrio entre Riscos e Oportunidades: Durante períodos de volatilidade, conselhos de empresas como a Unilever adotaram uma abordagem equilibrada, ao mesmo tempo que preservavam o core business da empresa e faziam investimentos em inovação, sustentabilidade (ESG) e mercados emergentes. Esse equilíbrio entre manter a segurança e buscar novas oportunidades é fundamental em quaisquer situações, principalmente em tempos incertos.

Os gestores, que já lidam com os desafios do dia a dia, precisam de apoio estratégico para tomar decisões mais informadas e acertadas. É aqui que o conselho de alto impacto entra em cena, oferecendo uma perspectiva isenta que vai além do operacional e, muitas vezes, traz um ponto de vista externo que os gestores sozinhos não conseguem enxergar por estarem mergulhados em seus próprios negócios.

- Ajuda na Priorização: Em tempos de mudanças constantes, é fácil se perder no meio de várias demandas urgentes. Um conselho eficaz ajuda a definir o que realmente importa e o que deve ser deixado de lado.

- Visão Externa: Muitas vezes, os gestores estão tão envolvidos no cotidiano da empresa que perdem a capacidade de enxergar as tendências globais e os movimentos da concorrência. Um conselho que traz experiência internacional e uma visão mais ampla, ajuda a manter a empresa conectada ao mundo e muitas vezes antecipar ações.

- Freio e Acelerador: Em alguns momentos, os gestores precisam pisar no freio para reverem prioridades e planos estratégicos, cabe ao Conselho sugerir cautela quando for necessário, como na crise do setor de petróleo de 2014, quando muitas empresas tiveram que cortar custos e segurar investimentos. Em outros, precisa incentivar a gestão a acelerar a inovação, como no caso da Netflix, cujo conselho incentivou a migração para o streaming digital antes que o mercado percebesse a mudança.

Mas nem sempre o conselho realiza seu pleno potencial e atinge seus objetivos. Há casos em que ele não consegue exercer o impacto esperado. E isso pode acontecer por várias razões:

  • Falta de Diversidade de Pensamento: Quando todos os conselheiros têm experiências e opiniões muito semelhantes, o conselho tende a cair no chamado pensamento de grupo (group thinking), onde as ideias são aceitas sem contestação. Um bom exemplo disso foi o conselho da Lehman Brothers antes da crise de 2008, que ignorou sinais de alerta, contribuindo para a falência da instituição.

  • Passividade e Falta de Engajamento: Um conselho que não é proativo, que só reage aos problemas em vez de antecipá-los, perde oportunidades de gerar valor. Empresas onde os conselheiros são muito distantes da gestão, como aconteceu na Kodak, acabam sendo surpreendidas por inovações disruptivas que geralmente vêm da concorrência.

  • Falta de Alinhamento Estratégico: Quando o conselho e a gestão não estão em sintonia, as decisões podem se tornar contraditórias. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o conselho está focado em metas de curto prazo, enquanto a gestão quer investir em uma estratégia de longo prazo.

  • Excesso de Foco em Governança e Falta de Inovação: Conselhos que se concentram apenas em governança e conformidade podem perder o foco em inovações essenciais para o futuro da empresa, deixando de assumir riscos inerentes ao negócio. Um exemplo clássico é o caso da Blockbuster, onde o conselho estava mais preocupado em manter o modelo de negócios existente do que explorar novas tecnologias.

  • Deficiência em Liderança: Sem uma boa liderança no conselho, há ineficiência na tomada de decisões. A ausência de uma liderança forte pode resultar em conselhos desorganizados e sem um direcionamento claro. O Presidente do conselho precisa assumir seu papel de líder e tomar decisões em prol da Companhia. 

Nesse contexto todo, de ambiente interno, os Gestores e externo, o Conselho, a área de Recursos Humanos possui papel fundamental para garantir que a empresa esteja pronta para receber e se beneficiar desta parceria que se forma entre os gestores e os conselheiros. já tratamos em outros artigos da relação de confiança e transparência que deve haver entre ambos. A equipe de RH cria a base necessária para que o conselho não só seja ouvido, mas que suas recomendações sejam implementadas de forma eficaz. E como eles fazem isso?

  • Desenvolvimento de Lideranças: O RH é responsável por identificar e preparar os líderes da empresa que vão colaborar de forma produtiva com o conselho. Eles ajudam a cultivar talentos que estão abertos à inovação e à mudança, algo essencial em um ambiente volátil.

  • Cultura de Adaptação: Um dos maiores desafios para qualquer empresa é adaptar-se rapidamente a novas realidades. O RH tem o papel de promover em parceria com os gestores, uma cultura organizacional que abrace a mudança e esteja sempre pronta para se ajustar, algo vital em tempos incertos.

  • Gestão de Talentos: O RH garante que a empresa tenha as pessoas certas, nas posições certas, para executar as estratégias recomendadas pela alta gestão e aprovadas pelo conselho. Isso inclui contratar profissionais com habilidades inovadoras e garantir que a equipe esteja capacitada para enfrentar os desafios.

  • Comunicação Eficaz: O RH facilita o processo de comunicação entre o conselho e a gestão, garantindo que todos estejam alinhados em relação às estratégias e objetivos. Em tempos de mudanças, essa comunicação se torna ainda mais essencial para que as decisões sejam rápidas e bem implementadas.

Para que o conselho tenha realmente um impacto positivo, a empresa precisa estar preparada. Isso significa investir em governança, fortalecer a comunicação e criar mecanismos ágeis de feedback.

  • Fortalecer a Comunicação: A empresa precisa garantir que exista uma troca constante de informações entre o conselho e a gestão e de forma transparente e clara. Isso inclui reuniões frequentes e relatórios bem elaborados.

  • Governança Sólida: Sem uma estrutura de governança bem definida, o conselho não terá uma base sólida para atuar. Isso inclui regras claras sobre tomada de decisão, responsabilidades e alinhamento de expectativas.

  • Mecanismos de Feedback Rápido: É importante que a empresa tenha um sistema para avaliar rapidamente o impacto das decisões e ajustar as ações conforme necessário. Um feedback ágil ajuda a empresa a reagir rapidamente às mudanças externas.

  • Cultura de Inovação: Uma empresa que valoriza a inovação está mais preparada para se beneficiar das orientações do conselho, por estar mais aberta a novidades e novas tecnologias. É preciso incentivar essa cultura desde a base, para que os funcionários estejam sempre prontos para abraçar novas ideias e formas de trabalhar.

Podemos concluir que em um ambiente de negócios turbulento e dinâmico, um conselho de alto impacto pode ser o diferencial crucial entre o sucesso e o fracasso. Esses conselhos não se limitam a supervisionar; eles são parceiros estratégicos, oferecendo uma visão ampla e experiência valiosa para guiar a empresa através dos desafios e incertezas. Com a habilidade de antecipar riscos, fomentar a inovação e equilibrar oportunidades com segurança, um conselho bem preparado se torna um verdadeiro ativo para qualquer organização.

No entanto, a eficácia de um conselho não é garantida. Falhas podem ocorrer devido a falta de diversidade, passividade, desalinhamento estratégico ou uma liderança fraca. Portanto, para maximizar o impacto positivo do conselho, é essencial que a empresa fortaleça a comunicação, estabeleça uma governança sólida e cultive uma cultura de inovação e adaptação.

O papel do RH é vital nesse processo, garantindo que a empresa esteja pronta para colaborar efetivamente com o conselho e implementar suas recomendações. Ao investir na preparação interna e na integração harmoniosa entre gestão e conselho, uma empresa pode não apenas enfrentar os desafios com maior resiliência, mas também aproveitar as oportunidades para crescer e prosperar. Com um conselho de alto impacto e uma base interna bem estruturada, a empresa estará mais bem equipada para transformar desafios em oportunidades e construir um futuro mais sólido e inovador.


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