Considerações sobre idade no mundo corporativo
Em projetos de planejamento e transição de carreira, encontramos muitos executivos que já passaram dos 50 anos e que nos procuram para tentar combater, de modo convencional [busca de um novo emprego formal] ou não-convencional [aquilo que denominamos, na Produtive, de “FAR – Fontes Alternativas de Renda”], o preconceito que os cerca, pela idade.
Muitos desses executivos possuem currículo excepcional e idoneidade profissional, mas são rechaçados, simplesmente porque atingiram aquele estágio de vida que corresponde ao limbo entre a “capacidade de produzir” e a aposentadoria.
Há algum tempo, bem antes de me decidir por abraçar a profissão de conselheiro de carreira, meu amigo e 'headhunter', ex-Arthur Andersen, Carlos Eduardo Felicíssimo Ferreira, consultou-me sobre o que eu pensava disso. Minha resposta está aqui sumariada.
Como eu sei que sou procurado por pensar fora da caixa e para fornecer respostas inusitadas, em vez de lhe dizer, como é habitual, que se trata de “simples preconceito”, afirmei-lhe, na ocasião, que havia um motivo “racional” [e tácito] para as corporações evitarem a contratação de pessoas de idade mais avançada: o aumento dos custos médicos. Quem é da área sabe que essa conta não se paga. A medicina avança, vive-se mais, mas a um custo médico [e previdenciário] altíssimo.
Porém, que essa “racionalidade” [propositadamente colocada ente aspas] não justificava, em absoluto, a adoção de uma regra que não se apropriasse, para sua constituição, dos fatos em si, que fazem admitir, então, as exceções.
Fatos esses que são, basicamente:
[a] muitos executivos de 50, 60 anos, com saúde impecável, correndo São Silvestre, e com energia suficiente para superpor as barreiras biológicas que o organismo impõe, pela natureza indelével de que todos caminhamos para a morte;
[b] muitos “jovens talentos” de 20 e poucos anos de idade se arrastando pelos corredores das empresas, consumidos por aquilo que denomino “tríade ABC da depreciação física – Álcool, Baladas e Cigarro”.
Não se trata, aqui, de condenar o comportamento jovem - até mesmo porque alguns desses executivos experientes foram “ABC”, quando jovens e, talvez, ao longo de sua trajetória de vida, e, portanto, estão em estágio avançado de depreciação.
Mas, sim, de alertar para o fato de que o mundo corporativo, ao estabelecer regras estúpidas e, porque não dizer, espúrias de “perfil profissional”, faz com que análises mais aprofundadas deixem de ser realizadas, nos processos seletivos, e continue a considerar mais a aparência que a essência e a efetiva competência daqueles que buscamos para solucionar, verdadeiramente, nossos problemas de negócios.
Analista de Logística | Transportes | PCP | Centro Distribuição | Roteirização | Expedição | Transportadoras
3 aExcelente Artigo ! Muito bem argumentado, uma reflexão de paradigmas, Parabéns! Compartilhado!
Program Manager | ESG and Supply Chain | Data and Technology
8 aEm geral, teremos 80-90 anos de vida, mas apenas 25 anos de emprego. O mundo corporativo brasileiro abre uma janela de 25 anos para trabalhar, dos 25 aos 50 anos de idade. Mas esperamos viver até aos 80-90 anos! Ou ganhamos dinheiro suficiente na carreira corporativa ou seremos obrigados a montar nossos negocios.
Gestora de RH / Departamento Pessoal / Gestão de Pessoas / R&S / Treinamentos / Palestras com foco em pessoas / Administradora com Pós em Gestão de Pessoas
8 aMuito boa a sua observação, hoje temos geração Y usando tarja preta e geração x ou ate mesmo Baby Boomer usando sucos naturais e praticando atividades físicas. Temos que levar em consideração também as mortes súbitas que tem ocorrido na faixa de idade de 27 a 36 anos. Outro ponto é o imediatismo, as decisões sendo tomadas sem muita analise. Muito boa esta reflexão.
Psicóloga | Coach Cognitivo Comportamental | Transição de Carreira | Especialista em Perfil Comportamental | Dinâmica Sistêmica
8 aMuito boa a sua publicação!!
Controller Finanças | Auditoria | Controles Internos
8 aExcelente artigo Minoru!