Construindo Confiança e Motivação no ambiente de trabalho.

Recentemente a Harvard Business Review republicou um artigo de Paul Zak de 2017, em seu titulo "The Neuroscience of Trust", que em tradução livre, "A Neurociencia da Confiança". Particularmente gosto muito quando esses temas trazem ciência, confirmando o que acredito ser imprescindível na gestão, INTENCIONALIDADE e CONSCIÊNCIA.

Sempre que leio algo, fico fazendo relações com outros artigos e teorias, pois me ajuda a compreender e fixar melhor o que estou lendo, e eu adoro essas conexões, pois muitas vezes reforçam o que eu acredito.

Nesse artigo realacionarei a Neurociencia de ZAK com um o conceito de motivação de um dos autores que mais gostei de ler em 2023, Daniel Pink , em especial, seu livro ""Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us".

Chega de conversa e segue o fio...

INTRODUÇÃO

Empresas em todo o mundo têm buscado estratégias para aprimorar o engajamento dos funcionários, reconhecendo sua influência direta na retenção a longo prazo e no desempenho.

A análise da neurociência apresentada por Paul J. Zak em seu artigo "The Neuroscience of Trust" encontra uma poderosa conexão com o conceito de "Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us" de Daniel Pink.

Ambos os autores oferecem insights valiosos sobre como construir culturas organizacionais sustentáveis, onde confiança e motivação coexistem harmoniosamente.

A Base Neurocientífica da Confiança

Zak fundamenta sua pesquisa na neuroquímica, especificamente no papel da ocitocina na sinalização de segurança e no fortalecimento dos laços sociais.

Ele revela que a confiança é essencial para um ambiente de trabalho produtivo, influenciando positivamente a produtividade, colaboração e satisfação do funcionário.

A autonomia é destacada como um fator-chave, desencadeando a produção de ocitocina quando os desafios são gerenciáveis, promovendo a confiança e o comprometimento.

Os Elementos-Chave de Drive e Sua Relação com a Confiança

Daniel Pink, em sua obra "Drive", propõe a tríade motivacional de autonomia, maestria e propósito.

A autonomia, quando os funcionários têm a capacidade de gerenciar seu trabalho, alinha-se perfeitamente com a noção de gestão de desafios de Zak.

A maestria, buscando aprimorar habilidades e conhecimentos, é reforçada pela neuroquímica positiva associada ao sucesso em desafios alcançáveis.

O propósito, crucial para a motivação intrínseca, é evidenciado quando líderes mostram vulnerabilidade, solicitando ajuda para alcançar metas coletivas.

Integrando a Confiança, Autonomia, Maestria e Propósito

A relação entre os conceitos de Zak e Pink é evidente.

A confiança, construída por meio da autonomia e desafios gerenciáveis, contribui para um senso de propósito compartilhado no ambiente de trabalho.

A busca pela maestria, que Pink destaca como motivadora intrínseca, encontra validação na pesquisa de Zak sobre os efeitos positivos da ocitocina na colaboração e na satisfação.

O Retorno da Confiança

Ambos os autores enfatizam os benefícios tangíveis da confiança e motivação no ambiente de trabalho.

Empresas que adotam comportamentos de reconhecimento, desafiam positivamente seus funcionários, promovem autonomia, compartilham informações abertamente e incentivam o crescimento profissional e pessoal experimentam um aumento significativo na produtividade, satisfação do funcionário e lealdade.

Dados de Pesquisa

Zak, em seus estudos, descobriu que a confiança impacta positivamente o desempenho autodeclarado no trabalho.

Respondentes em empresas de alta confiança indicaram ter 106% mais energia, estavam 76% mais engajados e eram 50% mais produtivos do que aqueles em empresas de baixa confiança.

Pink, ao explorar a autonomia, maestria e propósito, destaca que funcionários que têm controle sobre seu trabalho, buscam melhorar constantemente e encontram significado em suas tarefas são mais motivados intrinsecamente.

Ações Práticas e Recomendações

Para implementar esses conceitos, é crucial que as organizações reconheçam e recompensem publicamente as conquistas dos funcionários imediatamente após a conclusão de metas, conforme evidenciado pelos dados de Zak.

Líderes devem designar desafios alcançáveis, promovendo um ambiente de "estresse desafiador" que estimule a produção de ocitocina.

Além disso, conceder autonomia aos funcionários para gerenciar projetos à sua maneira é fundamental para promover inovação e criatividade.

Compartilhar informações amplamente, promover relacionamentos intencionais e apoiar o crescimento pessoal e profissional são estratégias práticas para fortalecer a confiança e a motivação no ambiente de trabalho.

Conclusão

Ao unir as pesquisas de Paul J. Zak sobre a neurociência da confiança com os conceitos de Drive de Daniel Pink, emerge um quadro abrangente para aprimorar a cultura organizacional.

A confiança, fundamentada na autonomia, maestria e propósito, não é apenas uma aspiração; é uma estratégia fundamentada na ciência para impulsionar o sucesso sustentável das organizações.

"Onde a confiança floresce, a motivação intrínseca prospera, criando um ambiente de trabalho onde os funcionários se sintam verdadeiramente engajados, inspirados e valorizados".

FELIZ 2024!!!

#PAZ