Contar bem histórias é sinônimo de poder
O storytelling não nasceu com as redes sociais. Contar bem histórias é sinônimo de conquista desde que o homem descobriu ser capaz de contá-las e não é exagero dizer que o ser humano é, em essência, um ser de histórias. Foi a capacidade de criá-las e contá-las que tornou nossa espécie “a dona da Terra”.
Difícil pensar no homem e em toda a sua engenhosidade ignorando a sua capacidade de contar histórias: o storytelling. Mas, possivelmente, nem sempre foi assim. Dos cerca de 300 mil anos de presença humana na Terra (segundo as mais recentes descobertas arqueológicas), suspeita-se que, por 230 mil, passamos “aprendendo a contá-las”, ou seja, desenvolvendo a linguagem.
Na obra “Sapiens — uma breve história da humanidade”, o historiador Yoval Noah Harari escreve acreditar que a razão pela qual o homem saiu do meio da pirâmide da cadeia alimentar, há 70 mil anos aproximadamente, para se tornar o senhor da Terra, foi justamente o desenvolvimento da linguagem a ponto de se tornar um “sofisticado” contador de histórias.
Segundo Harari, a partir do momento em que o homem passa a contar histórias, ele percebe seu poder de encantamento e engajamento. Assim, descobre-se que as histórias/ficções dão significado à existência de cada um e de “todos” os homens.
O storytelling inventou as nações
Aliás, as histórias só valem, mesmo, quando são compartilhadas, pelos simples fatos de conferirem a vital sensação de pertencimento e segurança anímica. Em outras palavras, as histórias compartilhadas passam a constituir o território seguro das almas de um grande número de pessoas. Tem-se assim um povo e sua noção de nação.
Para o historiador, então, esse instrumento de agregação de massas, que, naturalmente, manifesta-se, desde o princípio, de forma mais poderosa, por meio de narrativas religiosas, permite aos grupos humanos unir a força de milhares em busca de objetivos comuns. O famoso: “a união faz a força”.
O resultado de se ter milhares de indivíduos lutando, lado a lado, pelo mesmo propósito, coisa que nenhuma outra espécie, até hoje, foi capaz de fazer em escala semelhante à nossa, não poderia ser outro, senão, a conquista do planeta.
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5 aQue maravilha Wagner H. P. Borges. Obrigado por compartilhar. Abraço.