Coronavírus e os dois lados da história.
Os dois lados da história do Coronavírus

Coronavírus e os dois lados da história.

Me lembro de quando vi as primeiras notícias sobre o COVID-19, sem dar muita importância, eu jamais imaginaria o que aquilo, meses mais tarde, se tornaria.  

Alguns meses para frente, ainda longe de virar o caos e nós do Brasil sentirmos isso na pele, me peguei tentando entender o que era esse vírus e porquê estava causando tantas mortes ao redor do mundo, e causando caos e pânico. 

Então chegaram os primeiros casos no Brasil. Fiquei obcecada com as notícias, olhava a cada hora o noticiário para ver onde o vírus chegava, quais cidades apresentavam casos e naturalmente a ansiedade me atingiu.  

Eram milhares de informações, diferentes umas das outras. Umas fontes citavam uns sintomas, outras fontes citavam outros. Os números mudavam rapidamente, as orientações eram diferentes umas das outras. 

Tomei a decisão de não olhar os noticiários, ou olhar muito raramente. Mas as notícias chegavam de um jeito ou de outro.

Como não poderia ser diferente, o Brasil deu um jeitinho de transformar uma situação já muito preocupante em mais um momento de drama político. Não preciso citar nomes, todos nós brasileiros já crescemos acostumados com esta mania de polarização política. Algo que definitivamente não está ajudando. 

Mas a questão é que sempre teremos dois lados da história. O que me faz pensar que sempre existem duas verdades.  

Por exemplo, quando eu descobri que os hospitais estavam realizando testes apenas em pacientes com sintomas muito graves da doença, e pensei imediatamente que os noticiários então mostravam números totalmente errados. Poderia haver um número muito maior de pessoas infectadas, mas que não estavam contabilizadas por estarem com sintomas leves. E isso não estava na mídia. 

Ou então quando pensamos que por mais que a quarentena para alguns possa ser um sinônimo de aulas online de Yoga, cursos profissionalizantes e momentos de paz e leitura, para outros pode representar falência, desemprego, fome e todas estas situações angustiantes.  

Hoje escrevo isso com um nó na garganta. A realidade mudou completamente.... estou trabalhando de casa, sem poder sair e seguindo a famosa quarentena. O ficar em casa não tem me incomodado, mas os dois lados da história têm contribuído muito para a minha ansiedade.   

A desigualdade sempre foi uma realidade, e nada pode ser tão simplista a ponto de assumirmos que existe uma verdade absoluta.  

Há alguns dias, porém, assistindo o pronunciamento da Rainha Elizabeth II me peguei pensando... Aquela senhora de mais de 90 anos presenciou um bocado de acontecimentos, inclusive guerras. E sim, ela está em uma situação de privilégios incontáveis, mas também de grandes responsabilidades. 

Observei com muita atenção a mensagem dela, e como ela escolheu se posicionar diante da presença dos dois lados da história, dizendo que dias melhores virão... Ela transmitiu compaixão, paz e segurança.

Minha mãe estava junto e perguntou o que ela falou – pois minha mãe não fala inglês. Não consegui explicar porque comecei a chorar no meio da explicação. 

Onde eu quero chegar com isso?  

Exatamente nesta pergunta!  

Diante do cenário atual, o que vai fazer realmente a diferença é escolher como você, como ser humano, vai se posicionar. Você pode entrar na briga defendendo uma verdade que você acredita ser universal ou você pode entender que você está certo e o outro também. Cada um com seus pontos, seus medos, angústias e anseios.  

Mas onde você quer chegar com as suas brigas?  

Vi um vídeo de um jornalista hostilizado na rua, e o pior... Ele não estava fazendo nada de errado, a não ser se exercitar na rua sozinho, sem burlar as regras da quarentena. A questão ali era outra, era o choque de realidade. Dizer que é hipocrisia do jornalista é certo? Talvez sim, ou não, mas ficar remoendo isso não vai mudar nada. 

A pessoa que hostilizou não mudou a sua realidade ao fazer isso e muito menos a realidade do outro. E onde aquela pessoa queria chegar com aquilo?  

Como você escolhe se posicionar no meio de todo esta crise, vai dizer muito sobre você como ser humano.  

A crise vai passar, mas como você vai fazer para passar por ela? Uma frase na internet outro dia me chamou atenção. Existem muitas pessoas que passarão por problemas, mas também existem muitas pessoas que podem ajudar (ou algo assim!).  

Neste momento todos queremos chegar no mesmo lugar. Então é a hora de se reinventar, de olhar para dentro e olhar para fora, cuidar de si e do outro, porque como eu já disse, sempre existem os dois lados da história e você está em ambas as versões, decidindo o seu papel. 

Sabia reflexão....o a pessoa q fez o video com o jornalista e um bocal...vai sempre ser do contra e particularidade dele ...

Gleide Vânia dos Santos - Química Industrial

Laboratório de Tintas na Mācron Indústria Gráfica

4 a

Parabéns Rebecca!! Excelente reflexão e descrição do que muitas pessoas, assim como eu , estão pensando e sentindo neste momento de Pandemia. Minha opção também é pelo otimismo realista, mas tenho guardado comigo minhas opiniões e colocações pois infelizmente a questão tão grave de Saúde Pública está sendo transformada em Política, ou melhor, em Politicagem.

Ricardo Morena Hiraishi

EMBANEWS, connecting people and companies in the packaging market

4 a

Rebecca Vano parabéns pelas suas colocações! A única saída é a união de todos. Impossível? Então, vamos arcar com as consequências. Prefiro ser otimista, porque já fui pessimista em outros momentos bem menos graves que o atual e não me levou a nada. Ser realista com um olhar otimista, porque depois de uma “chacoalhada” dessa só podemos refletir para sermos melhores como pessoas.

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