Corpo de gigante, mente de startup

Corpo de gigante, mente de startup

Navegar por mares agitados exige habilidade, experiência, equipe diversa de alta performance e tomada de decisões rápida. O comandante do navio deve estar alerta para fazer a manobra correta e garantir uma viagem segura, mesmo enfrentando tempestades. Muitas vezes as grandes empresas são como transatlânticos – uma virada de leme demora a fazer efeito. É aí que faz sentido ter um jet ski a bordo para lançá-lo ao mar, quando necessário.

Inovar dentro de estruturas com hierarquias rígidas e burocráticas é um processo lento. Por isso eu considero importante desenvolver modelos de gestão com estilo de startup. O mercado num mundo cada vez mais digital e conectado precisa de agilidade e simplicidade. As mudanças nos negócios não acontecem mais em quatro ou cinco anos, e sim em meses, ou mesmo em dias. Isso nos pressiona a revolucionar nossa maneira de pensar e agir, mas mantendo a excelência, tendo o cliente sempre como ponto de partida.

Um bom jeito de incentivar essa mentalidade de startup é quebrando paradigmas antigos, começando de dentro para fora. Aqui na Oracle, nós criamos células de influenciadores, que chamamos de “contagious”, para gerar discussões em grupos pequenos. Assim debatemos ideias de temas, planos de ação e execução já com as pessoas que irão, de fato, implementar os projetos. Outra mudança que fizemos com bons resultados foi no visual e fluxo de trabalho do escritório. Derrubamos as paredes de vidro que separavam a diretoria do time e agora trabalhamos em um ambiente aberto, com comunicação facilitada. Nós líderes precisamos estar acessíveis – e não adianta só parecermos disponíveis, precisamos estar de verdade. Não cabe a desculpa de que temos mil coisas para resolver e não podemos tirar dois minutos para uma conversa. Mudar a rotina é a ordem do dia, precisamos circular e ouvir a todos. Assim o famoso bate papo de corredor vira papo reto e aberto com a liderança. 

Na maioria das startups, testar e aprender são hábitos – se for para errar, que seja rápido. Aqui, nós encorajamos nossos colaboradores a buscar a melhoria contínua em tudo o que fazem, a aprender com os erros e não os repetir. É importante desbravar infinitas possibilidades, mas sem ser inconsequente. Como eu sempre digo: ao fazer uma sugestão, apresente também uma proposta para tirar a ideia do papel.

Outra coisa fundamental: empresas precisam transformar o diálogo em organismo vivo. Numa grande estrutura, isso significa abrir espaço para conversas e discussões que trazem soluções e ideias quase imediatas. Por isso, criamos um laboratório de inovação no prédio vizinho ao nosso escritório, em São Paulo. E o resultado está sendo excepcional. Lá costuramos parcerias com startups envolvendo clientes, funcionários, parceiros e empreendedores empolgados para trazer à companhia o uso de big data, internet das coisas, inteligência artificial e realidade virtual, entre outras tecnologias disruptivas. Assim ganhamos todos: aprendemos com a oxigenação deles, enquanto oferecemos estrutura para crescerem.

Cada empresa é o que é. A Oracle nasceu nos anos 70, numa época efervescente nos Estados Unidos. E, sendo essa gigante, acumulamos experiência e conhecimento para entender que hoje precisamos ter cabeça e vibração de startup para buscar novas formas de pensar e desenvolver soluções realmente úteis. A transformação precisa começar em cada um de nós. Lideranças criativas e profissionais capazes de se adaptar são diferenciais poderosos para quem deseja virar o leme mais rápido todos os dias – ou, ao menos, enxergar de longe uma grande onda que está por vir para que o navio não afunde.

Vinicius Trindade

IT Sales Specialist | Driving Business Growth with Tailored Tech Solutions

5 a

Ótimo artigo Rodrigo!! É difícil ver uma multinacional que tenha esse core de inovação e que realmente busque dar respostas rápidas ao mercado. Geralmente as empresas precisam escolher entre confiabilidade (lastro) ou agilidade. Quando se unem estes dois fatores, é possível atender o pequeno, o SMB e o enterprise, escalando e disseminando transformação e inovação em todas as camadas da sociedade. Legal acompanhar tuas postagens!!

Léo Fornazieri

🎯SOLZAP | ☀️SNW.SOL | 🤖SNW.TECH | 😈TRETASOLAR | 🔍SOBRASOLAR | 👥RENOVAGAS | 🌱AGRIZAP

6 a

Sensacional seu artigo, Rodrigo. . Planejamento é parte da execução, e vice-versa.... E ainda tem gente por aí achando que não são "frentes-irmãs"

Patricia Arantes

Customer Excellence | Gerenciamento de Processos | Melhoria Continua

6 a
Felipe Albuquerque

Desenvolvimento Estratégico

6 a

Muito bom o artigo do Rodrigo Galvão, retrata exatamente a realidade do mercado. Oportunidades existentes "boiando" no oceano versus grandes dificuldades de big players, transatlânticos, desviarem de seus rumos inicialmente traçados. Aqui costumo dizer que somos um bote rapido rodeando grandes navios. Todo big player deveria considerar um bote rapido , uma equipe estilo startup, para identificar tais oportunidades que estão boiando por aí!

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