Crédito de carbono: um mercado rentável e promissor
Na grande roda do mundo dos negócios, iniciativas voltadas ao ESG (Environmental, social and corporate governance) não são apenas diferenciais competitivos, mas tornaram-se um mercado rentável também. Um “item” que está em voga é o crédito de carbono — unidade de medida que calcula a emissão de gases que causam o efeito estufa na atmosfera terrestre. E sim, ele pode ser comercializado, mesmo se tratando de um ativo imaterial e com alto valor de compra.
Antes, vamos voltar um pouco no tempo. O crédito de carbono é um conceito que nasceu em 1997, a partir do Protocolo de Kyoto, acordo mundial firmado para conter as emissões de gases de efeito estufa. Cerca de 20 anos mais tarde, o mercado de carbono ganha novas proporções para países e empresas como poder de compra na redução do CO2 (dióxido de carbono).
De acordo com um estudo da representação brasileira na Câmara de Comércio Internacional, as receitas de crédito de carbono podem gerar até US$ 100 bilhões ao país até 2030. Desta forma, até final da década, setores como o agronegócio, floresta e energia podem evitar a emissão de 1 bilhão de CO2 equivalentes (lembrando que 1 crédito de carbono representa 1 tonelada de dióxido de carbono equivalente).
Os créditos são parte importante de um mecanismo de flexibilização que auxilia nações a alcançar suas metas de redução de gases nocivos ao meio ambiente. Ou seja, a moeda do mercado de carbono é um atestado de não emissão. Quando um país consegue diminuir seus índices, ele recebe uma certificação do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). E, nos dias atuais, quem não quer ser declarado não poluente?
Comércio verde
É claro que o mercado encontrou uma maneira de fazer desse ativo uma nova fonte de lucro. Um lucro do bem. Durante a COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), o comércio do crédito de carbono foi oficialmente regulamentado. Ali, foi o início de um sistema de compensações.
Com a geração de crédito impulsionada à medida que países e empresas miram seus esforços em projetos ambientais que visam o desenvolvimento sustentável, uma roda é criada. Indivíduos ou companhias que queiram compensar as próprias emissões podem comprar créditos por meio de intermediários ou diretamente de quem captura o elemento.
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A comercialização pode ser feita de forma cooperativa entre países industrializados e países em desenvolvimento, em acordos unilaterais, bilaterais ou multilaterais. Seus títulos são negociados diretamente entre comprador e vendedor. Quem promove a redução de gases poluentes tem a opção de comercializar seus créditos com os que têm metas a cumprir. Outra alternativa é de forma indireta, no mercado regulado pela bolsa de valores.
No início de 2021, um crédito era vendido a R$ 30,28. Já em dezembro do ano passado, a unidade chegou ao valor de R$62,46, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Em breve, a primeira bolsa de crédito de carbono começará a operar no Brasil. A expectativa é que a AirCarbon Exchange inicie suas atividades por aqui ainda no primeiro semestre.
Buscando incentivar esse mercado em terras brasileiras, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Ministério do Meio Ambiente firmaram um ACT (Acordo de Cooperação Técnica) para a realização de estudos de modelos inovadores de concessão de Pagamentos por Serviços Ambientais), além de créditos de carbono em Unidades de Conservação Florestal. A iniciativa é pioneira no país e tem como viés transformar a conservação em uma atividade rentável.
Batizado de Floresta+ Carbono, o projeto visa a geração de créditos por meio de ações de preservação e recuperação dos biomas. A proposta é que a medida seja uma alternativa na geração de renda para a comunidade local em regiões como a Amazônia. A iniciativa é encabeçada por Bruno Aranha, diretor de Crédito Produtivo e Socioambiental do BNDES, além de outros executivos.
Com a chegada da AirCarbon, o Brasil realizará leilões de crédito de carbono oriundos de geradoras de energia limpa, conservação de florestas, entre outras iniciativas ambientais. A plataforma de negociação prevê leiloar 10 milhões de toneladas de créditos originados de 30 projetos nacionais. Já o BNDES está em fase de estudos de viabilidade do modelo para, em um segundo momento, estruturar um projeto de concessão.
O mercado de carbono chegou para balancear as emissões e, ao que tudo indica, deve se tornar a criptomoeda da sustentabilidade. No sistema de oferta e demanda do crédito, a sua empresa estaria do lado comprador ou vendedor?
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2 aMundial Consultoria em Sustentabilidade e Inovação
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2 aCassiano Farani Bruno Aranha 🚀🇧🇷 BNDES Gustavo Montezano Ministério do Meio Ambiente Joaquim Alvaro Pereira Leite Parabéns a todos envolvidos nesse projeto e em outros que certamente vai direcionar o Brasil a ser a maior referência no mundo quando se falar em proteção ao meio ambiente e além disso gerar renda ,riqueza e novas oportunidades de negócios!