Cuidado coordenado do paciente agrega valor às operadoras de saúde

Os gastos dos planos de saúde, em 2019, ultrapassaram os R$179 bilhões. É fato que boa parte desta quantia é utilizada com atendimentos de urgência, fraudes ou desperdícios. Em 2017, por exemplo, o Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS) apontou que 19,1% do valor gasto pelas operadoras de saúde era desnecessário. 

Existe uma cultura enraizada no brasileiro de visitar o pronto-socorro sempre que há um desconforto, desde dor de cabeça até sintomas mais graves. O fato é que, na maioria das vezes, essa visita ao médico de emergência não é necessária, causando custos extras para o convênio. Um dos motivos da alta sinistralidade é a falta de conscientização da população sobre a prevenção de doenças.

Uma consulta médica pré-agendada, com especialista ou mesmo clínico geral, custa muito menos do que uma consulta no pronto-socorro, principalmente, pelo caráter emergencial desta última. Além disso, sem o histórico prévio do paciente, o médico plantonista acaba solicitando mais exames do que de fato seriam necessários. Neste cenário, contar com um programa que acompanhe e oriente os beneficiários de plano de saúde podem trazer diversas vantagens para a operadora, desde maior conhecimento sobre o perfil do seu usuário até economia financeira.

Por meio dos programas de monitoramento e/ou suporte ao paciente, apoiados pela tecnologia, como o PAPO Digital da Profarma Specialty, é possível acompanhar um alto número de clientes, criando uma espécie de prontuário eletrônico com as informações fornecidas por eles. É o chamado cuidado coordenado, que permite fazer um amplo trabalho de conscientização com suporte diário de uma equipe multidisciplinar de saúde (nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros) e garantindo assistência ao beneficiário.

Esta categoria de serviços já é bastante comum nas indústrias farmacêuticas, principalmente em doenças complexas e crônicas, porém, com os planos de saúde tendo um papel cada dia mais importante no Brasil, o investimento nestes programas agrega valor aos serviços oferecidos pelas operadoras de saúde e cria um melhor relacionamento dos usuários. O objetivo principal é que haja uma minimização do uso inadequado dos serviços de saúde e idas aos hospitais, gerando assim uma diminuição de custo.

Essa economia pode refletir, inclusive, no valor repassado ao consumidor. A estratégia é possível, pois a utilização de aplicativo não deixa o serviço oneroso, permitindo um maior número de atendimento. A ideia é munir a população sobre a importância do cuidado da saúde, de maneira mais ampla, consultando-se com o especialista, realizando exames e tomando atitudes preventivas.