A cultura do excesso que leva ao adoecimento mental
Neste artigo, quero abordar sobre a cultura do excesso em que vivemos, quero falar com você leitor sobre algo que venho implementando em minha vida, e abordar sobre a cultura que dita um jeito de viver que leva à exaustão mental e física.
Início este artigo trazendo uma reflexão da obra Sociedade Paliativa: A dor hoje do Filósofo Byung-Chul Han:
“A sociedade paliativa é, ademais uma sociedade do curtir. Ela degenera em uma mania de curtição. Tudo é alisado até que provoque bem-estar. O like é o signo, sim, o analgésico do presente. Ele domina não apenas as mídias sociais, mas todas as esferas da cultura. Nada deve provocar dor. Não apenas a arte, mas também a própria vida tem de ser instagramável, ou seja, livre de ângulos e cantos, de conflitos e contradições que poderiam provocar dor. Esquece-se que a dor purifica. Falta, à cultura da curtição, a possibilidade da catarse.” (pg. 14)
Este trecho acima faz uma leitura de muitas coisas que vivemos em nossa sociedade contemporânea, uma sociedade em que as pessoas cada vez mais adoecem com ansiedade, depressão e burnout. Uma sociedade individualista; narcisista; que busca o prazer antes o dever; hiperconectada; que buscar fugir de todas as formas de sofrimento; que buscar fugir do silêncio e da vida interior; que valoriza a positividade tóxica; uma sociedade em que tudo se resolve com um comprimido; uma sociedade em que falta a muitas pessoas o sentido de viver.
Como estudante de psicologia e futuro psicólogo, o meu olhar a esse cenário precisa ser um olhar de acolhimento, de reflexão, e inconformista, um olhar humano ao sofrimento do outro, e além disso, um olhar que propõe intervenção, primeiro em minha vida pessoal, (para não reproduzir o que leva ao meu adoecimento e ao do outro), e depois, com ações que me levam a ajudar outras pessoas a questionarem o seu modo de viver, o seu estilo de vida.
Neste primeiro semestre do ano, fiz uma mudança em minha vida pessoal e profissional, comecei a cortar excessos. Excesso de trabalho, de atividade física, de leituras, excesso de estudos, comecei a concentrar energia a uma vida interior, retornei a uma vida de reflexão que me leva a questionar o que eu faço, uma vida servindo mais ao próximo, e construindo relações mais profundas. Ao questionar o quanto meus sonhos e objetivos realmente são meus. E a focar no que realmente é importante para minha vida.
Este caminho interior, de catarse, é essencial para nossos dias atuais, pois quantas pessoas assim como eu estava vivendo, vivem uma vida corrida, buscando tantas coisas, mas quando nos perguntamos a simples frase: “Você sabe o que é realmente importante para você?”, a grandes chances de não se ter uma resposta. Ou vir uma resposta superficial.
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É na interioridade e no servir, que vamos descobrindo e trazendo sentido a nossa existência, buscando olhar para dentro e ver tudo aquilo que precisa ser melhorado em nós, em nossos relacionamentos, em nossa carreira, em nossa saúde física, em nossa espiritualidade e fé. Este caminho interior, leva a gente a cortar excessos, a priorizar nossa saúde mental e física, a priorizar estar perto das pessoas que amamos, e a servir mais ao nosso próximo.
Desejo com este texto, que você possa hoje cultivar uma vida interior, de meditação, de oração, uma vida que te leva a ações e a mudanças reais e concretas. A iniciar um caminho onde os excessos são cortados, para que você possa viver realmente o que é importante para você, vivendo o hoje da melhor forma possível.
Me conta o que você achou deste artigo? Fez sentindo alguma coisa em sua vida?
“O fruto do silêncio é a oração. O fruto da oração é a fé. O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço – (a intimidade com Deus sempre leva a servir os outros!). O fruto do serviço é a paz” (Madre Teresa de Calcutá)
REFERÊNCIAS:
Livro: Sociedade Paliativa: A dor hoje. Autor: Filósofo Byung-Chul Han – Editora Vozes. 2 ed.
Livro: Sociedade do cansaço. Autor: Filósofo Byung-Chul Han – Editora Vozes.