Cultura e Propósito, o papel do Conselheiro
Cada vez mais a o papel da cultura organizacional tem ganho espaço nas discussões estratégicas entre fundadores, donos, acionistas, gestores e conselheiros. Mas afinal o que é e como podemos entender a cultura de uma organização?
Começando pelo começo, a cultura organizacional contempla a combinação de comportamentos, atitudes, missão, visão, valores e expectativas que guiam uma organização diariamente. Ela está presente no dia a dia da organização e mesmo que os proprietários e gestores nunca tenham definido ou parado para pensar a respeito a cultura existe e se manifesta em cada decisão, comportamento, atitude, ela é aquilo que se pratica e, acima de tudo, como se pratica tudo que ocorre no dia a dia da empresa. Isto é, mesmo que a cultura não seja intencional ela acontece.
Entender uma cultura organizacional não é tarefa fácil, pois a cultura é como uma cebola, possui diversas camadas. A primeira camada pode ser entendida facilmente até em uma visita ocasional a uma empresa através da observação dos comportamentos, do clima, do ambiente de trabalho percebido, enfim a chamada primeira impressão é fácil de ser compreendida, pois trata dos aspectos explícitos da cultura, que são visíveis e fáceis de interpretar.
Mas, para entender de fato a cultura, precisamos penetrar nas outras camadas e este é um desafio maior. Entender as camadas mais profundas da cultura requer um olhar apurado, envolve o entendimento das crenças, percepções, sentimentos, pensamentos e ações, estes aspectos decorrem de fontes mais profundas de valores, muitas vezes invisíveis, a cultura implícita.
O saldo final é que a cultura praticada, de forma explicita e implícita, tem um peso decisivo na entrega das organizações. Uma cultura forte e saudável costuma propiciar um bom ambiente de trabalho, maior engajamento, gera motivação e foca o desenvolvimento dos colaboradores.
Esses fatores contribuem para o atingimento dos resultados desejados e para manter profissionais qualificados e alinhados com a cultura e os objetivos da organização.
Cultura com propósito e a sabedoria do Conselheiro
O grande mestre Simon Sinek, ensina que devemos começar pelo porquê, pelo propósito. Muitos confundem propósito com missão, mas a missão retrata a proposta de valor da organização, portanto, olha para fora, para o ambiente externo. O propósito olha para dentro, consolida a ideologia, os valores e a cultura organizacional.
O propósito é o porquê da existência da empresa, a partir daí alinhamos:
Os valores, que refletem no como agimos.
A visão que mostra aonde queremos chegar.
A missão que revela nossa proposta de valor, o que entregamos.
O posicionamento que é como nos diferenciamos em nossa entrega.
O papel do conselheiro consultivo é contribuir para a construção deste alinhamento, que nasce a partir de uma cultura organizacional forte.
No livro Walking the Talk, Carolyn Taylor define as culturas organizacionais diante de seis arquétipos culturais, muito resumidamente colocados a seguir:
1. Execução/superação, centrado na busca incessante por resultados.
2. Foco no cliente, entrega de excelência, alcança a satisfação e consegue reter seus clientes.
3. Única equipe, pessoas trabalhando juntas fluentemente, de forma eficiente, para maximizar a qualidade e a partilha de conhecimentos.
4. Inovação, busca incessante da criação de produtos e processos inovadores.
5. Orientação para as pessoas, foco em atrair e manter os melhores talentos.
6. Bem maior, foco na cidadania corporativa, responsabilidade e sustentabilidade.
Outro modelo que nos ajuda a entender a cultura é o dos sete níveis de consciência de Richard Barrett, elaborado a partir de uma releitura da hierarquia das necessidades de Maslow. O foco de atenção está centrado em valores, distribuídos pelos níveis:
1. Sobrevivência
2. Relacionamento
3. Autoestima
4. Transformação
Recomendados pelo LinkedIn
5. Coesão Interna
6. Fazer a diferença
7. Serviço.
O conselheiro deve conhecer estes e outros modelos teóricos e utilizar seu conhecimento, experiência e, acima de tudo, suas habilidades socioemocionais para responder estas perguntas:
Claro que não é possível responder a estas perguntas participando apenas de reuniões de conselho. É preciso vivenciar e respirar o clima da organização.
O bom conselheiro é aquele que consegue fazer esta avaliação, entender as lacunas e revelar suas descobertas aos gestores e acionistas, contribuindo para a elaboração e implantação de planos que levem ao alinhamento entre o propósito, a construção e a vivência de uma cultura organizacional forte, que fará toda a diferença no resultado e perenização da organização.
Artigo escrito como parte do PFCC - Programa de Formação de Conselheiros da Board Academy Br
#propósito #cutura #governanca #responsabilidade #ESG #mudança #futurosustentável #conselho
Udo Kurt Gierlich
Referências bibliográficas:
Diretor Comercial / Gestor de Negócios / Gerente de Vendas / Desenvolvimento de Negócios / Manufatura 4.0 / Manufatura Avançada / Automação / Consultoria 4.0
1 aParabéns #Claudio Ferreira de Oliveira por compartilhar seus conhecimentos sobre o tema. Com a experiência acumulada e a sua formação acadêmica certamente tem muito a agregar no Conselho.
Master of Business Administration (MBA) | Fundação Getulio Vargas
1 aParabéns! Excelente!
Board Member | Conselheiro Consultivo | Mentor de Carreira e Negócios | Advisor | Diretor Comercial, Marketing e Supply Chain
1 aClaudio Ferreira de Oliveira parabéns. Obrigado pela citação