Da Ação Nasce a Vontade
Outro dia falei sobre Essa Tal de Procrastinação. Depois, voltando ao tema, compartilhei aqui um método bem eficaz de “desprocrastinação”, apresentando a Procrastinação e o Método Pomodoro. Pois é, mas como este é um dos maiores dramas quando se trata de produtividade e, porque não dizer, de qualidade de vida, permanece quase como pauta permanente.
Então, tenho ouvido de alguns gurus com programas infalíveis, vendidos on line a preço de ouro em workshop de três vídeos, que o segredo é “Começar”. Isso mesmo, apenas comece. Sei lá, esse poderia realmente ser um bom conselho caso a raiz da procrastinação não estivesse justamente na dificuldade de começar, e não em prosseguir.
O procrastinador não é um preguiçoso, mas sim alguém que dá as voltas que forem necessárias pra não pegar pra fazer aquilo que efetivamente tem que fazer. Ele faz. Faz milhões de coisas, desde que estas coisas sirvam de pretexto para que ele se afaste daquela atividade necessária que ele procrastina. Vou repetir o vídeo super legal que ilustra de forma bem humorada como se dá este processo. Quem quiser assistir, é só clicar aqui . Recomendo.
Mas, se da ação é que vai nascer a vontade, não há certa incoerência entre o título e essa crítica ao bom conselho dos nossos gurus? Não, porque realmente é a ação que vai puxar todo o resto e, por isso mesmo, hoje quero dividir mais duas técnicas combinadas. Assim como o Método Pomodoro, se revelam bem eficazes. Palavra de procrastinador que testou as três.
A primeira vou chamar de “Ponto de Vista”. Do ponto em que estamos a dica é evitar olhar para a escada. Isso mesmo, em vez de enxergar a escada, a gente se concentra apenas no primeiro degrau. Uma amiga me contou que, no treinamento para caixa de banco, os profissionais são orientados a perceber somente a pessoa que já se encontra no guichê para atendimento, jamais olhar para a fila. A lógica aqui é mais ou menos a mesma. Ninguém faz tudo de uma vez. Qualquer resultado final, por maior que seja, é composto de pequenos "primeiros" passos.
A segunda vem como uma combinação do “Ponto de Vista” e podemos chamá-la de “Formiguinha”. É bem simples, consiste em pensar, e executar, pequenas atividades, pequenininhas como uma formiga. A coleção dessas pequenas tarefas em pouco tempo será um amontoado de realizações que vão zerar aquele objetivo que parecia enorme e que por isso conduzia à procrastinação. Bom ter como imagem uma montanha. Na verdade, o que se vê ali é uma imensa coleção de pequeninos grãos.
Exemplinho bobo e doméstico: Em vez de dizer Vou arrumar o quarto, pensamos em arrumar a cama. Depois aquela cadeira com roupas amontoadas, a escrivaninha cheia de papeis e contas velhas, a primeira gaveta da cômoda e assim sucessivamente. UMA coisa de cada vez. Assim o cérebro não vai tomar aquele choque paralisante de enfrentar um monte de trabalho aparentemente interminável e ainda, na sequência, será motivado pelos resultados.
As pequenas ações vão acender a vontade e, em pouco tempo, estaremos surpresos olhando tudo de lá, do topo da escada, aonde orgulhosamente chegamos, degrau por degrau.
É isso, pode parecer simples, e é. Movimento gera movimento e a sensação de dever cumprido traz uma satisfação que gera energia pra realizar mais e mais. Faz o teste aí também e depois me conta.