Dados sobre a saúde da pessoa idosa
Muitos provedores de saúde do mercado brasileiro enxergam o envelhecimento exponencial da população, como uma grande oportunidade (Economia Prateada).
Outra face pouco discutida sobre o envelhecimento no Brasil é que em outubro/2018, segundo o Sistema Único de Saúde (SUS), havia 75% dos idosos que só utilizavam o SUS.
Pior ainda é que existe uma tendência de aumento dessa porcentagem, pela recorrente perda do poder aquisitivo dos idosos e pelo aumento anual dos planos de saúde acima da inflação.
Para atender esse desafio o Sistema Único de Saúde (SUS) vem se preparando e uma das boas iniciativas são os cursos gratuitos sobre envelhecimento disponibilizados na plataforma Arouca.
Para cuidar melhor das pessoas, em vez de apenas tratar doenças ou condições específicas, uma portaria do Ministério da Saúde aprovou em outubro/2011 a Política Nacional de Atenção Básica (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_atencao_basica.pdf ), que estabeleceu diretrizes e normas para a organização da atenção básica, através da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
A atenção básica ou atenção primária da saúde é responsável por uma oferta abrangente, acessível e baseado na comunidade, atendendo pelo menos 80% das necessidades de saúde de um indivíduo ao longo de sua vida, incluindo um espectro de serviços que vão desde a promoção da saúde e prevenção até o controle de doenças crônicas e cuidados paliativos.
A atenção básica permite alcançar a saúde de forma abrangente, agindo sobre os determinantes sociais, econômicos, ambientais e comerciais da saúde, que geralmente estão fora do setor da saúde.
A PNAB define que existirão equipe multiprofissionais compostas, por médicos, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, auxiliar/técnico em saúde bucal, auxiliar/técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) , além de outros profissionais em função da realidade epidemiológica, institucional e das necessidades de saúde da população.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são responsáveis pela coleta de dados (aspectos sociais, econômicos, sanitários e culturais), que permitem gerar informações sobre os idosos e suas famílias e repassá-los aos gestores e demais membros da equipe da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS), além de ser o elo de comunicação, educação e engajamento dos idosos e seus familiares sobre temas de saúde.
Os Agentes Comunitário de Saúde (ACS) tem papel importante no acolhimento e capilaridade, pois é o membro da equipe multiprofissional que faz parte da comunidade, o que permite a criação de vínculos e um olhar próximo da realidade do idoso.
A principal ferramenta para a atenção integral à saúde da pessoa idosa pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS) é a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa.
A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa é um instrumento estratégico de qualificação da atenção à pessoa idosa para a organização do processo de trabalho das equipes de saúde e para a otimização de ações que possibilitem uma avaliação integral da saúde da pessoa idosa, identificando suas principais vulnerabilidades e oferecendo orientações de autocuidado. É um instrumento proposto para auxiliar no bom manejo da saúde da pessoa idosa, sendo usada tanto pelas equipes de saúde, quanto pelos idosos, seus familiares e cuidadores. Também é instrumento de cidadania e de relevância para os indivíduos idosos, pois “empoderam” os sujeitos sobre sua saúde e direitos.
A caderneta também conta com uma ficha espelho (resumo da caderneta) contendo dados gerais a serem preenchidos e anexados ao prontuário da pessoa idosa na atenção básica.
Através das informações registradas na ficha espelho as equipes de saúde podem fazer levantamento do perfil dos idosos cobertos no território, identificando as situações de maior vulnerabilidade.
Embora a ideia seja boa, sua execução não priorizou uma solução digital (Aplicação) para permitir que idosos, familiares e todo o sistema de saúde tenham informações rápidas sobre os idosos e permita intervenções individuais ou coletivas ágeis pelo Estado.
Esse erro precisa ser rapidamente revertido, pois a solução em papel não escala para o crescimento exponencial de idosos previsto para os próximos anos.
Obs.:
- A solução em papel deve existir como contingência para os momentos onde não seja possível utilizar a aplicação ou não se tenha uma forma de transmissão dos dados.
- Espero que independente do governo, seja reforçado os investimentos em atenção básica, para termos uma saúde mais ágil e de melhor qualidade para grande parte da população, que não tem como arcar com um plano de saúde suplementar.
Autor do livro: “Modelo-RSVA\LCA^AIS: Remuneração Sistêmica por Valor Agregado nas Linhas de Cuidados Assistenciais compondo Ações Integrais de Saúde” (ISBN: 978-65-00-58745-6_784pg^dig)
5 aComo subsídio, é preciso dizer que: 1.Ao se equalizarem as LCA^AIS(Linhas de Cuidados Assistencias: médica, enfermagem, multip direta e multip indireta - compondo Ações Integrais) tem-se a sinalização de que as LCA da Atenção Primárria representam 10,225% de AIS. Logo, as LCA de Maior Complexidade ocorrem nos Demais Ambientes da Assistência e representam 89,775%. Em outras palavras, os valores dos Recursos Alocados sinalizados são de 10,225% na Atenção Primária e 89,775% nas Demais-LCA de Maior Complexidade. 2.Assim, só tem sentido dizer que Atenção Primária atende 80% e mais “das necessidades de saúde de um indivíduo ao longo da sua vida” SE, e SOMENTE SE, as referências forem somas de unidade específicas(heterogêneas) da Atenção Primária. 3.Mas, se o alvo for planejar a operacionalização da Atenção Básica^Sustentável - é preciso transcender esses referenciais -com equalizações sistêmicas e articulações sinérgicas da Atenção Básicas com as Demais-LCA de Maior Complexidade- conforme perfis epidemiológicos das Populações(pediátrica, gestante, adulta e terceira idade) – nas referências e contrareferências. 4.Para elucidações e\ou compartilhamentos usem o e-mail: Passos@siatoef.com.br
Executiva Médica | Gestão de Serviços de Saúde | Valor em Saúde
5 aÓtimo texto Boarin! De fato a o fortalecimento da Atenção Básica é a saída mais consistente para um sistema de saúde melhor, mais ainda enfrentamos um grande desafio na unificação e digitalização das informações. Abraços