Melhora da saúde para os idosos através da tecnologia digital: esperança para muitos e realidade para poucos
O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial, e, no Brasil, as modificações se dão de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais conservadoras indicam que, em 2020 já seremos o sexto país do mundo em número de idosos com um contingente superior a 30 milhões de pessoas, chegando ao ano de 2050 como quinto maior país do planeta em número de habitantes com 253 milhões de pessoas, ficando abaixo apenas da Índia, China, EUA, Indonésia.
Com essa realidade epidemiológica, a saúde tem sofrido com falta de recursos humanos, estruturais e financeiros para suprir toda a demanda exigida. O volume de doenças crônicas na população mundial tem perspectivas catastróficas até 2030, incluindo o aumento de casos de Alzheimer, Depressão, Doenças Cardiovasculares e Diabetes.
A formação de profissionais de saúde médicos e não médicos, ainda é insuficiente, e completamente desigual. Regiões que necessitam de maiores cuidados, são as mais desprovidas de serviços de saúde adequados. A distribuição de profissionais especializados, no Brasil e no Mundo, ainda é bastante concentrada nos grandes centros urbanos, fazendo com que pessoas de todas as idades e gêneros, que não se encontram nesses centros, tenham que se deslocar periodicamente para conseguir uma assistência digna.
Desses indivíduos, os idosos talvez sejam os mais afetados, por serem mais fragilizados, e terem maior dificuldade de locomoção. Tudo isso envolve desgaste físico, psicológico (tanto do paciente como dos familiares), além de custos relacionados a viagens, alimentação, etc. Isso, na maioria das vezes não é colocado na conta, ao se calcular o custo benefício e custo efetividade do uso da telessaúde.
Podemos nos aprofundar ainda mais nessa questão, quando avaliamos nas casas de repouso, no homecare ou em Hospitais de Retaguarda, a quantidade de visitas a setores de emergência, supermedicação e excesso de exames sem um acompanhamento linear efetivo, sem falar na ineficácia de avaliações pontuais periódicas, isoladas, sem fornecer dados temporais necessários a tomadas de decisões.
O uso da telemedicina, e do telemonitoramento pode se tornar uma alternativa para acompanhar esses pacientes idosos, portadores de doenças crônicas e mais fragilizados, de uma forma global e precisa. Não se trata de um Big Brother da saúde. Os dispositivos disponíveis atualmente permitem uma boa mobilidade do paciente pela sua casa, sem atrapalhar suas atividades diárias, e ao mesmo tempo fornecem informações relevantes como quedas, alterações do ritmo cardíaco, saturação, mobilidade, respiração, etc.
Os profissionais de saúde poderão ter acesso aos domicílios em áreas geográficas mais remotas, e a um número maior de pacientes, numa escalabilidade possível somente através das tecnologias digitais. Entre eles, estão médicos, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, e nutricionistas.
Como isso ajudaria as pessoas? Como reduzir os custos? A redução dos deslocamentos desnecessários, o acompanhamento linear e preventivo mais frequente (evitando exames e procedimentos desnecessários) e a rápida intervenção nas complicações eventualmente apresentadas, usando algoritmos com Inteligência Artificial (IA), para identificar sinais de instabilidade e/ou risco iminente de "problemas", já poderiam causar um impacto benéfico na saúde dos pacientes, e do bolso das operadoras de saúde.
As tecnologias inovadoras, podem ter diversos caminhos no mercado, de becos sem saída, até highways sem um fim visível, dependendo apenas de sua capacidade disruptiva e da sua escalabilidade. Portanto, quando falamos de tecnologia, e interação dela com a saúde das pessoas, precisamos levar em consideração fatores socioeconômicos mundias, e microregionais. De fato, é complexo comparar realidades tão assimétricas em termos de assistência a saúde, mesmo dentro de um grande centro como São Paulo, onde na periferia, as pessoas ainda estão desprovidas de um acompanhamento de saúde mais adequado. Infelizmente, no Brasil e em diversos outros países, mesmo os desenvolvidos, ditos de primeiro mundo, como Estados Unidos, existem ainda disparidades abissais nos serviços de saúde prestados para quem tem dinheiro e para quem não tem.
Então, como ampliar serviços de telessaúde, por exemplo, no setor público de saúde brasileiro, que hoje cobre 70% da nossa população, com suas deficiências estruturais crônicas e graves? Como usar o telemonitoramento domiciliar para pacientes do SUS? Existiria a possibilidade de utilizar a telessaúde preventiva em região mais isoladas do país, onde médicos e outros profissionais não estão presentes? Essas são questões ainda sem resposta, mas que merecem discussão séria, para que a saúde de todos nós no futuro possa ter um tratamento mais equilibrado.
Enquanto isso não ocorre, não podemos (nem devemos) ficar parados. Precisamos estudar essas alternativas mais a fundo. Precisamos de mais gente, inteligente e interessada em fazer com que o progresso tecnológico na saúde não seja para alguns, e sim para todos. Precisamos expandir o que é bom e já está sendo usado. Precisamos promover as tecnologias diruptivas, em detrimento das tecnologias que na agregam valor. Precisamos de pesquisas amplas nas áreas de telemedicina, saindo o eixo sul/sudeste, em pequenos nichos universitários, e se distribuindo a informação e projetos de pesquisa na área em todo o Brasil, principalmente no Norte e Nordeste, regiões que podem se beneficiar enormemente pelo uso da telessaúde. Pensando em tudo isso, e sonhando com todo o resto, amanheci no dia 01/01/19 com a esperança de continuar fazendo diferente, e inovando em mais um ano. Feliz 2019 a todos da minha rede, e que possamos transformar a realidade a nossa volta, com ações, visão e persistência.
Área da saúde
1 aQue Deus abençoe sempre vc e sua equipe de trabalho. Elizangela Christ Itu
Development Manager
5 aParabéns pelo excelente artigo! A YARA TELEMEDICINE opera exatamente no segmento DCNT, oferecendo recursos para screening, diagnóstico e acompanhamento destes pacientes.
*Angel Investor *Startup Mentor *Entrepreneur *Business Executive 🇧🇷🇩🇪🇦🇴 Building bridges between international start-up ecosystems
6 aCaminho sem volta!
Diretor de vendas na Nacioval válvulas e conexões
6 aNão tenho dúvidas que estamos muito próximo de se tornar realidade ! Que Deus abençoe a todos envolvidos com sabedoria divina , e assim consigamos esses acompanhamento por meio da tecnologia! Parabéns a todos os envolvidos e também aos que estão chegando ! Parabéns!
Buco Maxilo facial
6 aRealmente uma esperança que ajudaria muito em todos os sentidos, vamos torcer e nos juntar para que nossos idosos tenham todos esses acompanhamentos tecnológicos que evitariam também muitos gastos desnecessários.