Demissão: existe um código de conduta para ambos os lados?
Há pouco mais de um ano recebi o temido “bilhete azul”! Eu já esperava, embora não soubesse de fato quando ia acontecer.
A gente, quando trabalha em RH no mundo corporativo, não tem muito mais surpresas. Basta observar os sinais claros. E todos estamos sujeitos a restruturações e downsizing.
Pessoas que nunca passaram por essa situação muitas vezes se revoltam, pedem explicações. No meu caso, tudo estava claro. Não havia o que explicar, apenas me dar os papéis, assinar, recolher as coisas e acabou. Como eu já trabalhei em vários lugares sei de 2 coisas básicas:
1. Você será o culpado por muitas coisas durante um tempo após sua saída da empresa. Aceite, faz parte. Segue o jogo.
2. Seu nome profissional é o seu bem mais precioso. Cuide dele como se fosse um diamante gigantesco. Saia sempre, mesmo quando demitido, pela porta da frente. Com respeito e educação.
Foi por isso que, quando deixei a empresa, fiz questão de passar tudo o que eu estava fazendo naquele momento a alguém e, além de ajudar a preencher meus próprios checklists (!), ainda deixei todas as senhas, caminhos para a rede e etc. Porque o mundo segue amanhã para quem fica que tem que se achar nas suas coisas que, em geral, nunca acessou. E, na maioria das vezes, ele(a) não tem nada a ver com essa situação. Além disso, me coloquei à disposição para ajudar caso fosse necessário.
Com coisas tão simples, penso que ganhamos pontos. Em tudo.
Do mesmo modo, quando a empresa desliga uma pessoa ou um grupo de pessoas numa restruturação, penso eu, respeito é fundamental.
Já ouvi e vi casos inacreditáveis: o desligamento via e-mail – somente aceitável em casos críticos como, talvez, numa justa causa; a empresa que fez todos brindarem ao sucesso dos números e depois desligou o departamento todo num auditório; o desligamento no dia 24 de dezembro para não pagar o feriado... Como sempre digo, há empresas e empresas. Eu tive muita sorte, sempre trabalhei em empresas idôneas. Mas hoje, fica cada vez mais clara a via de duas mãos.
Os profissionais hoje trocam muito mais informações graças às redes sociais. Mesmo que eu não conheça ninguém na empresa “x”, fica fácil encontrar alguém pelo LinkedIn ou ver os comentários do Glassdoor, por exemplo. E aí, as empresas também ficam com “telhado de vidro”, expostas. E os potenciais candidatos têm suas vantagens.
Como eu não me canso de repetir, RH e gestão tem que caminhar juntos. Os gestores de muitas multinacionais - a maioria, arrisco - não entendem de legislação fora de seus países de origem e é aí que um RH mais consultivo pode auxiliar a tomar as melhores decisões em termos de legislação x cultura corporativa x respeito aos profissionais.
Ainda estamos longe do mundo ideal. Mas tenho certeza que as novas gerações vão usufruir de empresas mais preparadas para lidar com todo tipo de processo mantendo o “foco no cliente”, seja ele interno ou externo.
UX/UI Designer
5 aDayane Queirós de Souza
Consultor de Vendas Norte do Paraná
5 aGabriela, tudo bem? Infelizmente, ja passei por isso , mas saí sempre de bem com a maioria das pessoas com quem trabalhei, porém , quando somos desligados somos tratados como estranhos ou até mesmo " suspeitos" pois, o tratamemto da empresa não é dos melhores. A sensação é que os anos dedicados não serviram pra nada!! E ainda hoje vejo relatos semelhantes.
Gerente de Marketing Digital | Gerente de Marketing | Comunicação | Marketing Estratégico | Produto | Branding |
5 aGabriela excelente texto, não sou de RH mas concordo plenamente com você, já passei por situações destas e sempre tive como meta manter o meu nome profissional e deixar as portas e o canal aberto não interessa a situação.