A depreciação do senso de valor
Antes de falar sobre a depreciação do senso de valor e os cuidados que devemos ter para não jogarmos pela janela oportunidades e morrer agarrados com conformidades, vamos entender sobre a capacidade evolutiva que temos, conhecida como psicoadaptação.
O senso de valor está diretamente ligado a essa capacidade e é um fator relevante na depreciação do valor das coisas, a psicoadaptação é a adaptação da emoção humana de sentir prazer ou dor diante da exposição de um mesmo estímulo, a cada mesmo estimulo recebido nós psicoadaptamos, ou seja, aos poucos diminuímos a carga de emoção que os estímulos despertam.
Eis a questão! Isso é bom ou é ruim? E como afeta nosso senso de valor?
Vamos lá! Prós e contras.
- Prós: A psicoadaptação pode ser a força motriz para suscitar em nós insights criativos, ideias e pensamos fora da caixa, ou seja, é um agente natural usado para transmitir movimento para o maquinário das nossas vidas, uma locomotiva que transforma a adaptação dos mesmos estímulos e nos impulsiona à buscar uma vida diferente, inovações, explorar o oceano de novidades e mergulhar no desconhecido.
- Contra: A procura por novos estímulos pode cegar e gerar uma busca por algo que teoricamente seria melhor, um relacionamento, amigo, bens, emprego e outros, além disso podemos nos psicoadaptar a sofrimentos, nos tornando moribundos, sem sensibilidade e empatia, vivendo em uma zona de conforto e inatividade com argumentos decorados: Sempre foi assim! O mundo é assim! Todo mundo faz! Isso não é pra mim! Eu não tenho capacidade para isso! Eu não consigo! Eu sou assim mesmo!
- Outros fatores graves são: Mar de insatisfação, tedio constante, perda do sentido da beleza da vida e busca incessante por desafios e prazeres que são devorados por esse buraco negro.
Como tudo na vida, precisamos de equilíbrio, a diferença entre o remédio e o veneno é a dosagem. Gerenciar a psicoadaptação é sobre nos mantermos num estado consciente sobre nossas vidas, termos o discernimento do agora e do necessário para o futuro, conhecermos e dominarmos o senso de valor, gerando novos estímulos sobre o que temos no nosso dia a dia, o senso de valor é a ferramenta que afere e calibra essa balança delicada, de um lado a gratidão e do outro o discernimento do novo e do necessário.
A depreciação do senso de valor pode gerar miopia e decadência da importância de nossas conquistas atuais, do momento agora e das pessoas, deixamos de valorizar o emprego e a empresa que estamos atuando, desvalorizamos nosso potencial para crescer, deixando de reconhecer nossas habilidades e esquecemos de criar novos talentos.
Pessoas caem no esquecimento e histórias são apagadas nessa depreciação, pois a balança da gratidão e do reconhecimento não consegue mais sentir o peso e aferir a qualidade e a riqueza que temos nas mãos, gananciosos e tomados pela síndrome de Midas, seguem buscando o ouro, mas no tempo da vida são surpreendidos sobre o que é a verdadeira riqueza.
Em outra via dessa estrada está o conformismo:
“ A arte de se acomodar, de não reagir e de aceitar passivamente as dificuldades psíquicas, os eventos sociais e as barreiras físicas”. Augusto Cury.
Quem nunca ouviu a famosa metáfora do sapo, ficamos presos com a psicoadaptação paulatina e perdemos a capacidade de reagir, pois houve a Depreciação do Senso de Valor.