DEPRESSÃO
Dr.Norton Sayeg
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DEPRESSÃO - Uma Epidemia Silenciosa
A depressão é uma das condições mais freqüentes na vida adulta e no envelhecimento afetando de maneira devastadora a qualidade de vida.
Pacientes quando convenientemente tratados, respondem surpreendentemente bem, chegando freqüentemente à remissão completa dos sintomas.
Pessoas idosas costumam apresentar mudanças de humor em função de uma série de condições:
Perdas de parentes e de amigos, do cônjuge, em função de limitações sociais e/ou físicas determinadas por doenças etc.
Não raro o fator econômico-financeiro também causa sintomas depressivos.
Frente a uma situação desse tipo, a grande maioria se recupera em dias ou semanas, no máximo em questão de meses e isso não deve ser considerado como doença.
Quanto os sintomas depressivos persistem e atingem um nível que acaba por produzir importante perda de qualidade de vida estamos frente a uma doença que precisa ser devidamente diagnosticada e tratada.
A forma de manifestação é extremamente variável de paciente para paciente.
Certas pessoas perdem a vontade de continuar a viver e expressam esse sentimento por repetidas vezes.
Outros se sentem como um peso para os filhos e, mesmo deprimidos, acabam escondendo seus sentimentos dos familiares por receio de os magoarem, é chamada “Depressão Mascarada”.
Alguns, apesar de não terem motivos óbvios para estarem tristes e desinteressados de tudo e de todos, apresentam quadros de depressão de variada intensidade.
Pacientes depressivos costumam somatizar esse sentimento e se queixam de várias coisas ao mesmo tempo.
Apresentam dores generalizadas, sintomas de desconforto digestivo, desânimo, se cansam com facilidade, as pernas ficam pesadas, têm dificuldades para conciliar o sono, referem alteração do peso e de uma série de outros sintomas.
Dependendo da personalidade e de cada família em particular, tornam-se agressivos, déspotas e não admitem ficarem sozinhos nem por poucos minutos.
Em outros a apatia é a marca registrada e são incapazes em encontrar alegria.
Deixa de frequentar reuniões sociais, abandonam seus passatempos favoritos, não se importam com seus cuidados pessoais, relutam até em banhar-se.
Tudo parece estar andando devagar, o tempo passando, a vida agora está em preto e branco, perdeu o colorido, nada tem graça e só esperam pela morte.
Infelizmente ainda, existe o mito que depressão é um desvio de personalidade.
Que a pessoa não tem brios. É fraca. Não tem firmeza de caráter. Ela não se ajuda...
Não reagem como deveriam para fazer essa crise desaparecer sem nenhuma outra intervenção que não a pura e simples “força vontade”.
Essa é uma mentira que trás efeitos extremamente nocivos e faz com que muitas pessoas deprimidas que poderiam estar sendo devidamente tratadas acabem isoladas em seus cantos desnecessariamente.
A perda do apetite com dificuldades para dormir bem e a alteração do peso são comuns e sugerem fortemente um quadro de depressão.
Certas drogas acabam por produzir estados depressivos e devem merecer a atenção do médico.
Certas doenças freqüentemente são acompanhadas de depressão como a doença de Parkinson, após derrames e nas fases mais iniciais da doença de Alzheimer.
Pessoas idosas com dificuldade de acesso a serviços médicos de qualidade acabam usando a bebida alcoólica como “medicação” ansiolítica.
O alcoolismo não deixa de ser um sério problema também para essa faixa da população.
O risco de suicídio existe e é maior em homens que moram sozinhos.
Esses pacientes perambulam pelos consultórios médicos e não conseguem alívio para o seu desconforto, pois esse é um diagnóstico difícil de ser feito.
Costumo dizer que todo médico deveria ter a felicidade de, pelo menos uma vez em sua carreira, ter a oportunidade de tratar de um idoso deprimido.
O resultado do tratamento é extremamente eficaz e a alegria recobrada pelo paciente é marcante na vida profissional do médico.