Depressão Pós Férias
É seguro assumir que 90% de nós regressou de férias de Verão.
É também seguro dizer que 90% de nós está a sentir qualquer coisa parecida com ‘Depressão Pós Férias’ independentemente da zona do espectro onde nos encontremos.
E o que é a ‘Depressão Pós Férias’, como sabemos que estamos a sofrer disso e será que é normal?
A ‘Depressão Pós Férias’ é um sentimento que pode ir de uma nostalgia até a uma tristeza maior, uma saudade dos “tempos de férias”, dos dias na praia, das manhãs passadas a ler sem horários, dos mergulhos no mar, o pézinho na areia, o dia e sol que nunca mais acabam, as refeições tardias, o calor, acordar tarde, não ter onde ir, o tempo que parece não se esgotar e a sensação de paz e tranquilidade e de que tudo poder ser feito e tem tempo para ser feito com calma.
Se leste este parágrafo e estás a suspirar pelas férias que já passaram ou a planear as do próximo ano é provável que tenhas um caso ligeiro de ‘Depressão Pós Férias’. E sim, é completamente natural! O ser humano não gosta de mudança, qualquer tipo de mudança. Por muito que toda a gente queira ser um espírito livre que não segue qualquer rotina, somos efetivamente seres de rotinas e gostamos do conforto de saber o que vai acontecer a seguir. Basicamente não gostamos do desconhecido e do que não conseguimos controlar ou prever (sim, é por isso que fazemos tantos planos e To Do Lists).
Quando vamos de férias estamos efetivamente a fazer uma mudança de rotinas e hábitos, mesmo que por um curto período de tempo, mas a maioria de nós não encara esta mudança como indutora de stresse porque associamos as férias a descontração, descanso, liberdade e sim, ausência de rotinas. No entanto, sabemos também que os primeiros dias de férias costumam ser mais desafiantes e adivinhas porquê? Precisamente porque estamos a tentar adaptar-nos a um novo ambiente e a uma nova forma de conduzir o nosso dia; isso mesmo, a novas rotinas.
Quando voltamos de férias o caso muda completamente de figura porque desta vez a mudança implica algo que consideramos pior, mais chato ou um downgrade no geral, como é o caso de voltar à rotina e ao trabalho. Em breve virá o frio, a chuva, levar e trazer os miúdos da escola, o trânsito, os atrasos do comboio, os acidentes, os dias curtos e escuros, acordar cedo e dias cheios de reuniões.
Então e o que fazer para não desmoralizar, para voltar em força ao trabalho e à vida? Tudo começa uns dias antes de voltar efetivamente ao trabalho. Aqui vão as minhas dicas:
1. Se conseguires, volta do teu destino de férias, 1 ou 2 dias antes de começares a trabalhar
Acho que podemos concordar que quanto mais apressados estamos, mais stressados nos sentimos e a probabilidade de cometermos erros aumenta. A minha solução é regressares de férias 1 ou 2 dias antes de começares efetivamente a trabalhar para poder existir um período de tempo de adaptação entre os dois ambientes e realidades. Aproveita estes dias para voltares a sentir-te “em casa” em casa. Desfazer malas, arrumar armários, arejar e limpar a casa, fazer compras (e quem sabe, preparar algumas refeições para evitar a decision fatigue ao fim do dia) e planear a próxima semana. Desta forma sentir-te-ás preparado para o regresso inevitável.
2. Prepara-te fisicamente
Nas férias tendemos a achar que precisamente por estarmos de férias e fora das rotinas normais podemos colocar de parte hábitos alimentares saudáveis, exercício físico, meditação e todas as outras práticas que nos permitem sentir em equilíbrio. Apenas o sono tende a melhorar e sentimo-nos mais descansados. Devemos então tirar boas conclusões destas práticas:
- o sono deve ser prioritário no dia-a-dia pois permite-nos funcionar em pleno. Deita-te e levanta-te cedo e lembra-te de criar um ambiente calmo e propício ao sono;
- o descanso, ou seja, mais tempo passado ao ar livre, hobbies, menos ecrãs e mais sol, idem;
- os hábitos alimentares, exercício físico, meditação e hobbies devem continuar mesmo nas férias para que não nos sintamos inchados e com retenção de água no regresso;
- há sempre excessos e comidas que não costumamos consumir mas nos dias de transição, opta por beber mais água, comer vegetais crus ou ligeiramente cozinhados, fruta, cereais integrais, leguminosas, frutos secos e sementes. Adapta também os horários das refeições, jantando mais cedo;
- pensa ainda em voltar aos treinos gradualmente para evitar lesões, fadiga e a desmotivação que conduz frequentemente à desistência.
3. Agora que a preparação física está feita, prepara-te mentalmente
Aproveita esta mudança de cenários para reavaliares a tua vida. A maior parte do ano vivemos em piloto automático, escravos dos horários e do relógio, a correr de reunião para reunião, de compromisso para compromisso e não temos tempo para nos sentarmos nem que seja por 5 minutos para refletir sobre as nossas prioridades e objetivos. Este período de transição pode ser o que necessitas para fechar alguns ciclos e iniciar outros; e não só em termos de trabalho como de outros hábitos que tenhas como alimentação, exercício ou sono.
4. Traz elementos das férias para o dia a dia
Se perdes a noção do tempo com um bom livro, o sol a bater-te na cara e essa dose de vitamina D tão essencial para o funcionamento do corpo, porque não aproveitar 30 minutos depois do trabalho para te sentares num café, esplanada ou varanda e começares a desbravar essa pilha de livros ao lado da mesa de cabeceira?
Sei que nem sempre é possível acordar naturalmente sem despertadores, mas e no fim de semana? Deixa-te dormir e acordar à hora que o teu corpo precisa.
5. Respira. Respira fundo.
A rotina só voltará a ser como era se assim o decidires. Sim, há elementos que não podemos alterar e segundo os quais estamos condicionados mas há muito na TUA vida que está no TEU controlo. Basta que estabeleças limites claros nas diferentes áreas da tua vida, tires pelo menos 30 minutos diários só para ti e para os teus hábitos de bem-estar, digas ‘não’ quando é necessário e compreendas que a tua vida a ti te pertence.
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