Desde antes do Rock in Rio I

Por Eduardo Fontes Moreira 

“Conheci o Matta no Santo Agostinho, em mil novecentos… Não preciso nem completar, né? Já está claro que faz muito tempo! Estivemos juntos no primeiro Rock in Rio, naquele lamaçal.

Vimos juntos Queen e Iron Maiden, por quem eu e ele éramos loucos - não necessariamente nessa ordem. Viagens, festas e almoços toda semana, nas laboratórios-de-física-feiras (acho que era na quinta). Fígado com cebola! Que delícia! Imagino que muitos estejam torcendo o nariz, mas era bom demais! 

Tenho lido os textos que o Matta tem compartilhado - aliás, aqui, preciso deixar uma coisa clara: Duda, ele ficou depois de velho! Para mim, e para os outros 11 Eduardo’s que estudaram na mesma turma do Santo Agostinho, era Matta e vai continuar assim. Ok, Matta? 

Voltando, hoje elogiei a iniciativa do Lifelong Sharing e ele me falou: “O que você quer compartilhar? Quero muito evitar que esse ambiente seja de monólogo! Topa?”. Fiquei pensando: o que faz sentido eu compartilhar hoje, nesse espaço? 

Resolvi compartilhar a experiência de reconexão justamente com o pessoal do Santo Agostinho em um grupo de Whatsapp que se formou quando preparávamos a festa de 35 anos de formatura. 

Retomei contato com pessoas que descobri que estão morando pertinho de mim e também com quem está do  outro lado do mundo… Filhos, netos… Quanta história! Compartilhamos campanhas de doação, ideias, lembranças, piadas… 

Minha contribuição principal é puxar pela memória musical de todos. É incrível como a música acessa emoções que estão lá no passado. Na verdade, que continuam vivas. E como as pessoas curtem lembrar onde estavam quando ouviram uma determinada música pela primeira vez ou quando compartilharam com ela momentos marcantes.

Em relação ao compartilhamento, só espero que, daqui a algum tempo, todos possamos voltar a falar livremente sobre ideias, ideais e até posicionamentos políticos diferentes. Sempre temos a aprender com visões diferentes das nossas. Visões iguais nos dão suporte, confirmação e muita coisa boa… Mas o aprendizado vem da diferença. E do compartilhamento! Valeu, Matta!”