Desenvolvimento Contínuo e Cultura Empresarial para Conselhos
No mundo corporativo, o conceito de "comece pelo porquê" tem sido amplamente discutido, especialmente após o livro homônimo de Simon Sinek . Mas qual é o verdadeiro propósito dos Conselhos de Administração e das empresas? Enquanto as organizações buscam gerar valor e prosperidade, os Conselhos têm um papel fundamental como guardiões da cultura corporativa e da ética. Eles garantem que a integridade e a governança sejam sempre priorizadas, trazendo longevidade aos negócios.
Durante a aula magistral da Carolina Marra para o Advanced Board Program da Board Academy Br , discutimos profundamente como a Cultura Empresarial impacta o desempenho dos negócios e como os Conselheiros devem estar preparados para lidar com o tema e contrinuir para a longevidade das empresas, com o foco sempre na Cultura Corporativa.
A Cultura como Pilar de Longevidade
A cultura organizacional é o que sustenta o negócio ao longo do tempo. Diferentes países influenciam a maneira como as empresas operam localmente. Por exemplo, no Brasil, não temos o hábito de dar e receber feedback com frequência, algo que é comum em culturas como a alemã ou dinamarquesa. Além disso, o cenário brasileiro tem uma alta concentração acionária, o que coloca a "figura do dono" no centro das relações de poder e muitas vezes resulta em baixa governança.
Pessoas Chave e o Papel do Conselho
Para que o Conselho entenda a cultura organizacional, é crucial mapear as pessoas-chave na empresa. Ao ingressar em uma nova organização, uma prática recomendada é conversar com os colaboradores para identificar quem são os indivíduos em quem eles confiam. Esses profissionais são os que mantêm a organização viva e fluindo.
Muitas vezes, as pessoas deixam as empresas por falta de "fit" cultural. Isso reforça a necessidade de o Conselho auditar a cultura, indo a campo e realizando o "gemba", termo que significa "o lugar real onde o valor é gerado". O Conselheiro não deve administrar os processos diretamente, mas sim fornecer feedback e orientação, criando a confiança necessária com a diretoria e colaboradores para entender os pontos fortes e fracos da organização.
Desafios e Boas Práticas de Governança
A crise da Boeing é um exemplo claro de como decisões de governança mal tomadas podem impactar gravemente uma empresa. A pressão por lucros e a aceleração de cronogramas levaram a falhas no desenvolvimento e certificação do 737 Max, comprometendo a segurança e a reputação da empresa. Essa situação serve como um alerta para que os Conselhos priorizem uma governança coerente, alinhada à cultura e à ética organizacional.
Impacto da IA e Cultura no Futuro
Com o avanço da inteligência artificial, uma questão relevante é como as empresas vão adaptar sua cultura para garantir que os princípios inegociáveis continuem sendo respeitados. Um exemplo disso é a importância da segurança. Empresas como a Boeing mostram que, sem uma cultura forte, baseada em valores, os resultados podem ser desastrosos.
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Conselhos como Guardiões da Cultura
Não há estratégia que funcione sem uma cultura organizacional e uma liderança alinhadas. O Conselho deve ser muito mais do que apenas palpiteiro. Ele deve fundamentar suas recomendações com dados, informações e um profundo entendimento da cultura da empresa. A cultura não é estática, ela não pode ser captada em uma pesquisa de clima isolada, mas sim através de uma observação contínua e profunda das práticas diárias.
Toda organização tem uma cultura, mesmo que ela não seja explicitada. Isso pode incluir subculturas em diferentes regiões ou áreas de negócio. Por isso, é fundamental que, mesmo com objetivos distintos, os valores e o propósito da empresa sejam os mesmos em toda a organização.
Remuneração e Incentivos: Um Reflexo da Cultura
A remuneração também é um tema de destaque para os Conselhos, pois está diretamente relacionada ao propósito e à cultura da empresa. Em multinacionais, por exemplo, benefícios como plano de saúde são comuns, enquanto startups frequentemente oferecem participação acionária. Modelar o comportamento dos colaboradores através de incentivos alinhados aos valores da empresa é essencial para garantir o sucesso de longo prazo.
Um exemplo marcante e interessante que ressalta a importância da Cultura Corporativa no mundo dos negócios é seu impacto no universo da Fusões e Aquisições (M&A). Vejam os dados abaixo:
Conclusão
Para os Conselhos, o desafio de alinhar governança, ética e cultura é constante, especialmente em um mundo em rápida transformação. Se não houver coerência entre cultura e liderança, as estratégias mais bem planejadas podem fracassar. Como guardiões da cultura, os Conselheiros têm um papel vital na longevidade e sustentabilidade das organizações.
E você, tem observado como a Cultura da sua empresa impacto o ambiente e o resultado dos negócios? Independentemente de ter gostado ou não do artigo, agradeço se deixar seu comentário e compartilhar com sua rede.
Diretor de Supply Chain | Conselheiro | Mentor | Operações | Compras | Gestão | Logística | Reversa | Indústria | Varejo | Telecomunicações | Investidor Anjo
2 mParabéns pelo artigo, Thiago Junqueira Penteado! A abordagem sobre o papel dos conselhos como guardiões da cultura empresarial e a importância de alinhar governança com ética foi muito clara e objetiva. Você trouxe ótimas reflexões sobre como a cultura influencia diretamente a sustentabilidade das empresas, destacando pontos cruciais para o trabalho dos conselheiros. Excelente leitura!
Founder | Board Member | Company Advisor | Diretor | Sales | Business Development | Investor | Executive MBA | Multifunctional Team Leader | English, Spanish and Portuguese Speaker | Palestrante
3 mMuito bom, Thiago! É isso mesmo. A manutenção da cultura organizacional e da qualidade do clima organizacional é muito importante para a retenção de talentos e para a longevidade das empresas.
Conselheiro de Startups e empresas | Estratégia | Comunicação | Investidor | Empreendedor | Entusiata de Inovação, tecnologia, IA e games
3 mMuito bom o artigo Thiago. 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 Ontem mesmo eu estava trabalhando em um artigo que publicarei na semana que vem e também citei o "Comece pelo porquê" de Simon Sinek. Um baita livro!