Desktop é desktop
Acho meio triste voltar a essa vida de distro hopper, mas pelo menos tenho aprendido algumas lições a respeito da "experiência desktop".
Desktop é desktop e isso é diferente de um "servidorzinho", que é diferente de um "servidorzão". E por muito tempo eu encarava meu desktop como um servidor, trazendo comigo toda a filosofia que é perfeitamente adequada a um servidor e bastante faltante para um desktop de uso diário.
Recentemente comprei um mini pc visando substituir meu laptop. Antes de o produto chegar, fiquei planejando que tipo de setup faria: cheguei a pensar em instalar NetBSD com outros sistemas operacionais rodando virtualizados, inclusive com meus dados sendo servidos via NFS ou algo assim.
Mas... é uma trabalheira e eu ando cansado e especialmente preguiçoso. Acabei mudando de planos para um Void Linux todo criptografado mas, novamente: é trabalho e o resultado não estava ficando muito bom.
Então desisti e resolvi ver qualé a do Linux Mint mais recente. E aí que percebi como é agradável trabalhar em um ambiente em que pessoas qualificadas investiram tempo, planejamento e esforço para deixar redondo e bonito.
Plugar os headphones e ter o input configurado automaticamente para usar o microfone embutido neles? Check!
Recomendados pelo LinkedIn
Parear com os foninhos Bluetooth e tudo simplesmente funcionar e muito bem? Check!
Pressionar a tecla "pause" no teclado e ter o vídeo do Youtube que não está nem na área de trabalho atual devidamente pausado? Check!
E a lista prossegue. São pequenos detalhes que eu poderia muito bem implementar por conta numa distro mais simples, mas isso me custaria muito tempo e esforço e, no fim, nem ficaria tão bom e tão bem integrado.
E agora, depois de o mini pc ter queimado e já ter sido devolvido à loja, instalei o Linux Mint no novo SSD que comprei, no laptop mesmo, e estou usando-o feliz da vida.
Systemd, D-Bus, Pulseaudio e o que mais estiver rodando por debaixo dos panos: acho horrível, mas tenho que admitir que funciona. E é assim com a maioria das coisas que são populares: quase nada é tecnicamente magnífico! A Web, por exemplo, é uma pilha de coisas horríveis que não deixaria muita gente orgulhosa e, todavia, está aí, em todo o canto.
Então, enfim... O Void Linux é uma distro magnífica e em breve terei aqui um "servidorzinho" para usá-la. Mas, por ora, estou nessa vibe de que desktop é desktop e quero mais é aproveitar.