Desmatamento na Amazônia
Os dados divulgados no início da semana a respeito do desmatamento na Amazônia exigem uma ação urgente por parte do governo federal.
A despeito de ter questionado os próprios números oficiais há alguns meses e ter criado até mesmo uma crise internacional em função das queimadas na região, não há mais como o governo negar que a situação está se agravando.
Os dados de dois sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que a taxa oficial de desmatamento na Amazônia Legal é 42,8% maior do que os números já divulgados antes nos alertas.
O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, que é divulgado uma vez por ano, verificou mais de 9 mil e setecentos quilômetros quadrados desmatados entre agosto de 2018 e julho de 2019.
Já o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) emitiu alertas para um total de seis mil e oitocentos quilômetros quadrados pra o mesmo período.
O Deter é um sistema de atualização diária, cujo balanço que apontava a tendência de alta já era conhecido desde agosto.
Os dois sistemas têm propósitos e características distintas e historicamente, apresentam essa diferença.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já afirmou que pretende contratar um novo sistema de monitoramento e tem todo meu apoio.
O Brasil precisa de um sistema melhor de fiscalização. A Amazônia abriga riquezas, até mesmo não exploradas, e que podem garantir muitas conquistas ao Brasil.
Então, claro, todas as medidas de proteção e fiscalização devem ser sistematicamente aprimoradas.
Enquanto isso não acontece, no entanto, o governo deve ao Brasil uma resposta com um plano emergencial de ação. Não podemos ficar batendo cabeça sobre a melhor metodologia para medir o desmatamento e, enquanto isso, permitir a destruição da floresta.