A relação entre o desperdício financeiro na saúde e o Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil é um indicador crítico da eficiência e da sustentabilidade do sistema de saúde. Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) apontou que cerca de 20% a 30% dos recursos destinados para a saúde são desperdiçados devido a ineficiências.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2023, a relação entre despesa assistencial e receita chegou a 87% (taxa de sinistralidade). Isso demonstra o quanto precisamos atuar para buscar o equilíbrio financeiro no setor, agregando mais saúde para as pessoas.
Mas o que está relacionado a esse desperdício? Abaixo elenco alguns dos desperdícios evidenciados atualmente.
- Eventos Adversos Evitáveis: Estima-se que os eventos adversos evitáveis, gerem um custo significativo ao sistema de saúde. Esses eventos não apenas prolongam a hospitalização dos pacientes, mas também aumentam os custos com tratamentos adicionais, intercorrências geradas durante a internação, reinternação pós alta por ausência de alta segura, dentre outros.
- Doenças Crônicas: As doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, representam uma grande parcela dos gastos em saúde. No Brasil é apontado pelo IBGE que 45% da população tem, pelo menos, uma doença crônica não transmissível. O principal problema relacionado a doença crônica é a ausência de cuidado necessária para a condição específica e saúde que foi identificada, como diabetes e hipertensão, o que pode gerar agravos e com isso ausência de qualidade de vida e alto custo com saúde. Muitos desses custos poderiam ser reduzidos com prevenção e gerenciamento adequado dessas condições. A falta de um acompanhamento contínuo e eficaz leva a complicações que requerem tratamentos mais caros e prolongados. As DCNTs, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, são responsáveis por mais da metade dos óbitos no Brasil, somando mais de 730 mil mortes em 2019 [conforme divulgado pelo Ministério da Saúde]. A gestão inadequada e o tratamento ineficaz dessas doenças resultam em hospitalizações frequentes e prolongadas, além de alto custo com medicamentos e tratamentos. Em 2021, o Vigitel revelou que a prevalência de doenças crônicas está em ascensão, com milhões de brasileiros afetados.
- Exames e Procedimentos Desnecessários: A realização de exames e procedimentos sem necessidade médica clara é uma prática comum que contribui para o aumento dos custos. Estudos mostram que a sobreutilização de recursos diagnósticos e terapêuticos adiciona uma carga financeira significativa ao sistema de saúde.
Mas, afinal de contas, o que realmente pode ser feito?
- Aprimorar a Gestão Hospitalar: Implementar sistemas de gestão hospitalar mais eficientes para reduzir eventos adversos evitáveis. Isso inclui treinamento contínuo para profissionais de saúde e adoção de protocolos de segurança mais rigorosos.
- Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças: Investir em programas de prevenção e promoção da saúde, especialmente voltados para o controle de doenças crônicas. A prevenção e o gerenciamento efetivo dessas condições podem reduzir significativamente os custos a longo prazo.
- Uso Racional dos Recursos: Desenvolver políticas e práticas que incentivem o uso racional dos recursos de saúde, como exames e procedimentos. A implementação de diretrizes clínicas baseadas em evidências pode ajudar a reduzir a sobreutilização.
- Tecnologia e inovação: usar de recursos tecnológicos para gerar melhor eficiência, ampliar acesso, cuidar de forma mais efetiva e unificar dados afim de evitar repetição de exames sem necessidade, por exemplo.
- Investir em novos modelos de remuneração, promovendo o uso de modelos baseados em valor em saúde, onde o desfecho clínico e a percepção de valor do paciente devem ser considerados.
O desperdício financeiro na saúde é um desafio significativo que afeta não só a sustentabilidade do sistema de saúde, mas também a economia do país como um todo. Ao abordar as causas desses desperdícios e implementar estratégias eficazes de gerenciamento e prevenção, é possível melhorar a eficiência do sistema de saúde e, consequentemente, liberar recursos para investimentos prioritários.
Vamos em frente que ainda temos muito por fazer, mas com a certeza de que podemos, e muito, apoiar na sustentabilidade do setor.
Gerente Comercial e Novos Negócios na GnTech - Saúde Personalizada
6 mMuito interessante, solução é o que mais tem André Machado Júnior. O segredo está em colocar a pessoa certa no lugar certo, com a estratégia certa!
Autor do livro: “Modelo-RSVA\LCA^AIS: Remuneração Sistêmica por Valor Agregado nas Linhas de Cuidados Assistenciais compondo Ações Integrais de Saúde” (ISBN: 978-65-00-58745-6_784pg^dig)
6 mComo subsídio, 1.As respostas a esses questionamentos encontram-se no livro referenciado no anexo "Modelo-RSVA\LCA^AIS: Remuneração Sistêmica por Valor Agregado nas Linhas de Cuidados Assistenciais compondo Ações Integrais de Saúde". 2.Para isso é preciso operacionalizar Agenda Positiva dada pelas Interatividades ou influência mútua em Agenda Programática das partes envolvidas. Por isso, os envolvidos devem contar com as Métricas Sistêmicas dos processos dos protocolos das Conformidades Técnicas("o que"\Procedimentos, "para quem"\Populações, "onde"\AmbAssistência e "como"\Protocolos - nas referências e contrarreferências) decodificadas com Conformidades Operacionais(RH^Méd, RH^Enf, RH^MultipDir, RH^MultipIndir, DD, DI e Investimentos\CC=DR+RI nos mercados de fatores e de serviços). Assim têm-se as Conformidades Técnico-Operacionais das LCA/IS^AIS decodificadas nos seus termos Econômicos, Financeiros e Contábeis em Navegador Orçamentário por Processos que asseguram as Posturas Decisórias Assertivas no tempo.