No Dia Internacional da Mulher, não equilibre pratos, corra atrás de sonhos!

No Dia Internacional da Mulher, não equilibre pratos, corra atrás de sonhos!

Na correria do dia a dia, é muito fácil deixar de refletir e debater sobre temas fundamentais para um mercado de trabalho mais justo e com mais equidade. As pautas de diversidade correm o risco de ficarem restritas às suas datas “comemorativas”. Mas é justamente por isso que essas datas são importantes, para nos dar a desculpa perfeita para parar e pensar sobre o tema com mais atenção.

Esse ano, o Dia Internacional da Mulher teve um espaço ainda mais especial para mim. Além de ter feito parte do time que idealizou o evento, eu fui entrevistada para uma matéria feita sobre a empresa que trabalho, e lembrei de uma situação que vivenciei há poucos anos atrás por ser mulher e mãe.

Estava participando de um processo seletivo para uma multinacional, fui aprovada em todas as etapas, com o RH, com 2 lideranças, no inglês. Todos foram muito profissionais nas entrevistas, tive a oportunidade de conversar sobre minhas competências técnicas e experiência. E sim, sempre conto que sou mãe, pois apesar do risco de ser preterida por um viés inconsciente (ou consciente), ser mãe é algo fundamental na minha personalidade. Eu sou a profissional que sou hoje, por quem eu sou na minha vida pessoal e na minha maternidade.

Eis que, com a proposta aceita, aviso prévio em andamento na empresa anterior, uma mulher da área de recrutamento me liga e faz a seguinte pergunta:

Então Tatiana, você tem um filho né? Quantos anos ele tem? E ele vai ficar com quem para você trabalhar?

Eu respondi, de uma posição de extremo privilégio, que ele frequentava escola pela manhã e tinha uma babá com ele a tarde. Ela ficou extremamente satisfeita com a resposta, e me deu as boas vindas à empresa.

Deu tudo certo! Mas eu sai daquela ligação aos prantos. Eu chorei. Chorei muito.

Em algum nível, chorei por ter conseguido a vaga que eu tanto queria. No entanto, chorei principalmente por não ter que escolher entre carreira e maternidade.

Eu chorei por saber que muitas mulheres saem do mercado de trabalho quando são mães por não ter opção. A educação infantil não é universal, o Estado não tem a obrigação de prover vagas para todas as crianças, apenas a partir dos 6 anos. Na ocasião meu filho tinha 3 anos e frequentava uma escola particular.

Eu chorei por mim e por todas as outras mães que lutam por uma vaga no mercado de trabalho para, entre tantos outros sonhos, dar a seus filhos oportunidade de uma educação digna e de qualidade.

Eu chorei por medo de não conseguir equilibrar tantos pratinhos. E uma simples pergunta me despertou uma insegurança que eu nunca tinha sentido. Não tinha sentido porque eu sabia que não é sobre equilibrar pratos, é sobre ir atrás de todos os sonhos possíveis.

Eu chorei por saber que sonhar não é fácil. Sonhar alto então… E sonhos são assim, eles estão firmes em nosso coração, por vezes um toma a vez do outro. Ou não são realizados. Mas continuam alimentando nossa energia e tornando nossa jornada cada dia mais especial.

Não abrir mão de sonhos requer dedicação, entrega e comprometimento. E é assim com meu sonho de ser uma mãe melhor a cada dia. É assim com meu sonho de conhecer tantos outros lugares nesse mundo. É assim com meu sonho de ser uma profissional que faz a diferença para as pessoas. Afinal, RH é cuidar. Cuidar da experiência do colaborador. Cuidar da carreira das pessoas. E cuidar do negócio, que é mais um sonho a ser concretizado!

Assim como Martin Luther King, I have a dream. I have a lot of dreams! Dentre eles, o sonho de ver um mundo cada mais justo, com mais oportunidades e equidade!

E você?

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