Dia Internacional da Mulher: a palavra profissional não distingue gênero

Dia Internacional da Mulher: a palavra profissional não distingue gênero

Quando me pediram para escrever um texto sobre o Dia Internacional da Mulher, me vi num dilema. Porque eu não gosto do Dia Internacional da Mulher. Por um motivo simples. Homens e mulheres são diferentes e devem ser diferentes. Mas, no trabalho, o ideal é que as pessoas nem percebessem se um profissional é homem ou mulher. Deve ser até por isso que a palavra profissional é a mesma no feminino ou masculino.

Mas depois lembrei que um dos motivos da data foi a luta pelo direito ao voto feminino. Um direito para lá de elementar. Vi então que o dia tem que ser marcante sim. Até porque, se já avançamos muito, a sociedade que corra, mas corra mesmo. Tenho uma filha de 16 anos e posso dizer com segurança: essa próxima geração vem com uma convicção que transforma as mulheres que queimavam sutiãs na década de 60 em freiras enclausuradas. Elas atropelam quem ousar impedi-las de fazer algo pelo fato de serem mulheres.

Foi assim, aliás, que sempre me senti. Nunca deixei de fazer nada pelo fato de ser mulher. Mas, em compensação, também nunca pedi um tratamento especial. Sim, porque muitas querem direitos iguais, mas não responsabilidades iguais. E o pacote é um só: com seus ônus e seus bônus. É bem verdade que muitas vezes a gente tem que falar mais “assertivamente” para ser ouvida. Mas eu sempre falei alto mesmo, então não sei o que veio primeiro.

Meus filhos, Raul e Ana

Na FSB, minha vida profissional se confunde com minha vida pessoal, mais especificamente de mãe. Mulher é assim. Tem uma reunião com um ministro de Estado, mas pede licença para telefonar para casa para ver se a febre do filho baixou. Desconfio que não existe alguém que trabalhe comigo que não saiba os nomes dos meus filhos. 

Cheguei em 2007, como diretora assistente e filhos gêmeos de 3 anos. Tive a sorte de ter próximos o Francisco e o Marcos, que queriam me mostrar o mais rápido possível a essência da FSB. E, para isso, viajava. Brasília, São Paulo, Belo Horizonte. Queria conhecer tudo. Mas sem ficar muitos dias fora de casa para acompanhar o crescimento dos meus filhos. Nunca tive problema. Logo percebi que, na FSB, o que se quer é comprometimento e entrega. Como fazer isso, no meu caso pelo menos, sempre coube a mim. Gostei desse acerto.

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De assistente, virei diretora de núcleo, diretora executiva, diretora geral do Rio de Janeiro e sócia diretora de Contas Públicas. De um pouco mais do que bebês, meus filhos aprenderam a ler, escrever, completaram o ensino fundamental e estão no ensino médio. Durante esses 13 anos, a FSB cresceu, meus filhos cresceram e eu cresci. Tudo junto e misturado. Como é o lema da minha vida: aos trancos e barrancos, mas para frente. Porque na minha vida, que não é exemplo para ninguém, a profissional não se realiza sem ser mãe. E a mãe não se realiza sem ser profissional. Essa é a beleza de ser mulher. Não tem fórmula pronta. Cada uma que invente a sua. Mas que chegue no dia 8 de março com orgulho do que alcançou.

Artigo escrito para a ação de de comunicação interna da FSB Comunicação para o Dia Internacional da Mulher.

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