Difícil de trabalhar? 4 tendências para entender mais sobre a Geração Z — e fugir dos estereótipos

Difícil de trabalhar? 4 tendências para entender mais sobre a Geração Z — e fugir dos estereótipos

Olá! Hoje o tema do nosso Papo de Firma é ela: a Geração Z, que volta e meia é tema de discussões acaloradas aqui no LinkedIn. 

A polêmica mais recente é sobre uma pesquisa da revista universitária Intelligent que apontou que cerca de 20% dos líderes americanos já receberam jovens recém-formados acompanhados de um dos pais para a entrevista de emprego. 

Embora sejam nativos digitais, esses jovens também teriam dificuldades ao executar tarefas mais básicas no computador, justamente, por estarem muito mais acostumados ao celular. 

Some-se a isso a fama de serem questionadores e difíceis de trabalhar e está desenhado um estereótipo da Geração Z no ambiente de trabalho que é digno de deixar qualquer recrutador com o pé atrás. 

Não por acaso, a mesma pesquisa da Intelligent apontou que 1 em cada 4 empregadores evita contratar jovens dessa geração. Mas, será que essa fama é justa? 

Afinal, em um contexto em que se fala tanto em diversidade, faz sentido rotular profissionais apenas pela idade? E, não basta ir muito longe para lembrar que os millennials, que hoje lideram os GenZ, também foram chamados de “geração mimimi” ali pelo início dos anos 2010. 

Polarizações e ideias pré-concebidas à parte, hoje reunimos então 4 tendências da Geração Z para você entender um pouco melhor. Vem com a gente: 

1. Managing up: o hack resgatado pela Geração Z para "gerenciar" os chefes

Entender o perfil do seu líder e desenvolver habilidades para manter uma dinâmica saudável com ele (ou ela) pode ser a chave para o sucesso da sua carreira. A prática, chamada de managing up, e esquecida por muitos profissionais no dia a dia, vem sendo resgatada pela Geração Z para prosperar na carreira. E o assunto, é claro, já está em alta nas redes sociais. 

No TikTok, por exemplo, a hashtag #managingup acumula mais de 9 milhões de menções. E influencers de carreira explicam que este hack, ligado totalmente à inteligência emocional, pode ser a saída para gerenciar as expectativas dos chefes e conseguir maior equilíbrio entre carreira e vida pessoal. 

“É uma geração que quer fazer parte das coisas. E essa relação com o chefe é muito importante para que eles se sintam seguros e confortáveis onde estão. Fora isso, os GenZ tendem a adotar uma postura mais inclusiva, que quer resgatar o lado humano nas relações”, diz Marcela Zafani , analista de desenvolvimento organizacional na farmacêutica Hypera Pharma. 

A Geração Z também é conhecida por demandar maior flexibilidade no trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e carreira. Alguns estão dispostos a abrir mão do crescimento profissional em troca de mais bem-estar, já outros estão buscando novos olhares para o conceito de produtividade. 

“O que tem surgido é produtividade inteligente. É questionar que ser produtivo não é acordar às cinco da manhã, mas ser eficiente naquilo que você faz. Então, o managing up talvez esteja relacionado à característica da geração Z de ajudar seus chefes a serem mais objetivos, eficientes para que, assim, ambos sejam mais produtivos”, afirma Jéssica Paraguassu , CEO da Mulheres no Comando. 

No blog da Flash, explicamos tudo sobre o managing up e por que esse comportamento traz benefícios também para as empresas.

2. Por que a Geração Z é a que mais sofre burnout geracional? 

O burnout se popularizou associado à ideia de acometer principalmente homens e mulheres de meia-idade, mas são os jovens, especialmente os da Geração Z, os que mais estão sofrendo hoje com a síndrome do esgotamento do trabalho. 

Um estudo da Asana, realizado em sete países com 10.000 pessoas, mostrou que 70% delas apresentam sinais de burnout e, destas, 84% eram da GenZ, seguidos pelos millennials (74%) e baby boomers (47%). A proporção se repete em um estudo da McKinsey, que aponta que 25% dos Zs sofrem de burnout, contra 8% dos baby boomers.

Alguns fatores podem influenciar os números. Começando pelo fato de eles olharem para seus pais e perceberem que muitos abriram mão de momentos de lazer para priorizar o emprego. Some-se a o contexto dos últimos anos, em que as horas dedicadas ao trabalho aumentaram, principalmente para os profissionais que ocupam funções nos escritórios.

O resultado: os jovens se sentem pressionados para dar mais de si, sem, de fato, ter uma contrapartida que lhes agrade. Trabalhar às custas do próprio bem-estar e do tempo para aproveitar outros aspectos da vida simplesmente não faz sentido para eles. E, afinal, deveria fazer sentido para alguém? 

Entenda aqui tudo sobre o burnout geracional 

3. Às segundas-feiras, fazer só o mínimo necessário

Bare minimum monday ou segunda-feira mínima, em tradução livre do inglês.

No ano passado, a empreendedora Marisa Jo Mayes viralizou no TikTok ao compartilhar o seu método para lidar com a pressão que antecede o início da semana: o bare minimum monday, ou segunda-feira mínima, em tradução livre do inglês. 

No vídeo de 30 segundos, Marisa explica que reduz os esforços no trabalho no início da semana, realizando apenas as atividades essenciais. Não demorou para que chegasse às redes sociais, espalhando-se e levantando uma discussão sobre o tema. 

Assim como o “quiet quitting”, o bare minimum monday surge como uma resposta à cultura workaholic que impera para muitas pessoas. Com expectativas diferentes em relação ao trabalho e ao que significa sucesso profissional, os Genz são os mais propensos a aderir a movimentos como esse. 

João Pedro Xaubet , head de Inovação & Tecnologia na APSIS Consultoria, pontua que o movimento pode ser positivo tanto para colaboradores quanto para as organizações. Afinal, funcionários com mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional tendem a ter menos impactos negativos na saúde mental, algo que está ligado com melhores performances e engajamento dos times.

Porém, ele alerta para que os profissionais não utilizem essas tendências de má-fé.

“Os movimentos são genuínos, mas é importante não se aproveitar disso para simplesmente não trabalhar. Esses movimentos podem jogar luz para questões de saúde mental, no entanto, as empresas precisam continuar apresentando resultados”, afirmou em entrevista para o blog da Flash. 

4. Pinneaple: na rede social da Geração Z, currículo vira stories 

Espécie de LinkedIn voltado exclusivamente para a GenZ, a Pineapple.io foi lançada em novembro de 2022.  Após passar por algumas dificuldades ao tentar se inserir no mercado de trabalho, o cofundador da Pineapple.io, David Diamond, hoje com 23 anos, percebeu que uma plataforma exclusiva para profissionais da Geração Z poderia ser útil não só para ele, mas para milhões de outros jovens no mundo.

A plataforma tem como intuito permitir que os jovens profissionais interajam entre si para trocar experiências e divulgar o seu trabalho. Ou seja, trata-se muito mais de uma comunidade de profissionais que propriamente uma rede social em que é possível se candidatar a vagas de emprego

Por lá, por exemplo, os currículos ou portfólios são apresentados em formato de stories, com imagem acompanhando o texto. 

Na Pineapple, currículos ou portfólios são apresentados por meio de stories.

Para Carmela Lomando Moraes , especialista da Consumoteca, empresa especializada em comportamento do consumidor, a Pineapple está muito mais perto do TikTok do que do Instagram e LinkedIn.

“Ao mesmo tempo em que eu consumo os conteúdos como entretenimento, no TikTok eu também sou criador de conteúdo e compartilho minhas próprias histórias. A Pineapple também oferece essa proposta: contar a minha experiência, independente do que seja”, afirma.

Leia mais sobre a rede social exclusiva para a Geração Z no blog da Flash

Se você chegou até aqui, esperamos que tenha aprendido mais um pouquinho sobre a Geração Z. E por fim: mais do que qualquer tendência, ouvir o outro e tentar aprender com ele pode ser a saída para resolver os conflitos — sejam eles geracionais ou não 😉

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Gisele Moro

Produtora de Eventos | Produtora Cultural | CS - Analista de Relacionamento

9 m

Li o texto procurando motivos para manter a implicância com a geração Z e concluí que em alguns aspectos sou "mais nova" do que Millennials. 🤣

Luiz Felipe Silva

Assistente administrativo | Estudante de Processos Gerenciais | Experiência em Finanças, Seguros e Imóveis | Apaixonado por desafios e desenvolvimento contínuo.

9 m

O texto ofereceu uma visão intrigante das tendências emergentes da Geração Z no ambiente de trabalho, mas falta uma análise mais detalhada sobre como os supervisores e líderes estão enfrentando os desafios dessa nova dinâmica geracional. Seria relevante explorar como os programas de desenvolvimento de liderança estão incorporando estratégias para compreender e atender às necessidades específicas da Geração Z, considerando suas preferências por flexibilidade, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e uma abordagem mais inclusiva nas relações de trabalho. Destacar como os líderes estão sendo capacitados para promover um ambiente de trabalho que valorize e capitalize os pontos fortes da Geração Z seria fundamental para garantir uma transição suave e produtiva para essa nova era no mundo corporativo. #DesenvolvimentoProfissional

Muito bom ler algo no LinkedIn que não esteja criticando duramente a minha geração. ❤️

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