Do Mapa à Rua: Como o Geoprocessamento Pode Transformar a Arborização Urbana

Do Mapa à Rua: Como o Geoprocessamento Pode Transformar a Arborização Urbana

As recentes ocorrências de chuvas intensas, seguidas por longos períodos de interrupção no fornecimento de energia elétrica, têm colocado em evidência a fragilidade de nossas cidades e a importância de um planejamento urbano mais eficiente. Quedas de árvores sobre redes elétricas, eventos cada vez mais frequentes nesses períodos, revelam uma falha grave em um dos elementos fundamentais da paisagem urbana: a arborização. A falta de planejamento na escolha das espécies, no espaçamento entre as árvores e na manutenção dos plantios tem contribuído para o aumento dos riscos, comprometendo a segurança da população e gerando prejuízos econômicos e sociais. 

O que é arborização urbana? 

A arborização urbana envolve o plantio, a manutenção e a gestão de árvores nas cidades, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o ambiente. Esta prática é essencial por diversos motivos: 

·        Contribui para a saúde física, mental e emocional da população; 

·        Proporciona espaços de lazer que trazem benefícios à sociedade; 

·        Melhora o apelo estético de ruas e bairros; 

·        Gera benefícios econômicos ao valorizar o entorno urbano; 

·        Facilita o acesso de animais a áreas naturais, ampliando a biodiversidade; 

·        Oferece isolamento térmico e acústico; 

·        Melhora a qualidade do ar, tornando-o mais fresco e úmido; 

·        Reduz o risco de enchentes; 

·        Promove a saúde do solo e previne a erosão; 

·        Funciona como barreira contra ventos fortes, desacelerando-os. 

Quando relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, torna-se evidente a relevância de criar e preservar áreas verdes públicas, com especial ênfase na arborização urbana. 

No Brasil, um dos maiores desafios para alcançar as metas propostas pela ONU é a escassez de geoinformações que possam auxiliar as gestões municipais, estaduais e federais. Esses dados são fundamentais para apoiar decisões em diversos setores, devido à importância da dimensão espacial no acesso, monitoramento e planejamento das cidades.  

Não obstante, a implementação de geoinformações no planejamento e na gestão da arborização urbana se tornam fundamentais, visto as dificuldades encontradas no planejamento de tais atividades, sobretudo em grandes cidades. 

Em que consiste o manuseio da arborização urbana (ou floresta urbana) e de que forma as ferramentas de geoinformação ajudam nesta finalidade? 

A partir do momento da escolha das sementes, quando normalmente a administração pública escolhe para germinar as mudas a serem plantadas na cidade, já se inicia o manuseio ou manejo da floresta urbana, caracterizando a sua diversidade. Concluída esta etapa, realiza-se o plantio e os cuidados das árvores em seus estágios jovem e adulto. Dessa forma, é necessário pensar na floresta urbana como a população verde das nossas cidades.  

Saber, por meio da geoinformação, onde está localizada essa população, quando foi plantada, sua idade e outros dados vem se tornando imprescindível para melhorar a eficiência da administração pública no manejo da arborização urbana. 

Muitas prefeituras, hoje, plantam suas mudas já com georreferenciamento (identificação geográfica), e o atualizam sempre que possível, para se obter um levantamento quanti-qualitativo mais preciso. 

Quando se trata de árvores em ambiente urbano, sem dúvida, está sendo colocado um indivíduo ambiental em natural conflito com outros elementos urbanos, como fiação aérea, calçadas, tubulações enterradas, e a geoinformação pode diminuir esse conflito preservando todos os elementos em harmonia. 

Além disso, o cruzamento de dados geográficos possibilita a realização de plantios em pontos estratégicos de uma localidade, como por exemplo: proximidade a recursos hídricos, pontos turísticos, principais vias de acesso, árvores remanescentes (principalmente áreas verdes), formação pedológica existente (solos) e caracterização das mudas, possibilitando maior eficiência nos processos. 

É fundamental que as cidades invistam em um planejamento urbano mais sustentável e resiliente, que leve em consideração os impactos das mudanças climáticas e os riscos associados à arborização urbana. A elaboração de planos diretores que integrem a gestão inteligente da arborização é medida essencial para garantir a segurança da população e a preservação do patrimônio natural das cidades. 

Na Monitora, a tecnologia é uma aliada essencial na construção de cidades inteligentes, e as ferramentas de geoinformação estão no centro de nossos serviços. Conheça mais sobre o que fazemos: www.monitora.info/landpage 

 

Texto: Dheosmani Santos

Revisão de texto: Carolina Passos

Arte: Lilian Giroldo

 

Referência:  

Geocracia.com: bit.ly/4ePyhfx

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