Docência e a Competência


            Educar é também transformar vidas e cabe ao educador levar o educando a um nível de crítica avaliativa, ou seja, fazer com que seu educando possa se tornar um cidadão protagônico.

            De acordo com Libâneo em seu livro Didática, publicado pela editora Cortez publicado em 1990, competência é visto como um compromisso social e o magistério é visto como um ato político, justamente por se realizar nos contextos das relações sociais.

            Para ser um bom professor, não basta ter apenas o seu notório saber. Ele deve trabalhar o espírito investigativo, a curiosidade do educando, pois Romão em seu livro Pedagogia Dialógica, publicado pela Editora Cortez em 2002 esclarece que o profissional de educação deve ser libertador, emancipador e ter os educandos como parceiros para construir as condições de superação da curiosidade ingênua pela curiosidade epistemológica, da consciência intransitiva mágica pela consciência crítica, ou seja, um protagonismo cognoscente, que transformará o educando em um senhor de seu próprio destino.

            Com a pesquisa, o educando aprende a defender suas idéias sob a âncora do conhecimento e a se expressar mais e melhor, desenvolvendo sua autonomia e autoestima, chamando para si as responsabilidades de seus atos.

            Nos dias atuais, o professor não transmite apenas o que sabe, cabe a ele ser o elo entre a curiosidade e a pesquisa, porque de acordo com Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Editora Paz e Terra em 1996, a pesquisa leva o aluno a constatar, e constatando ele intervém, intervindo ele se educa e educa os outros, logo a pesquisa o leva a conhecer o que ainda não conhece. Para Freie, não há pesquisa sem ensino e nem ensino sem pesquisa.

            Essa busca da pesquisa, de sanar a curiosidade, levará o educando a uma visão mais crítica, ao amadurecimento de seu conhecimento, não aceitando “verdade” como algo inquestionável, enriquecendo-o com uma cultura mais geral, pois o educando vislumbrará várias fontes o que aguçará o seu poder de discernimento.

            Cabe ao educador levar ao educando, conteúdos que o auxiliem na solução de problemas relacionados ao seu contexto, assim o educando se sentirá mais motivado a aprendizagem, e passará atuar em seu entorno, deixando de lado o ser passivo e se transformando em um cidadão crítico e ativo, empenhado na solução de problemas que façam a diferença para si, comunidade e familiares.

            O docente deverá ensinar a seus educandos o respeito mútuo, convivendo com as diferenças e aprendendo com elas, relacionando-se em grupos e desenvolvendo a empatia para que estes aprendam a importância do conviver.

            As habilidades encontram-se nos notórios saberes, pois as mesmas podem ser desenvolvidas, mas as competências, em articular conhecimento, habilidade, atitude e valores, cabem ao profissional de educação, que é um profissional a buscar sempre sua empregabilidade mediante uma cultura geral, pois o educador é um dos profissionais mais completos em termos de conhecimentos específico e geral.

            Cabe aos professores desenvolver as habilidades em seu educando para que este desenvolva as devidas competências que não o deixará perder a sua própria dignidade.

 Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

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