Doutor, você vai perder pacientes para Inteligência Artificial?
Estamos vivendo em um mundo cada vez mais tecnológico, e é certo que você já ouviu falar dos recentes avanços na Inteligência Artificial (IA), especialmente devido ao hype com as ferramentas de interação com linguagem natural, como o ChatGPT.
E você, doutor, também sabe que os avanços da tecnologia são frutos de intensa pesquisa e desenvolvimento para melhorar e Medicina em geral. Neste contexto, recentemente a Google anunciou o desenvolvimento de um novo modelo de linguagem para uso médico: o Med-PaLM 2.
Trata-se, na descrição da BigTech, de novo modelo de aprendizado de máquina (LLM) que está sendo desenvolvido especificamente para melhorar os cuidados maternos, o tratamento do câncer e a triagem da tuberculose.
Com a capacidade de responder questões médicas com precisão, o Med-PaLM 2 tem 18% de melhora em relação à sua versão anterior. O modelo foi testado em 14 critérios diferentes, incluindo fatos científicos, acurácia e consenso médico.
E onde isto vai parar? Os médicos serão substituídos por máquinas e robôs?
Antes de tudo, é preciso marcar alguns pontos:
Ou seja, e exatamente como acontece hoje com o que já está disponível no mercado, a IA tem o potencial de auxiliar os profissionais a resolver as mais diversas questões relacionadas ao diagnóstico dos pacientes, mas sem substituir os médicos - que sempre terão a palavra final.
É uma questão de otimização e eficiência, na tomada de decisões clínicas pelos médicos.
Acredito que este cenário não é, de modo algum, ameaçador para os profissionais da saúde. Pelo contrário, estamos diante da real oportunidade de restabelecer a verdadeira função dos médicos: o papel de construir relações humanas com os pacientes (e com a família), baseadas na comunicação honesta, transparente e empática; no diálogo direto com olho no olho e escuta ativa; tudo para dar segurança e conforto diante do diagnóstico e das condições de tratamento e acompanhamento.
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Doutor e Doutora, a ideia é que você trabalhe em conjunto com a máquina, de forma a tornar o seu trabalho mais preciso, rápido e eficiente. Agilidade e excelência, tanto em pesquisas acadêmicas, quanto nas atividades práticas de atendimento.
Quanto a "ser humano", ser um médico humano, a máquina não assumirá esta função no contexto da medicina. Digo isto porque IA é uma ferramenta de diagnóstico, e como tal deve ser incorporada na rotina e nos protocolos médicos.
Portanto, doutores, as suas preocupações não devem ser em relação à ameaça de substituição pelas máquinas, mas sim em relação à concorrência por seus colegas que estão se habilitando e capacitando para este futuro - que já é realidade.
💎Falo da humanização, personalização e individualização do diagnóstico e do tratamento. Doutores, preparem-se para retornar à essência da Medicina: a qualidade da relação médico < > paciente.
É por isto que você deve ir além do conhecimento técnico que a faculdade te entregou; é por isto que acumular diplomas e mais diplomas, certificados e mais certificados, não é mais suficiente para fazer a Medicina de verdade; nem para atrair, reter, encantar e fidelizar pacientes.
Doutores, deixem o alto volume de informações e a análise de padrões para a IA. Serão os exames feitos pela máquina que proporcionarão identificar os casos raros, evidenciar sinais de alerta, rastrear doenças diante da falta de sintomas, ou mesmo indicar os riscos de desenvolvimento de doenças e enfermidades; e, também, darão agilidade e precisão em casos urgentes.
Assim, dediquem-se a aperfeiçoar suas técnicas de atendimento como médico, atentem-se para as estratégias de gestão do seu consultório, aprendam a se posicionar no mercado médico para ganhar autoridade e serem percebidos como "médico de atencioso e de qualidade".
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Gerente de Conteúdo
1 aOlha esta notícia : "AI develops cancer treatment in 30 days, predicts survival rate". Concordo que IA será, cada vez mais, uma ferramenta para auxiliar diagnóstico preciso, e auxiliar o médico na tomada de decisão clínica.