E aí, será que seu emprego resiste até 2030?

E aí, será que seu emprego resiste até 2030?

Estive em mais uma palestra do Marcelo Minutti, especialista em inovação e transformação digital e coordenador do meu curso de MBA em Marketing e Comunicação Digital lá no IESB.

Ele participou da última edição da SXSW, nos EUA, e trouxe de lá várias reflexões sobre o futuro das profissões mediante os avanços tecnológicos, além de abordar o que é necessário para se manter empregado nas próximas décadas. Um tema que me interessa bastante e me afeta diretamente.

O fato é que estamos vivendo uma automatização exponencial do trabalho, que já já irá reconfigurar completamente nossas profissões e empregos. Isso porque a inovação tecnológica vem minando a empregabilidade mais rápido do que a educação tradicional é capaz de mantê-la. Se taxistas tremeram na base com a Uber, imagina só quando os carros auto-dirigíveis se popularizarem.

A tecnologia tem interferido diretamente nas estratégias de negócios das empresas e feito com que a indústria da nova economia empregue muito menos que antes.

Nem é preciso recorrer a um passado tão distante: a extinta Blockbuster, que foi a maior rede de locadoras de filmes e video games do mundo, empregava 74 mil funcionários em 2004 e tinha um lucro de US$ 6 bilhões. Em 2016, a Netflix empregava 4.500 funcionários com lucro de US$ 9 bilhões. Percebe?

O impacto da automatização do trabalho nas nossas áreas de atuação pode ser bem maior do que a gente espera. A inteligência artificial está cada vez mais complexa e hoje softwares realizam o trabalho de equipes inteiras. Um estudo da McKinsey Global Institute elencou os setores com maior potencial técnico para automatização do trabalho no Brasil:

Essas perspectivas levantam algumas questões sociais, como a própria precarização do trabalho. Vários países estão incluindo o “apocalipse robô” nos debates referentes à legislação trabalhista. Já se fala até em organizações de proteção ao humano. Aqui no Brasil, porém, a discussão ainda é bem incipiente. Quase inexistente, na verdade. O que é bastante preocupante.

Mas calma! Não há porque entrar entrar em pânico.

Confesso que nesse momento da palestra eu já estava suando frio, só que logo o Minutti me tranquilizou.

Ainda há como se proteger e resistir à dominação das máquinas. Nosso maior trunfo é que a inteligência artificial pode até performar muito bem com base na identificação e reprodução de padrões, mas não é ela que cria inovação.

Por isso, nosso dever é ampliar horizontes e exercitar o velho clichê de pensar fora da caixa, porque os empregos e trabalhos do futuro ainda não existem, nós é que vamos criá-los.

“O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que usam tecnologias novas, em condições planetárias que nenhum ser humano já experimentou.”

A citação acima é de David Ritter, CEO do Greenpeace Austrália/Pacífico. Fica claro, então, que é preciso focar um pouco menos na especialização e muito mais na multidisciplinaridade.

É lógico que devemos investir na nossa formação e nos capacitarmos em áreas específicas, principalmente porque, nesse cenário de incertezas, todo conhecimento prévio será fundamental para nos tornarmos profissionais adaptáveis. No entanto, os novos contextos de trabalho vão exigir uma atuação mais integrada e criativa, em conjunto com uma visão holística e capaz de fazer conexões. Não dá mais pra ser bom em uma única coisa.

Então já sabe, né? Pra continuar empregado daqui 15, 20 anos, só mesmo abrindo a cabeça e buscando inovar! ;)


*As informações foram retiradas da palestra de Marcelo Minutti, no dia 22 de março de 2018.

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