Elegance Lion

Por muito tempo, elegância foi, pelo menos para mim, um conceito ligado à maneira como as pessoas se vestem e se comportam. Foi o meu encontro com a física que levou este conceito para outras paragens. A física tem esta propriedade de virar a nossa percepção da realidade de ponta cabeça. Hoje, em qualquer compêndio de física, o conceito é largamente usado, incluindo títulos de publicações como é o caso de O Universo Elegante, de Brian Greene. Na física, elegância é a propriedade que um teórico tem de explicar fenômenos complexos da maneira mais simples possível, tipo E=mc2.

Este enfoque de elegância pode ser extrapolado para várias atividades. O que nos leva ao Festival de Criatividade de Cannes. Como sabemos, criatividade é todo ato que tem como resultado a solução de problemas. Dos mais simples aos mais complexos. Neste ano, como nos anteriores, testemunhamos diferentes soluções para todo tipo de problema. Como o grandiloquente musical (aqui e aqui) que a Skittles levou para a Broadway no domingo do Super Bowl. Hilariante pra dizer o mínimo.

Já o forma com que é explorado o conceito The truth is worth it para NY Times com aquela estética de trailer de uma nova série da Netflix, cheia de urgência na edição, é um primor.

Air Max Graffiti Store da AKQA brasileira para Nike, misturou arte de rua, tecnologia, inovação em comércio e uma cutucada com fina ironia - que coisa elegante é a ironia - no ex-alcaide da cidade de São Paulo. Isso é o que tenho a dizer sobre essa peça.

Agora, elegância, do tipo E=mc2, eu só vi numa peça. Trata-se do Tapete de Acessibilidade para Ford. Uma solução estupidamente simples para resolver um problema que se tornou complexo pela nossa completa falta de empatia. Um Leão em mobile para quem transformou um tapete de porta mala em rampa portátil para que os usuários de cadeira de rodas possam acessar as calçadas sem dificuldade me parece muito, mas muito pouco. Isso deveria inaugurar uma nova categoria: o Elegance Lion.