Elevado será desativado e poderá virar parque
Em meio aos esforços de fim de ano, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou em segunda votação o PL 10/14, que prevê desativação progressiva do Elevado Presidente João Goulart e exige que a Prefeitura apresente um Projeto de Intervenção Urbana em dois anos.
O projeto, que segue para a sanção do prefeito João Doria (PSDB), divide a opinião de moradores do entorno: há entre eles os favoráveis ao uso do espaço como parque e os contrários, que criticam também a ampliação do horário de fechamento da via aos carros nos dias de semana, no período entre 7h e 20h, após três meses de aprovação do PL.
Entre as possibilidades sugeridas no documento, estão a transformação parcial ou integral em parque e a demolição do elevado. Também está disposto que o projeto deve ser elaborado em conjunto com o Conselho Municipal de Política Urbana (CMPU).
Impacto
A decisão vai de encontro à opinião do arquiteto e diretor da Escola da Cidade, Ciro Pirondi. Segundo ele, para que esse processo funcione, precisa ter participação de toda a sociedade, principalmente dos moradores do entorno do espaço.
“Uma construção como o Minhocão fica por pelo menos 100 anos. Além dos custos, implica em mexer em dinheiro que não é seu, que é público. Qualquer decisão monocrática é um erro”, afirma o arquiteto.
Para o vereador Eliseu Gabriel (PSB), responsável pelo projeto que alterou, em 2014, o nome de Elevado Costa e Silva, presidente durante o regime militar entre 1967 e 1969, para Elevado Presidente João Goulart, deposto em 1964, a desativação é boa, mas a permanência da estrutura representaria uma perda para o município. “O Minhocão foi construído para facilitar o trânsito para algumas pessoas e prejudicou outras. Causou uma enorme cicatriz na região central e a deixou degradada”, lamenta o vereador.
Ele pondera também que o mais interessante para a região seria a demolição da estrutura. Para isso, porém, seria necessário a reorganização do trânsito na região. “Precisamos de projetos para melhoria do trânsito. Existe uma proposta para fazer uma avenida entre onde fica o Minhocão e a linha do trem, a partir da Barra Funda”, afirma.
Pirondi também destaca que além do transtorno causado pela via elevada aos moradores do entorno, seja quando utilizada por carros ou enquanto parque, a estrutura prejudica o espaço público localizado embaixo dela. “Há um equívoco em como está. O espaço residual que fica embaixo vira terra de ninguém”, lamenta o arquiteto.
Histórico
As últimas gestões paulistanas buscaram, sem sucesso, saídas para o Elevado. Durante sua gestão, Gilberto Kassab (PSD), entre 2006 e 2012, defendeu sua demolição, enquanto seu sucessor, Fernando Haddad (PT), entre 2013 e 2016, sugeriu a desativação progressiva e sancionou o PL 439/15, do vereador Police Neto (PSD), que cria o parque do minhocão, além de ampliar o horário de fechamento para carros durante os finais de semana, estabelecido pela gestão de Luiza Erundina (PT na época) em 1989.
Inaugurado em 25 de janeiro de 1971 por Paulo Maluf, que o chamou de "a maior obra em concreto armado da América Latina", o Minhocão tem 3,4 km de extensão e recebe cerca de 78 mil carros diariamente
Matéria publicada originalmente no jornal Diário Comércio e Indústria (DCI), em 27 de dezembro de 2017. (Versão online)
Sócio na Kart Comercio e Competicoes Ltda
7 aEste DORIA só canetada tem que em primeiro lugar resolver o problema do trânsito e depois demolir e ou fazer parque por que ele viu em News York. Agora o kartodromo em vez de ele fazer outro e depois desativar o que está la não quer vender tudo e acabar com tudo . Só canetada mais nada nunca votarei nele outra vez só pensa na fama de politico