Em Comunicação, cuidar é mais do que verbo. É estratégia.
Mês passado, comemorei o aniversário da minha filha mais nova. 1 ano de vida.
Pensei em um tema, comidinhas, brindes e organizei uma mesa com detalhes bonitos para que ficasse bem no vídeo (sim, seguimos em distanciamento social e o famoso "Parabéns" foi cantado em uma videoconferência com a família).
Dentre todos esses detalhes, um chamou a atenção de todos.
Imprimi fotos no formato Polaroid e criei um pequeno mural com lembranças da minha filha com os convidados. Fotos do dia a dia com as irmãs, comigo, com o pai, com tias, primos e amigos estavam ali, marcando em um mural a presença e o carinho de quem estava fisicamente distante.
Durante a live, fiz questão de mostrar uma a uma para quem estava conosco. Ouvimos elogios e a emoção tomou conta do ambiente, ainda que virtual.
Esse pequeno gesto me fez refletir e me remeteu à Comunicação Corporativa de uma forma muito interessante.
Comunicação pressupõe proximidade. A pandemia veio nos relembrar o quão fundamental é ter proximidade para que a mensagem seja bem compreendida. Mais do que isso: o quão fundamental é para que haja o real entendimento, para que todos possam exercer a Comunicação da forma correta. Com clareza, honestidade, transparência e sensibilidade.
Mas nem sempre proximidade quer dizer estar ali, lado a lado, fisicamente. Com atitudes humanizadas, com uma escuta ativa e sincera, é possível utilizar a Comunicação e suas ferramentas como meio de transpor barreiras e mostrar que sim, é plausível manter o diálogo e a presença mesmo à distância.
A foto foi a forma simples que encontrei para demonstrar meu apreço a todos que participam (e participaram) da vida da minha filha até aquele momento. Ampliei e reforcei um vínculo afetivo por meio de uma iniciativa singela, mas de bom impacto e repercussão.
A Comunicação dentro de uma empresa deveria ser assim: um bem pensado espetáculo em resultados que podem surgir a partir de atitudes simples focadas no que realmente interessa: as pessoas. Sem megalomanias, sem excessos e imprimindo impactos positivos. Com clareza e planejamento, com olhos voltados para o futuro. Sendo inovadora, claro. Mas sem perder o "feeling" do momento e sem deixar de ser fiel ao seu propósito.
Com a festinha da minha filha, fui fiel à minha intenção de levar um pouco de alegria aos familiares mesmo em momento ainda tão delicado. Comuniquei isso de maneira empática e os mantive mais próximos (ou, ao menos, despertei essa sensação). Fiz mais do que era esperado, na minha humilde visão. Fui além: surpreendi.
Por que a sua empresa não pode fazer o mesmo? Por que não pensar que todos os seus públicos são seus "convidados de honra" e trabalhar para que eles vejam na Comunicação um campo aberto, empático, com "portas escancaradas" para a expressão de seus sentimentos e suas expectativas quanto aos rumos e ao dia a dia da organização? Por que não surpreendê-los ao dispensar a melhor atenção possível? Ao ouvi-los corretamente?
Sem dúvida, esse reposicionamento perante os stakeholders poderá render bons frutos e fará com que a área seja reconhecida como estratégica e, o principal, humanizada.
Por isso, fica a dica que tirei desse insight: repense a sua Comunicação ou da sua organização. A era exclusivamente operacional, aquela cujo objetivo era apenas "fazer planos" quase nunca executados ou "apagar incêndios", acabou. Entramos na era do cuidado. Cuidar de gente e da melhor comunicação possível é o deve nos mover.