Empreender é se autorizar: um chamado para mulheres que sonham alto

Nesta semana, na terça-feira (05), tive a oportunidade de assistir a uma peça de teatro que me marcou profundamente. No palco, Ana Clara Paim entregou uma interpretação tão intensa e cheia de verdade que me trouxe vários insights sobre mim mesma. Tenho buscado, ao longo do tempo, essa evolução de ser mulher – empreender, acreditar, e ver que a escrita também tem seu lugar de escuta e de transformação. Gravei alguns trechos das palavras dessa "poeta", e as escutei repetidamente, pois em cada frase havia uma revelação, um chamado para a ação.

Ela disse algo como: "Eu quero falar daquele amor que já foi e daquele que poderia decidir e se vocês hoje, como estão aqui... Aqui eu me refiro a esse tempo, a sua vida, esse plano. Vocês amam. Você está preocupado demais com as próprias mazelas. É você quem tem que se interessar pelo que te interessa, não espere dos outros essa autorização, busque você mesmo essa permissão.”

Essas palavras ressoaram em mim como um lembrete de que, muitas vezes, estamos em busca da validação dos outros, quando, na verdade, o que precisamos é da nossa própria autorização. Sobre o palco, ela falava sobre os sonhos, perguntava: “Me diz você, qual o seu sonho? E ele ainda está na gaveta por quê?” E eu me dei conta de que essa é uma pergunta que todos nós deveríamos responder com sinceridade, sem rodeios.

Mas o que isso tem a ver com o profissional? Tudo! Absolutamente tudo! Porque o autoconhecimento está ligado a todas as nossas decisões, e se libertar de prisões emocionais só nos faz ir além. Empreender é exatamente isso: é se mandar, se autorizar, enfrentar nossos medos e correr atrás daquilo que queremos, sem pedir licença. Afinal, empreender é também sobre quebrar as correntes que nos impedem de evoluir e abraçar os desafios que vêm com o processo.

Por isso, faço a você, mulher, a seguinte pergunta: quando você decidiu ser você mesma? Quando conseguiu brilhar? Quando quebrou os padrões e as prisões que só te afastavam do seu sonho?

Sei que talvez você não tenha resposta para todas essas perguntas, e tudo bem. Mas deixo aqui algumas verdades sobre quem você representa enquanto empreendedora. De acordo com o Sebrae , atualmente somos 10,3 milhões de mulheres empreendendo no Brasil, o que representa cerca de 34% dos donos de negócios. Esses números são um reflexo da nossa força e da nossa capacidade de transformar realidades.

Mais de 54,6% das pessoas que pretendem abrir um negócio nos próximos anos são mulheres, segundo o Global Entrepreneurship Monitor . Isso mostra o nosso crescente interesse em fazer a diferença. Sim, ainda enfrentamos desafios, como a disparidade de rendimentos – enquanto homens empreendedores ganham em média R$ 3.432,30, nós mulheres recebemos R$ 2.633,80. Mas esses dados só nos impulsionam a continuar, a acreditar, e a lutar por um futuro mais justo e igualitário.

Ainda nas palavras de Ana Clara, te pergunto: “Qual é o seu sonho? E ele ainda está na gaveta por quê?” Lembre-se de que a permissão para realizá-lo vem de você. Empreender é um ato de coragem, autoconhecimento e autenticidade. Então, permita-se ser quem você realmente é e vá em frente, sem medo de brilhar.