Empresas que investem no caviar, antes de ter um bom feijão com arroz!

Empresas que investem no caviar, antes de ter um bom feijão com arroz!

Não estou falando de gastronomia, apesar de gostar muito do tema e do ramo ter bons exemplos sobre o assunto, estou falando da tentação em que tantas empresas caem, de fazer e vender o diferente e o algo mais, antes de ter o básico.

A necessidade de adaptar-se a um mundo novo, com novos hábitos de consumo, globalizado e on line, conquistando o maior número de clientes possível é um dos motivos para essa ânsia das empresas em arriscar fazendo o diferente e o moderno, antes mesmo, ou esquecendo, processos, prioridades e atitudes básicas para se conquistar e manter clientes. 

Em um mercado onde os produtos são praticamente commodities, restam algumas chances de diferenciação, como, preço, imagem, valor da marca, distribuição , entrega, ATENDIMENTO, dentre outras. Porém na busca pelo diferencial, algumas empresas investem pesado em tecnologia, vendas on line e marketing, mas perdem a noção do básico, como por exemplo os momentos da verdade, onde a empresa vai ter que comprovar seu interesse e cuidado com o cliente.

Um exemplo recente disso, pude constatar numa marca de roupas brasileira que gosto muito. Essa empresa cresceu assustadoramente (talvez esse seja um dos pecados, mas isso fica pra outra hora), ampliando o número de lojas em todo o país e em outros países. Tem um claro posicionamento de mercado, investe em marketing e em desenvolvimento de produtos, além disso tem um canal de vendas e um site com vários serviços na net. Sou uma cliente assídua e já comprei em lojas do Rio, São Paulo, Brasília e principalmente no Ceará. Dito isso, imaginem minha surpresa quando ao tentar entrar em contato com a empresa para informar um problema com um produto, tive uma das piores experiências em atendimento! Para não ser chata, vou direto ao final da história. O site não informava um telefone para contato, apenas email, que não permitia anexar fotos, e um chat, que pelas respostas da atendente, pareceu-me que o grande prazer dela era afastar cliente. Ao entrar em contato pessoalmente em uma das lojas, descobri que essa compra que eu tinha feito e muitas outras depois, não tinham sido registradas no sistema, portanto não existiam no meu histórico de compras. No mesmo, tinham duas ou três compras, registradas nos últimos 3 a 4 anos. O que me fez pensar desgostosamente no meu guarda roupa e nas peças da marca...

Quantas empresas estão investindo em vendas on line e transformando clientes em inimigos, por falharem na comunicação, nos processos e nos prazos de entrega?

O atendimento ao cliente, o olho no olho, na alegria e na tristeza, foi e continua sendo o básico do básico, assim como a qualidade dos produtos, a entrega, o padrão, os processos e fluxos internos responsáveis pela agilidade e bom atendimento na hora da venda e do pós venda.

Esquecer o básico é um erro mais comum do que se pensa. Porém é um papel intransferível do líder, uma obrigação, que na lista de prioridades deve vir antes da palavra inovar!

Sobre o caso relatado, quando já estava perdendo todas as esperanças de um atendimento decente, uma gerente de uma das lojas que eu relatei pela quinta vez meu problema e minha decepção, mesmo não sendo a loja onde eu adquiri a peça, comprou a briga e resolveu o problema direto com a matriz. E eu, fiquei muito feliz em ter sido resgatada do fundo do poço do mau atendimento. E reforçando a idéia do básico, quem faz a diferença no atendimento, mesmo em tempos de virtualidade são as pessoas!

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