Encarar os desafios, sem desânimo

Como bom torcedor do Fluminense – e amigo íntimo do “Sobrenatural de Almeida” de Nelson Rodrigues -, posso qualificar a pandemia como imponderável. Até então, a previsibilidade era uma ciência quase infalível, mas hoje em dia estamos numa realidade cheia de incertezas, em clima de insegurança. 

A crise sanitária nos mantém apreensivos com o desenvolvimento de novas drogas e vacinas no combate aos diversos vírus conhecidos, além dos prováveis desconhecidos a caminho. Temos a preocupante crise social acentuada pela crescente concentração de renda, numa desigualdade nunca antes vista. 

Estamos convivendo com dúvidas e surpresas em todos os campos, sejam econômicos, logísticos, climáticos e geopolíticos. Não nos vai faltar ansiedade. 

O varejo, mais próximo do consumidor final, está diariamente tendo que lidar com diversas variáveis, como as mudanças comportamentais dos clientes que têm o poder econômico, dos diversos canais de compra e de entrega - em particular a crescente mobilidade do e-commerce.

Temos também a perda de poder de consumo de uma parcela expressiva pelo desemprego, atenuada por auxílios governamentais, mas agravada pela inflação, em dinâmica perversa. Ainda mais porque essa ponta do elo da cadeia produtiva é que dá a sustentação para a economia. Haja resiliência e criatividade. 

Os desafios são enormes, pois o contexto ainda é de instabilidade, com o agravante do quadro político. Quem está perto do cliente e/ou do mercado precisa estar atento, aprendendo e inovando constantemente. Do lado das autoridades governamentais, é necessário transmitir com clareza, confiança e credibilidade. Nosso cenário é bastante desafiador, porém não pode ser desanimador. Desesperança é tão danosa como a recusa de aceitar a realidade dos fatos.