Encontrando seu Verdadeiro Propósito
Nossa conversa hoje é sobre um assunto que deveria ter uma importância fundamental em nossas vidas: o propósito. Muito além do que traçar um objetivo, metas a serem cumpridas, ou até mesmo um plano para alcançá-las. Sendo assim, torna-se algo muito mais complexo e também extremamente desafiador defini-lo e mantê-lo como foco em nosso dia a dia.
O propósito traz consigo crenças, valores, personalidade, aptidões e interesses. E, por isso, mais uma vez estamos falando de uma definição que exige olhar a si mesmo e entender sobre si, quem é, o que te motiva, o que te realiza e o que te instiga ir além, fazer mais e melhor. Quando temos um propósito, temos uma força interna que nos impulsiona, temos uma determinação, um comprometimento e um engajamento sem igual.
Não é qualquer dificuldade, empecilho, problema, desconforto ou até mesmo relacionamentos difíceis que desmoronam o propósito de um indivíduo. Muito pela contrário: são as situações contrárias que geram desafios, aquelas capazes de enriquecer e fortalecer o propósito de uma pessoa. Tais situações geram a constante necessidade de crescer, amadurecer e aprender diante da diversidade imposta pela vida de qualquer ser humano. Em outras palavras, quando se tem um propósito, tudo faz sentido, até mesmo as derrotas.
Se você tem seu propósito na vida, torna-se invencível e tal situação é extraordinária. Você é empoderado e, como consequência, tira o melhor de si mesmo. O grande senão é que, para identificar seu verdadeiro propósito, você precisa ir a fundo. Entender a si mesmo diante das inúmeras opções que o mundo lhe apresenta, tanto na sua vida pessoal como na sua vida profissional.
Ninguém nasce com um propósito, mas todos somos capazes de defini-lo, estruturá-lo e significá-lo como proposta de vida. Em tudo o que fazemos, podemos simplesmente seguir o fluxo, ignorar quem somos e fazer parte do todo. Mas, ao escolher esta estratégia, estamos deixando de lado nosso propósito. Quando tomamos consciência integral, isto é corpo, mente e espírito em sintonia, firmamos nosso verdadeiro propósito na vida. Em outras palavras, somos os únicos responsáveis em definir este caminho.
É muito fácil escolhermos ser pais ou mães como todos fazem. A questão é fazer tal escolha porque é seu propósito. Uma mãe que decidiu a sua função na vida para fazer parte da sociedade é diferente daquela que, não importando as noites mal dormidas, as desventuras do dia a dia, o cansaço e o estresse que fazem parte, a sua dedicação permanece a mesma, o ser mãe ganha mais significado e seu engajamento lhe faz ir além e ser uma mãe cada vez melhor. Esta mãe não calcula as horas aplicadas na criação dos seus filhos, nem tampouco pensa que pode estar perdendo seu tempo enquanto brinca e ri com seu pequeno ou grande que lhe abraça, sua única missão é ver esta criança feliz, aprendendo a ser alguém capaz de fazer por si e pelo outro. O mesmo é válido para os pais que têm a paternidade como propósito.
Com a vida profissional não é diferente. Quando fazemos aquilo que nos significa e nos remete à percepção de que nossa capacidade criativa, nossa vontade de ir além e fazer o impossível são constantes, mesmo considerando que temos barreiras e dificuldades de todos os tipos que precisam ser ultrapassadas. Por isso que, quando temos propósito, mesmo diante de uma demissão ou de uma rejeição em nosso ambiente de trabalho, nada nos tira do foco e nem mesmo é capaz de afetar a responsabilidade pessoal de seguir em frente, buscar novas alternativas e te conduzir a um lugar ou a um cargo onde você realmente possa fazer o que acredita e o que te torna uma pessoa definitivamente realizada.
Quando vemos o propósito de vida de forma ampla, envolvendo a vida pessoal e a profissional, mais um desafio surge: o equilíbrio entre ambas. O grande truque aqui é ponderar seus valores e crenças. Busque seu propósito final, em outras palavras, sua frase que define a sua vida e quem você é.
Imagine este exemplo: meu propósito final é ter status, ganho material e poder como empreendedor. Isto não exclui você de ser um bom pai ou uma boa mãe, mas esclarece que estas funções não são as mais importantes e não fazem parte do seu propósito, ou seja, muito provavelmente exigirão maior esforço, menor dedicação e até mesmo pouca motivação para encontrar tempo ou para exercê-las de fato.
Outra possibilidade seria este exemplo: meu propósito final é transformar a vida das pessoas, ter qualidade de vida e ser mãe/pai. Isso não significa que inexiste a chance de ocupar um cargo de destaque, onde você tenha poder. Mas, se você se dedicar mais à maternidade e à qualidade de vida, pode significar que seu interesse pelo poder, pelo status e até ganho material não sejam lá motivadores para que exista uma dedicação a ponto de alcançar estes objetivos.
Diante destes dois exemplos, o que vale refletir é que devemos tomar nossa decisão pautados em nossa consciência e nossa verdade interior. Como diz aquela música do Legião Urbana “mentir para si mesmo é sempre a pior mentira…”. Então eis alguns sinais de que você está no caminho contrário do seu propósito: perde a hora constantemente, faz o que faz por obrigação, não encontra “sentido” nas suas atividades, não se preocupa em melhorar ou fazer melhorar, não busca novos conhecimentos no que faz, não cria ou inova em seu dia a dia, todo e qualquer problema te faz pensar em desistir.
Portanto, olhe para si, aprofunde seu ser, seja verdadeiro e defina o propósito que seja capaz de te definir. Signifique-o para a sua vida, para que a sua vida, então, tenha significado. É assim que você conseguirá ir a frente e não desistir por nada!
* Daniella Forster é psicóloga, mestre em Administração e especialista em coaching de carreira. É coordenadora do PUC Talentos, núcleo de empregabilidade da PUCPR.
Engenheiro Industrial Mecânico / Engenheiro de Planejamento
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